O que Jerônimo Rodrigues já fez como governador da Bahia? Veja principais ações

O que Jerônimo Rodrigues já fez como governador da Bahia? Governador investe em saúde, segurança e infraestrutura, mas enfrenta críticas por violência, obras paradas e desigualdade regional

Por Matheus Caldas.

O que Jerônimo Rodrigues já fez como governador da Bahia? Desde janeiro de 2023, o gestor conduz a Bahia e os projetos prioritários executados, por ora, estão na regionalização de serviços, interiorização de investimentos e expansão da infraestrutura pública.

Passados dois anos e meio de mandato, o governo exibe resultados em áreas como saúde, educação, segurança e mobilidade. Além disso, o petista conseguiu destravar a chegada da fábrica da BYD, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

Por outro lado, apesar das entregas nestas áreas, Jerônimo também enfrenta críticas relacionadas à violência, à letalidade policial, à precariedade de serviços básicos em alguns territórios e à execução de grandes obras como a Ponte Salvador-Itaparica, a nova rodoviária de Salvador e o VLT da capital baiana.

Confira a seguir balanço das principais realizações e desafios do governo estadual até julho de 2025.

Jerônimo no canteiro de obras do VLT de Salvador | Foto: Adriel Francisco

O que Jerônimo Rodrigues já fez como governador da Bahia? 

Segurança: reforço no efetivo, mas letalidade em alta

Em pouco mais de dois anos e meio, a governador Jerônimo Rodrigues contratou seis mil policiais militares e civis, peritos e bombeiros, realizando de forma inédita quatro concursos simultâneos.

Neste mesmo período, 193 novas estruturas (Batalhões, Delegacias, Núcleos, Companhias e Pelotões) da Segurança Pública foram inaugurados na capital baiana, na Região Metropolitana de Salvador e também no interior do estado.

Entre janeiro de 2023 e julho de 2025, o governador entregou 5.740 viaturas, com destaques para a implantação de um helicóptero no Corpo de Bombeiros, além dos quatro Veículos Táticos com Blindagem e das viaturas semiblindadas, utilizadas em ações de combate ao crime organizado, garantindo mais proteção para os policiais.

Fechando a lista de investimentos, na gestão do governador Jerônimo cerca de 5 mil novos armamentos foram adquiridos, além de 11 mil coletes balísticos, equipamentos de inteligência e de perícia, ampliando a eficiência na elucidação de crimes.

“O apoio irrestrito do governador Jerônimo Rodrigues às Forças Policiais e de Bombeiros garantiu a ampliação do atendimento à população, com novas estruturas em todas as regiões do estado e também a intensificação do combate ao crime organizado”, destacou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.

O titular da pasta estadual lembrou ainda que em pouco mais de dois anos, mais de 170 líderes de grupos criminosos foram alcançados, alguns deles em outros estados. “Reduzimos também as mortes violentas nos anos de 2023 e 2024 e aumentamos os números de prisões e de armas apreendidas. Seguiremos trabalhando buscando sempre a preservação da vida e manutenção da paz social”, completou.

Apesar disto, a Bahia é o segundo estado com maior proporção de homicídios do país, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Outro ponto sensível é a letalidade policial, que colocou o estado na liderança do ranking nacional nos últimos dois anos.

Organizações como a Anistia Internacional e a OAB criticam a ausência de transparência em operações e a insuficiência de políticas de segurança baseadas em inteligência, prevenção e direitos humanos. O governo afirma que vem ampliando investimentos em tecnologia e integração de dados, mas reconhece o desafio da violência organizada.

Segurança pública é principal calo do governo Jerônimo | Foto: GOVBA

Infraestrutura: grandes obras, atrasos e impacto regional

Entre janeiro de 2023 e julho de 2025, o Governo da Bahia destinou R$ 6,3 bilhões à infraestrutura rodoviária, com mais de 6.500 km de estradas estaduais passando por obras de recuperação, pavimentação ou implantação. O volume de investimentos é um dos maiores da história recente do estado e contempla todas as regiões da Bahia e mostram parte do que Jerônimo já fez como governador.

Entre as intervenções em destaque estão:

  • Sistema Viário da BA-649, entre Ilhéus e Itabuna: a primeira etapa da obra, com 18 km, está 90% concluída, com previsão de entrega até o fim de 2025. Pontes e viadutos também estão em andamento, com percentuais variados de execução.
  • Duplicação de acessos à Itabuna (BA-963 e BA-693): os dois trechos somam 7,4 km e estão entre 30% e 37% executados. A entrega está prevista para dezembro de 2025.
  • Pavimentação entre Palmeiras e Vale do Capão (19 km): obra considerada estratégica para o turismo e a mobilidade na Chapada Diamantina, com entrega prevista para setembro de 2025.
  • Rotatória do Mercado do Produtor em Juazeiro (BA-210): trecho duplicado e com nova iluminação entregue em julho de 2025, beneficiando diretamente a mobilidade urbana e o escoamento da produção regional.

Apesar do avanço em várias frentes, obras estruturantes como a duplicação completa da BA-001 e trechos da BA-093 seguem sem previsão de conclusão, o que tem gerado críticas de moradores e lideranças locais. Relatos sobre estradas intransitáveis, falhas em sinalização e lentidão nas licitações também permanecem recorrentes, especialmente em áreas do semiárido e da região oeste.

Na aviação regional, foram investidos R$ 400 milhões em 29 aeroportos e aeródromos. A Bahia, hoje, conta com 70 estruturas desse tipo em funcionamento. Entre as ações destacadas:

  • Construção dos aeroportos de Bom Jesus da Lapa e Santana, entregues em 2023;
  • Requalificação do aeroporto de Luís Eduardo Magalhães, concluída em 2024;
  • Ampliação do aeroporto de Barreiras, com nova pista e novo terminal de passageiros em fase inicial. O projeto, de R$ 63 milhões, depende também de recursos federais e enfrenta críticas por atraso na execução.

Já no transporte hidroviário, foram aplicados R$ 60 milhões em obras voltadas para melhorar a mobilidade entre Salvador, o Recôncavo e a Ilha de Itaparica. Entre as ações:

  • Instalação de novos flutuantes nos terminais de São Joaquim (Salvador) e Bom Despacho (Itaparica), concluída em abril de 2024;
  • Obras de defesa costeira e melhoria do atracadouro de Cacha-Pregos (Vera Cruz), finalizadas em junho de 2024;
  • Recuperação dos atracadouros de Morro de São Paulo e Gamboa do Morro (Cairu), em andamento, com entrega prevista para dezembro de 2025.

Apesar das entregas, há três obras importantes da infraestrutura estadual que enfrentam críticas. A principal delas é a Ponte Salvador-Itaparica, prometida desde a gestão de Jaques Wagner (2007-2014). No início de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assegurou que a estrutura será edificada, mas, até o momento, o consórcio responsável pela ponte realiza apenas estudos no entorno da Baía de Todos-os-Santos.

A nova rodoviária de Salvador, prevista para ser entregue em 2022, deve ter as obras concluídas em outubro deste ano, e gera gargalo na rodoviária atual, situada na Avenida ACM.

Jerônimo conseguiu destravar o VLT de Salvador. Após polêmicas enfrentadas na gestão de Rui Costa (2015-2022), o atual gestor rompeu o contrato anterior, assinou o novo e as obras acontecem em três pontos da capital. Apesar disto, moradores do Subúrbio Ferroviário enfrentam problemas de mobilidade em razão da desativação dos trens, em 2018, após 161 anos de atividade. 

Saúde: ampliação da rede, mas pressão por qualidade

Na saúde, a gestão destaca a criação de consórcios públicos interfederativos e a consolidação de uma rede de policlínicas regionais, que somam 26 unidades em funcionamento, com mais de 8 milhões de atendimentos realizados em 414 municípios. A proposta busca descentralizar exames e consultas especializadas, desafogando os hospitais.

Entre 2023 e 2025, foram entregues hospitais e equipamentos de grande porte, como:

  • Hospital Ortopédico da Bahia, em Salvador;
  • Hospital Costa das Baleias, em Teixeira de Freitas;
  • Ampliações do Hospital da Mulher e do Hospital Clériston Andrade;
  • Hospital de Cuidados Paliativos, em Salvador;
  • Novo Hospital Octávio Mangabeira, especializado em doenças respiratórias.

Em paralelo, o governo distribuiu 904 veículos de saúde, incluindo 732 ambulâncias, como parte da meta de universalizar o Samu até 2026. Hoje, o serviço cobre mais de 90% da população.

Também foram realizadas ações itinerantes, como a Feira Saúde Mais Perto, com cerca de 1 milhão de atendimentos em 152 edições. 

Jeroniônimo entregou Hospital de Cuidados Paliativos, em Salvador | Foto: Adriel Francisco/GOVBA

Educação: expansão estrutural e permanência estudantil

Na educação, a Bahia iniciou programa de requalificação da rede estadual, com investimentos de mais de R$ 3,5 bilhões em reformas e novas escolas. O ensino em tempo integral tem crescido, embora ainda represente uma fração da rede.

Programas como Vale-Alimentação Estudantil, Bolsa-Presença e Partiu Estágio visam combater a evasão e apoiar estudantes de baixa renda. A realização do maior concurso de professores da história do estado buscou enfrentar a carência de docentes, especialmente no interior.

Entretanto, índices como o Ideb ainda colocam a Bahia entre os estados com pior desempenho do país. Especialistas cobram maior foco em aprendizagem, formação continuada e avaliação pedagógica, sobretudo no pós-pandemia.

Dados do Inep puseram, em 2024, a Bahia como estado com menor índice de alfabetização infantil. 

Desenvolvimento rural e combate à fome: alcance desigual

Com histórico na agricultura familiar, Jerônimo Rodrigues reforçou ações voltadas ao campo, como o programa Bahia Origem, feiras regionais e regularização fundiária. A iniciativa busca ampliar o acesso a mercados e fomentar cooperativas.

Já o Bahia Sem Fome enfrenta o desafio de combater a insegurança alimentar em um estado com altos índices de pobreza. O governo promoveu distribuição de cestas básicas e ativação de cozinhas comunitárias, mas movimentos sociais cobram ações mais estruturantes e permanentes, como fortalecimento da assistência social e geração de renda.

Relações com governo federal e missões internacionais

A aproximação com o governo Lula garantiu acesso a recursos para saúde, infraestrutura e segurança. A Bahia também tem se colocado como vitrine para investimentos em energias renováveis, hidrogênio verde e mobilidade urbana.

Missões internacionais à Europa e à China resultaram em protocolos de intenção com empresas como a BYD (mobilidade elétrica), mas parte desses acordos ainda não saiu do papel. Obras como o VLT do Subúrbio e a Ponte Salvador-Itaparica seguem em fase de projeto ou licitação.

Balanço e perspectivas

Com dois anos e meio de gestão, Jerônimo Rodrigues mostra avanços concretos em várias áreas, principalmente em saúde, infraestrutura e mobilidade. A aposta na descentralização de serviços e na articulação com municípios tem sido a base do seu modelo administrativo.

Por outro lado, problemas estruturais como violência, desigualdade regional, educação deficiente e execução lenta de obras continuam a marcar o cenário estadual. 

Ponte Salvador-Itaparica é desafio para gestão de Jerônimo | Foto: ascom

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