Conclave mais longo da história durou quase três anos
O conclave, que elege um novo líder da Igreja Católica, começa nesta quarta-feira (7), cerca de duas semanas após a morte do Papa Francisco
Por Da Redação.
É hoje! O conclave, que elege um novo líder da Igreja Católica, começa nesta quarta-feira (7), cerca de duas semanas após a morte do Papa Francisco, ocorrida em 21 de abril. O pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio morreu aos 88 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.
Mas, quando a gente vai saber quem será o novo papa? Quanto tempo esse processo pode levar? De acordo com o Vatican News, portal oficial de informação da Santa Sé, o conclave mais longo durou dois anos e nove meses, culminando na eleição do papa Gregório X. A escolha ocorreu em Viterbo, na Itália, entre 29 de novembro de 1268 e 1º de setembro de 1271. À época, o termo "conclave" ainda não era utilizado.
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Após a morte de Clemente IV, 20 cardeais eleitores se reuniram na cidade italiana, mas a votação ficou travada por divisões internas. Havia duas facções principais: a francesa, composta majoritariamente por cardeais indicados pelo papa francês Urbano IV, e a italiana, com força suficiente para impedir que o lado oposto atingisse a maioria qualificada de dois terços dos votos.
Com o impasse prolongado, a população de Viterbo interveio. No outono de 1269, os moradores confinaram os cardeais no palácio papal e, em junho de 1270, chegaram a destelhar o edifício e cortar o fornecimento de alimentos. O número de eleitores foi reduzido a 16 entre o fim de 1269 e o verão de 1270.
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Diante da pressão, os cardeais optaram por uma eleição de pacto. Seis deles foram designados para chegar a um nome de consenso. O escolhido foi Teobaldo Visconti, arquidiácono de Liège, na Bélgica, então com 61 anos e ainda não ordenado sacerdote. Ele se encontrava em São João de Acre, na Palestina, e aceitou a eleição ao chegar a Viterbo. Foi coroado em Roma, em 13 de março de 1272, com o nome de Gregório X.
Após sua eleição, Gregório X promoveu uma reforma no processo de escolha dos papas. Segundo o Vatican News, "a Constituição Ubi Periculum, de 16 de julho de 1274, aprovada na quinta sessão do Segundo Concílio de Lyon, encontrou forte resistência da maioria dos cardeais, mas os padres conciliares votaram a favor da proposta do papa. Pela primeira vez, a palavra 'conclave' foi introduzida, indicando um local fechado, lacrado: a sala onde os cardeais deveriam se reunir para eleger o Pontífice".
As novas regras estabeleciam restrições progressivas à alimentação dos cardeais durante o conclave. Caso não houvesse decisão após três dias, as refeições seriam reduzidas de dois pratos para um durante cinco dias. Persistindo o impasse, os cardeais passariam a receber apenas pão, água e vinho até o fim do processo. Também foi determinado que não haveria pagamento de emolumentos pela Câmara Apostólica durante o período.
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Um especialista ouvido pelo Vatican News afirmou que a constituição Ubi Periculum exigia que os cardeais permanecessem em um único cômodo fechado, com apenas uma janela para a passagem de alimentos.
A legislação atual sobre conclaves está contida na constituição Universi Dominici Gregis, promulgada em 1996 e ainda vigente. Ela determina que o processo ocorra em setores e prédios específicos, vedados ao acesso de pessoas externas.
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