Arcebispo de Salvador é um dos sete brasileiros que estarão no conclave

Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Salvador, é um dos principais nomes da Igreja Católica no Brasil

Por Bruna Castelo Branco.

Com a morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, a Igreja Católica Apostólica Romana entrou em estado de sede vacante, período que se estende até a eleição de um novo pontífice. O processo de escolha do sucessor será conduzido em um conclave, conforme prevê a tradição da Igreja.

O arcebispo da Arquidiocese de Salvador, Dom Sergio da Rocha, cardeal desde 2016, é um dos sete brasileiros que podem participar da eleição e têm chances de ser escolhidos como papa.

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Foto: Arquidiocese de Salvador

Durante esse intervalo, a administração da Santa Sé fica sob responsabilidade do Colégio Cardinalício, atualmente composto por 226 cardeais. Conheça, abaixo, os religiosos brasileiros que participarão do conclave:

Foto: SBT News

Dom Sergio da Rocha - Arquidiocese de Salvador

Dom Sérgio da Rocha é um dos principais nomes da Igreja Católica no Brasil. Atual arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil desde 2020, o religioso foi criado cardeal pelo Papa Francisco em 2016.

Antes de assumir a arquidiocese baiana, Dom Sérgio foi arcebispo de Brasília e presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), posição de grande relevância na organização e na condução dos rumos da Igreja no país. Ele é natural de Dobrada, em São Paulo e foi o primeiro brasileiro nomeado para o Conselho de Cardeais, grupo composto por nove cardeais da mais estrita confiança do Papa, responsável por auxiliar na gestão da Igreja e no projeto de revisão da Cúria Romana. O conselho foi criada pelo Papa Francisco em 2013.

Reconhecido por seu perfil conciliador e por seu engajamento pastoral, o cardeal brasileiro integra o Colégio Cardinalício e está entre os 132 cardeais eleitores que participarão do conclave para a escolha do sucessor de Francisco.

Foto: Diocese de São Carlos

Dom Odilo Scherer – Arquidiocese de São Paulo

Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo desde 2007, é considerado um dos cardeais mais influentes do Brasil e da América Latina. Criado cardeal pelo Papa Bento XVI no mesmo ano em que assumiu a arquidiocese paulistana, Dom Odilo reúne ampla experiência pastoral, administrativa e teológica dentro da Igreja Católica.

Com atuação nas áreas de diálogo inter-religioso e nas questões sociais, tem se destacado também por sua participação ativa nos debates sobre os desafios contemporâneos enfrentados pela Igreja no Brasil e no mundo.

Seu perfil e trajetória o colocam entre os nomes cotados como possível liderança no conclave que elegerá o sucessor do Papa Francisco. Como membro do Colégio Cardinalício com direito a voto, Dom Odilo será um dos 132 cardeais eleitores presentes na Capela Sistina.

Dom Orani João Tempesta – Arquidiocese do Rio de Janeiro

Arcebispo do Rio de Janeiro desde 2009, Dom Orani João Tempesta foi criado cardeal pelo Papa Francisco em 2014. Sua atuação se destaca pela forte presença pastoral, sobretudo na organização de grandes eventos da Igreja, como a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio em 2013.

Além da condução litúrgica e da visibilidade em celebrações de grande porte, Dom Orani também tem marcado presença em questões sociais, aproximando a Igreja das populações mais vulneráveis da capital fluminense.

Como integrante do Colégio Cardinalício e com direito a voto, Dom Orani é um dos 132 cardeais eleitores que participarão do conclave responsável por eleger o novo papa, após a morte de Francisco. Sua trajetória o posiciona como uma figura de relevância no cenário eclesial contemporâneo.

Dom Paulo Cezar Costa – Arquidiocese de Brasília

Arcebispo de Brasília desde 2019, Dom Paulo Cezar Costa foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2022. Com uma trajetória marcada por forte presença pastoral e acadêmica, ele tem se consolidado como uma das vozes mais influentes da Igreja Católica no Brasil.

Sua atuação na capital federal abrange tanto a dimensão religiosa quanto o diálogo com temas sociais e culturais do país, o que amplia sua relevância no cenário eclesial.

Como membro do Colégio Cardinalício e um dos 132 cardeais eleitores, Dom Paulo Cezar participará do conclave que escolherá o novo papa, após a morte de Francisco. Sua presença entre os eleitores reforça o peso do episcopado brasileiro no processo sucessório da Santa Sé.

Dom Leonardo Ulrich Steiner – Arquidiocese de Manaus

Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner foi criado cardeal pelo Papa Francisco em 2022. Sua atuação é fortemente marcada pelo compromisso com a missão evangelizadora na Amazônia e pela defesa das causas ambientais e sociais que envolvem a região.

Reconhecido por sua proximidade com os povos indígenas e por sua postura pastoral voltada à ecologia integral, Dom Leonardo tem sido uma referência nos debates sobre a presença da Igreja na Pan-Amazônia, especialmente após o Sínodo de 2019.

Como um dos 132 cardeais eleitores, ele estará presente no conclave que elegerá o novo papa. Sua experiência e engajamento com temas ambientais e sociais podem ser aspectos valorizados durante o processo sucessório.

Dom Jaime Spengler – Arquidiocese de Porto Alegre

Nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2016, Dom Jaime Spengler é o arcebispo de Porto Alegre e uma das figuras de destaque da Igreja Católica no Sul do Brasil. Reconhecido por seu trabalho próximo às comunidades e pelo compromisso com a renovação pastoral, tem atuado com ênfase na escuta e no diálogo com os fiéis.

Além da dimensão religiosa, Dom Jaime também se envolve ativamente nas questões sociais e políticas da região, buscando promover a presença da Igreja nos debates públicos e nas ações em favor da justiça social.

Integrante do Colégio Cardinalício, ele é um dos 132 cardeais eleitores que participarão do conclave convocado para eleger o sucessor do Papa Francisco. Sua atuação firme e pastoral o posiciona como uma presença relevante no cenário eclesial contemporâneo.

Dom João Braz de Aviz – Emérito de Brasília

Cardeal emérito de Brasília, Dom João Braz de Aviz foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II em 2001. Reconhecido por seu trabalho com vocações religiosas, ele tem se destacado principalmente em sua atuação na Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, onde exerceu um papel fundamental na orientação e no apoio às comunidades religiosas ao redor do mundo.

Com vasta experiência internacional e uma sólida trajetória dentro da Igreja, Dom João traz para o conclave uma visão enriquecida pela sua vivência nas esferas do Vaticano, o que pode influenciar sua participação na eleição do novo papa. Sua atuação em questões relacionadas à vida consagrada e sua experiência pastoral fazem dele uma figura de importância no contexto eclesial.

Como funciona o conclave

O conclave deve ser iniciado entre 15 e 20 dias após a vacância da Sé Apostólica. No dia marcado, os cardeais eleitores participam de uma missa na Basílica de São Pedro e, em seguida, caminham em procissão até a Capela Sistina. Durante o trajeto, é entoada a Ladainha dos Santos. No interior da capela, diante da pintura do Juízo Final de Michelangelo, os cardeais fazem o juramento de manter absoluto segredo sobre todo o processo.

Após o juramento, o mestre de cerimônias litúrgicas declara "Extra omnes" (“todos fora”), e os cardeais não eleitores se retiram, permanecendo apenas um religioso encarregado de realizar uma meditação sobre o perfil desejado para o novo papa e os desafios da Igreja. Depois dessa reflexão, a eleição tem início.

O processo é conduzido pelo cardeal camerlengo, responsável por administrar a Cúria Romana — o conjunto de instituições que integram o governo central da Igreja — durante a *sede vacante*. A eleição se dá exclusivamente por voto individual e secreto dos cardeais eleitores.

Para ser eleito, o novo papa precisa obter dois terços dos votos. No primeiro dia de conclave, ocorre apenas uma votação. Nos dias seguintes, são realizadas quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde. Se, após 24 votações, não houver consenso, os cardeais podem decidir por maioria absoluta qual procedimento adotar, podendo eleger o papa por maioria simples.

A fumaça da decisão

Após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas. A fumaça liberada pela chaminé da Capela Sistina sinaliza o resultado: preta, quando não há definição; branca, quando um novo papa é escolhido.

O momento da eleição é acompanhado por milhares de fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, e por milhões de espectadores em todo o mundo, que aguardam o anúncio do Habemus Papam — quando o novo pontífice é apresentado ao público.

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