Conclave: Confira a lista de favoritos para ser novo Papa

Site especializado reúne nomes de 12 favoritos ao papado; europeus dominam, e nenhum sul-americano aparece entre os mais citados

Por Da Redação.

O site The College of Cardinals Report, criado pelo vaticanista Edward Pentin em parceria com uma equipe de jornalistas e especialistas católicos, divulgou uma lista com 12 cardeais considerados os principais candidatos a suceder o Papa Francisco. A escolha do novo pontífice começa nesta quarta-feira (7), quando se inicia o Conclave.

O Conclave, cerimônia que escolhe o novo Papa, começa nesta quarta-feira (7). Foto: Catholic News

A relação, que reflete análises de bastidores e perfis individuais, é majoritariamente composta por europeus, com participação de alguns representantes da Ásia e da África. Nenhum cardeal sul-americano figura entre os favoritos. De acordo com os organizadores, a lista não configura um ranking do mais ao menos provável, mas sim um panorama dos nomes com maior visibilidade e influência no cenário atual do colégio cardinalício.

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O conclave é o processo sigiloso pelo qual os cardeais elegem um novo Papa, em caso de morte ou renúncia do pontífice. A sucessão de Francisco, que tem enfrentado problemas de saúde e já sinalizou abertura à ideia de renúncia, vem sendo tema recorrente entre analistas do Vaticano.

Confira a lista, em ordem alfabética:

Anders Arborelius, 75 anos:

Anders Arborelius

Bispo de Estocolmo, na Suécia, foi considerado um modelo pelo papa Francisco pela capacidade de diálogo. Ao ser perguntado se estava pronto para ser papa um dia, ele respondeu: "Não, não posso dizer isso. Porque é muito irrealista. Mas é verdade – é uma possibilidade." Anders é a favor de mais abertura para divorciados e contra o diaconato feminino. Ele é conhecido por seu forte desejo de evitar conflitos a todo custo, segundo clérigos. Nomeado por Francisco em 2017.


Charles Bo, 76 anos:

Charles Bo

Arcebispo de Rangoon, antiga capital de Mianmar, é conhecido por ser forte em temas de injustiça social e diálogo entre religiões. Ele não é a favor da ordenação de mulheres sacerdotes, do celibato sacerdotal ser uma opção e da bênção de casais do mesmo sexo. Charles já esteve à frente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia. Nomeado por Francisco em 2015.


Fridolin Ambongo Besungu, 65 anos:

Fridolin Ambongo Besungu

Arcebispo de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, é um dos candidatos negros e do continente africano a substituir Francisco. Conhecido por suas posições ambientalistas e fortemente anticoloniais. Ele também se posiciona contra a bênção a casais do mesmo sexo. Fridolin expressou preocupações sobre a evangelização superficial e escolheu se concentrar principalmente na dignidade humana, nas questões sociais e na cultura.

Jean-Marc Aveline, de 66 anos:

Jean-Marc Aveline

Arcebispo de Marselha, na França, é apontado como um preferido do próprio Francisco. O favoritismo se deve a sua defesa dos imigrantes. Natural da Argélia, ele é visto por alguns franceses como o responsável por pôr fim a uma "dinastia" de quatro décadas do falecido Cardeal Jean-Marie Lustiger, de Paris, e por anunciar a "nova era". Nomeado por Francisco em 2022.


Luis Antonio Tagle, 67 anos:

Luis Antonio Tagle

Arcebispo emérito de Manila, nas Filipinas, tem cargo na Cúria Romana, a cúpula do Vaticano, desde 2019. Ele é pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e é considerado por especialistas como "Francisco asiático", por compartilhar a visão do papa em diversos temas, como ecologia. Luis Antonio se opõe ao uso de linguagem "severa" na descrição de certos pecados e acredita que a Igreja precisa "aprender sobre" seus ensinamentos de misericórdia, devido às "mudanças nas sensibilidades culturais e sociais". Nomeado por Bento XVI em 2012.


Malcolm Ranjith, 77 anos:

Malcolm Ranjith

Arcebispo de Colombo, capital do Sri Lanka, é da ala tradicional e conservadora do clero, mas se alinha à defesa do meio ambiente como Francisco. Ele é um defensor das reformas do Concílio Vaticano II e vê a Igreja pós-conciliar como um desenvolvimento imperfeito, porém necessário, em um processo de diálogo com o mundo. Malcolm permitiria a pena de morte em certos casos e tende ao capitalismo ético. Nomeado por Bento XVI em 2012.


Matteo Maria Zuppi, 69 anos:

Matteo Maria Zuppi

Cardeal de Roma e presidente da Conferência Episcopal Italiana, equivalente à CNBB brasileira. Colaborador de Francisco em temas internacionais, foi escolhido como mediador na Guerra da Ucrânia, enviado a Kiev e Moscou. Ele tem grande preocupação com os pobres e marginalizados. Sua abordagem é "rejeitar o ódio", gerar "solidariedade autêntica", abraçar o pluralismo religioso e a "fraternidade". Nomeado por Francisco em 2019.


Péter Erdő, 72 anos:

Péter Erdő

Arcebispo de Budapeste, na Hungria, é mais um dos candidatos conservadores da Igreja e é um nome que contrapõe as ideias de Francisco. Ele é a favor do acompanhamento pastoral para divorciados "recasados", mas somente se não houver "nenhuma dúvida" sobre o ensinamento da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio. É contra a aceitação de uniões homossexuais. Além disso, Péter se caracteriza como pró-vida. Nomeado por João Paulo 2º em 2003.


Pierbattista Pizzaballa, 59 anos:

Pierbattista Pizzaballa

O cardeal chefia o Patriarcado Latino de Jerusalém e é o mais jovem da lista de favoritos. Ele vive na Itália há mais de 30 anos e conhece profundamente os temas do Oriente Médio, o diálogo inter-religioso e o meio ambiente. Pierbattista propôs ser refém do Hamas para libertar crianças e ele deseja que a Igreja seja aberta a todos, mas acredita que "isso não significa que ela pertença a todos". Nomeado por Francisco em 2023.


Pietro Parolin, 70 anos:

Pietro Parolin

Secretário de Estado da Santa Sé e responsável pela diplomacia da Igreja, é frequentemente citado como papável pela imprensa especializada, desde 2013. Segundo o site que desenvolveu a lista, ele é o favorito na disputa. Parolin mantém laços de amizade com a Maçonaria italiana desde 2002 e deseja estar próximo dos pobres, além de ter uma perspectiva eclesial e política semelhante à de Francisco. Nomeado por Francisco em 2014.


Robert Sarah, 79 anos:

 Robert Sarah

Cardeal da Guiné é mais uma aposta conservadora da Igreja. Ele está na oposição a Francisco em temas como processo sinodal e abertura a casais homossexuais. Ele defendeu a "reforma da reforma" no que se refere à liturgia, para revisitar e refinar as mudanças litúrgicas implementadas após o Concílio Vaticano II, abordando deficiências e abusos. Robert também é conhecido por ser muito ativo nas redes sociais. É prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Nomeado por Bento XVI em 2010.


Willem Eijk, 71 anos:

Willem Eijk

Arcebispo de Utrecht, na Holanda, também é conservador e considerado um ortodoxo sólido. Ele tem fortes posições pró-vida, em temas como eutanásia. É contra a bênção a homossexuais, por irem contra a ordem de criação de Deus. Durante a pandemia de covid, o cardeal foi um fervoroso defensor da vacinação contra o vírus e demonstra compaixão aos refugiados, especialmente pelos cristãos que fogem da perseguição, enfatizando a necessidade de cuidados com estas pessoas. Nomeado por Bento XVI em 2012.

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