'O que se passa num Conclave é ação de Deus', diz Dom Sérgio da Rocha

Sérgio da Rocha afastou especulações sobre favoritos para assumir papado no Conclave; arcebispo de Salvador fazia parte do Conselho de Cardeais, grupo mais importante de auxílio ao papa

Por Da Redação.

Durante entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (21), o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, comentou a morte do papa Francisco e falou sobre o processo de escolha do novo pontífice, destacando a dimensão espiritual do Conclave.

“Se vocês forem tomar os últimos Conclaves, desde o papa João Paulo I, observem quem eram os indicados segundo a mídia”, iniciou. “Observem que, de um modo geral, não se confirmou os nomes de quem estava sendo indicado, porque o que se passa num Conclave é ação de Deus”, acrescentou.

O cardeal brasileiro, nomeado para a Arquidiocese de Salvador pelo próprio Papa Francisco em 2020, tem sido citado por veículos da imprensa italiana como uma opção que “corre por fora” no cenário sucessório do Vaticano.

O arcebispo de Salvador fazia parte do Conselho de Cardeais, grupo mais importante de auxílio ao papa Francisco.

Reunião do C9, o Grupo de Cardeais do papa Francisco, do qual Dom Sérgio da Rocha fez parte | Foto: arquivo/Vatican News

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Ao comentar o legado do pontífice argentino, Dom Sérgio destacou a relevância dos gestos e ensinamentos de Francisco para além das fronteiras da Igreja.

“Posso dizer que os ensinamentos e os gestos do Papa Francisco repercutiram muito na igreja e no mundo não só pelas suas implicações internas na vida da igreja, mas pelo significado ético, religioso, político, de seus ensinamentos. Daquilo que ele fez, realizou e nos ensinou a fazer”, afirmou. “O jeito ‘simples’ do Papa encantou o mundo.”

Dom Sérgio enumerou atitudes que marcaram o pontificado, como a escolha do nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por sua dedicação aos pobres, e a decisão de viver na Casa Santa Marta, recusando o luxo das tradicionais acomodações papais.

“Todos nós conhecemos e recordamos com especial gratidão o amor que o Papa sempre demonstrou pelos mais pobres, sofredores, pelos que não são devidamente amados e valorizados no mundo de hoje”, seguiu o religioso. “Temos também o empenho extraordinário do Papa pela paz. Sua mensagem de Páscoa falava de paz.”

Sérgio da Rocha era homem de confiança do papa Francisco | Foto: divulgação/Arquidiocese de Salvador

Mesmo enfrentando desafios de saúde nos últimos anos, o Papa Francisco manteve sua rotina religiosa. Para Dom Sérgio, o pontífice foi exemplo de dedicação e superação.

“Francisco foi exemplo de 'força', 'perseverança', de 'seguir em frente e não desanimar'”, disse.

“Creio que vão ficar para a história as últimas cenas de seu pontificado. Ele no meio do povo, fez questão de passar, apesar de todas as limitações e orientações médicas. Ele colocava seu amor pela igreja e pelo povo acima de tudo. Quando ele estava no meio do povo ele se renovava, se animava”, completou o cardeal.

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