Nesta semana: Processo por tentativa de golpe avança à fase final no STF

O processo no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado chega, nesta semana, ao seu momento decisivo. Até a próxima quarta-feira (13), sete acusados, considerados integrantes do núcleo central na elaboração do plano golpista, devem entregar suas alegações finais à Corte.

Essa fase representa a última chance para que as defesas apresentem argumentos capazes de persuadir os ministros a aceitar suas teses. Concluída essa etapa, o relator, ministro Alexandre de Moraes, poderá redigir seu voto e liberar o caso para julgamento.

+ Bolsonaristas realizam carreata em Salvador em novo protesto contra STF

+ Por 'crise de civilidade', ministro Barroso cogita deixar o STF

Envolvidos no núcleo 1 da tentativa de golpe

Além de Bolsonaro, figuram entre os réus do núcleo 1 os ex-ministros Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

Mauro Cid, que firmou acordo de delação, já apresentou suas alegações, afirmando que não participou de qualquer iniciativa para derrubar o governo e que seguia orientações do então comandante do Exército, general Freire Gomes. Sua defesa anexou diálogos para sustentar que o militar se opunha a qualquer tentativa de ruptura institucional.

Na semana passada, Moraes solicitou a prisão domiciliar de Bolsonaro. O ex-presidente também é investigado em outro inquérito, que apura supostas ações para obstruir investigações e conspirar contra o Estado brasileiro durante sua estadia nos Estados Unidos.

A decisão acirrou os ânimos na capital federal. Em frente à residência de Bolsonaro, apoiadores se concentraram com bandeiras e camisetas do Brasil, enquanto outras áreas registraram carreatas e buzinaços. No Congresso, parlamentares de oposição reagiram, articulando projetos classificados como “anti-STF” e pressionando pela abertura de um processo de impeachment contra Moraes.

+ Após Lei Magnitsky, Moraes não deve acionar justiça americana