Agronegócio na Bahia: potência econômica, principais produtos e desafios

Agronegócio na Bahia corresponde a 14,3% da economia estadual, saiba detalhes sobre essa potência econômica, além dos seus principais produtos e desafios

Por João Tramm.

O agronegócio é um dos pilares da economia baiana, responsável por movimentar bilhões de reais e por garantir a presença do estado no cenário nacional e internacional de exportações. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2025, o setor respondeu por 14,3% da economia estadual, confirmando sua força e sua relevância para o desenvolvimento regional.

A Bahia ocupa uma posição estratégica no agronegócio nacional, o setor é peça-chave na economia estadual, representando uma fatia significativa do PIB e das exportações. Segundo dados do Sistema Agrostat do Ministério da Agricultura e Pecuária, no ranking nacional de exportações do agronegócio, a Bahia aparece em 9º lugar, responsável por 4,08% do total exportado pelo Brasil em 2024.

Agronegócio na Bahia: potência econômica, principais produtos e desafios

O valor movimentado foi de US$ 6,71 bilhões, ficando atrás de estados como São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 37,8 bilhões, o maior valor já registrado para o período.

A Bahia teve destaque: sozinha exportou US$ 1,5 bilhão, superando o volume total dos demais estados nordestinos, que juntos somaram US$ 1,44 bilhão. Esse resultado reforça a liderança baiana no setor agropecuário do Nordeste.

Maiores compradores da produção agrícola baiana

Desafios do agronegócio baiano

O agronegócio baiano enfrenta desafios históricos que, segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Dr. Humberto Miranda, comprometem o crescimento sustentável e a competitividade da produção. Em entrevista ao Aratu On, elencou os fatores como a seca, a falta de infraestrutura e a insegurança são pontos críticos para a área.

Um dos maiores obstáculos apontados é a insegurança, seja ela pública ou jurídica, nas terras do campo. Outro gargalo que trava o desenvolvimento é a infraestrutura de transporte. No que se refere à disponibilidade de água, o estado acumula um atraso de duas décadas na construção de barragens.Os pequenos produtores também enfrentam entraves adicionais, dentre eles a falta de energia elétrica e conectividade.

Principais culturas e produtos do agronegócio baiano 

Apesar de não serem os produtos do agronegócio baiano mais lucrativos, na Bahia, o tomate, a batata-inglesa e a cebola lideram o top3 de rendimento por área plantada. Com rendimento médio de 56.023 kg por hectare, o tomate demonstra alto desempenho, mesmo em uma área relativamente pequena de 6,2 mil hectares. A produção total chegou a 343 mil toneladas, movimentando R$ 935,8 milhões no estado.

Apenas utilizando como critério valor gerado em termos de lucro, a soja é a grande protagonista do agronegócio na Bahia. Em 2023, o grão movimentou R$ 17,03 bilhões, com uma área plantada superior a 1,9 milhão de hectares e produção de 7,77 milhões de toneladas. Outro produto que alavanca o agronegócio baiano é o algodão herbáceo. A Bahia é um dos maiores produtores nacionais, rivalizando com Mato Grosso. 

O cultivo concentra-se no Oeste, em grandes propriedades que utilizam sistemas modernos de irrigação e colheita mecanizada. Inclusive não apenas de soja vive a região, cidades como Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, Correntina, São Desidério, Formosa do Rio Preto e Riachão das Neves lideram a produção agrícola e pecuária da Bahia, elevando a região a um papel de destaque no cenário nacional.

Dados compilados pela FAEB

Cacau

O cacau é um capítulo à parte na história, não só da agricultura, mas da Bahia. Desde os primeiros pés plantados em Canavieiras, no sul do estado, a cultura mudou a história econômica e social da Bahia.

Durante décadas, o cacau foi a base da economia local, consolidando o poder da aristocracia rural conhecida como os “coronéis do cacau”. Porém, a praga vassoura-de-bruxa devastou as plantações, gerando desemprego em massa e transformações sociais profundas. O renascimento do setor veio com investimentos em pesquisa científica, incentivo ao cacau fino e políticas de produção sustentável. 

A fruticultura também se consolida como vetor de dinamização do agronegócio baiano. A manga registrou produção de 704,1 mil toneladas, com valor de R$ 1,6 bilhão e empregando 7.982 pessoas. Já a banana alcançou 862,5 mil toneladas, movimentando R$ 1,53 bilhão e garantindo mais de 2.700 empregos. Com o uso intensivo de sistemas de irrigação, regiões como o Vale do São Francisco consegue produzir em todas as estações do ano, o que garante frutas frescas para o mercado interno e externo.

Agronegócio na Bahia: potência econômica, principais produtos e desafios

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