<p dir="ltr">Os professores da rede municipal de ensino entraram no seu 38&deg; dia de greve, mas sofrem press&atilde;o para encerrar o movimento. O motivo mais recente &eacute; o retorno das atividades dos demais<a href="https://aratuon.com.br/politica/servidores-municipais-de-salvador-suspendem-greve-" target="_blank" rel="noopener"> servidores da Prefeitura, que decidiram encerrar a paralisa&ccedil;&atilde;o</a>. A ideia que transita &eacute; de recuar para avan&ccedil;ar, ou seja, retomar &agrave;s atividades para conseguirem, em troca, voltar a negociar com a Prefeitura.</p>
<p dir="ltr">O movimento seria similar ao ocorrido, na &uacute;ltima quinta-feira (13), com o Sindicato dos Servidores do Munic&iacute;pio (Sindsep), como revelou o diretor geral da organiza&ccedil;&atilde;o, Everaldo Braga: "Com a decis&atilde;o tomada pela categoria, esperamos que o prefeito Bruno Reis possa garantir sua afirma&ccedil;&atilde;o de que retomaria a negocia&ccedil;&atilde;o. Vamos acompanhar os pr&oacute;ximos fatos, principalmente, no que diz respeito a palavra do prefeito que atender&aacute; a categoria para retornar as negocia&ccedil;&otilde;es", disse Everaldo Braga.</p>
<p dir="ltr">A possibilidade de "recuar para avan&ccedil;ar" j&aacute; vinha desde quando o <a href="https://aratuon.com.br/politica/muniz-pede-dialogo-e-alerta-para-impacto-da-greve-de-professores-em-salvador" target="_blank" rel="noopener">presidente da C&acirc;mara </a>se disponibilizou para ajudar na negocia&ccedil;&atilde;o. Vereadores ouvidos pelo Aratu On, inclusive da oposi&ccedil;&atilde;o ao prefeito Bruno Reis (UB), esperam que, diante dos novos indicativos, que a pr&oacute;xima assembleia dos professores possa ter um novo desfecho.</p>
<p dir="ltr">&ldquo;Eu garanti o seguinte, se os professores encerrarem a greve, que foi dada como ilegal pela Justi&ccedil;a, eu, no outro dia, levo o sindicato para ser recebido pelo prefeito Bruno Reis e n&oacute;s vamos fazer uma mesa de negocia&ccedil;&atilde;o&rdquo;, se comprometeu Muniz.</p>
<p dir="ltr"><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/ad55e98a-d171-48d6-b825-e68a908f9e22.jpg?width=880&amp;height=649" alt="Professores sofrem press&atilde;o para encerrar greve; Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o: APLB"></p>
<p dir="ltr"><strong>Ilegalidade</strong></p>
<p dir="ltr">A greve foi decretada ilegal pelo Tribunal de Justi&ccedil;a da Bahia (TJ-BA) no &uacute;ltimo dia 30 de maio, mas a decis&atilde;o foi <a href="https://aratuon.com.br/politica/mesmo-com-decisao-do-stf-professores-decidem-manter-greve" target="_blank" rel="noopener">confirmada nesta quinta-feira (12) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).</a> Segundo Toffoli, a greve foi deflagrada de forma prematura, sem o cumprimento de requisitos legais, como a notifica&ccedil;&atilde;o pr&eacute;via de 72 horas em casos de servi&ccedil;os essenciais. O posicionamento da Corte pressiona o movimento sindical.</p>
<p dir="ltr">Apesar disso, Ciclea Oliveira, diretora da APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educa&ccedil;&atilde;o do Estado da Bahia), afirmou que a categoria n&atilde;o vai desistir da greve at&eacute; que seja pago o piso salarial. A diretora ainda admitiu que n&atilde;o tem tido mais di&aacute;logo com a Prefeitura, mas n&atilde;o acredita que o encerramento da greve seria o caminho para retornar &agrave;s negocia&ccedil;&otilde;es.&nbsp;</p>
<p dir="ltr">Ao Aratu On, Ciclea ainda negou que o fim da paralisa&ccedil;&atilde;o dos servidores cause press&atilde;o na categoria da educa&ccedil;&atilde;o. Segundo ela, o movimento &eacute; separado e tamb&eacute;m destacou que iniciaram mobiliza&ccedil;&atilde;o em momentos diferentes: &ldquo;entramos em greve antes deles&rdquo;.</p>
<p dir="ltr"><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/913bda61-05dd-4009-b9a9-9c5cd0df2bc9.jpg?width=600&amp;height=400" alt="Muniz em reuni&atilde;o com APLB  | Foto: Antonio Queir&oacute;s/CMS"></p>

<p data-start="408" data-end="776">O deputado estadual bolsonarista, Leandro de Jesus (PL), reconheceu&nbsp;que existe a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser preso no &acirc;mbito da<a href="https://aratuon.com.br/politica/stf-encerra-interrogatorios-dos-reus-do-nucleo-1-da-tentativa-de-golpe" target="_blank" rel="noopener"> A&ccedil;&atilde;o Penal 2688,<strong> </strong>que apura a tentativa de golpe de Estado ap&oacute;s as elei&ccedil;&otilde;es de 2022<strong id="docs-internal-guid-cde47795-7fff-1549-c60a-38f33c29ce18">. </strong></a><strong id="docs-internal-guid-cde47795-7fff-1549-c60a-38f33c29ce18"></strong>Apesar disso, em entrevista ao Aratu On, Leandro de Jesus classificou o interrogat&oacute;rio realizado no Supremo Tribunal Federal (STF) &ldquo;persegui&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica&rdquo;.</p>
<p data-start="408" data-end="776"><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/63d7accf-aad8-40e0-96fd-2e3f1d3b260f.jpg?width=950&amp;height=534" alt="64088 901467 2025 04 09 19 53 27"></p>
<blockquote data-start="778" data-end="996">
<p data-start="780" data-end="996">&ldquo;&Eacute; poss&iacute;vel que, diante do cen&aacute;rio que estamos, a tirania coloque Bolsonaro na cadeia. Mas ser&aacute; que &eacute; justo? Ser&aacute; que tem motivo? Ou se trata apenas de uma quest&atilde;o de persegui&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica?&rdquo;, questionou em declara&ccedil;&atilde;o ao Aratu On.</p>
</blockquote>
<p data-start="998" data-end="1190">Apesar de admitir o risco jur&iacute;dico enfrentado por Bolsonaro, Leandro afirmou que sua postura ser&aacute; sempre em defesa da liberdade de express&atilde;o, mesmo diante de falas controversas ou impopulares.</p>
<blockquote data-start="1192" data-end="1374">
<p data-start="1194" data-end="1374">&ldquo;Ditadura &eacute; ditadura, tirania &eacute; tirania. Ainda que as falas sejam injustas, absurdas, eu serei sempre defensor da liberdade. Do contr&aacute;rio, daremos espa&ccedil;o para a censura&rdquo;, declarou.</p>
</blockquote>
<p data-start="57" data-end="209"><strong>Malucos</strong></p>
<p data-start="57" data-end="209">Durante seu depoimento no STF, Bolsonaro buscou se desvincular dos apoiadores que pregavam medidas contr&aacute;rias &agrave; ordem democr&aacute;tica. Na fala, o ex-presidente chamou de "malucos" seus apoiadores que defenderam golpe e enquadrou como "golpe" os atos do 8 de janeiro.&nbsp;Ao Aratu On, Leandro negou que tenha se sentido atingido pela fala e argumentou que o ex-presidente se referia especificamente &agrave;queles que defenderam medidas inconstitucionais.</p>
<blockquote data-start="1697" data-end="1928">
<p data-start="1699" data-end="1928">&ldquo;Essa fala n&atilde;o foi com intuito de atingir todas as pessoas que se manifestaram. Foi muito mais restrita aos que defenderam AI-5 ou golpe. A maluquice, na verdade, &eacute; a arbitrariedade no Supremo e no governo que est&aacute; a&iacute;&rdquo;, criticou.</p>
</blockquote>
<p data-start="2189" data-end="2558">Leandro de Jesus tamb&eacute;m criticou a atua&ccedil;&atilde;o do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, por n&atilde;o ter permitido que Bolsonaro exibisse v&iacute;deos durante o interrogat&oacute;rio da a&ccedil;&atilde;o penal. Segundo o parlamentar, os v&iacute;deos comprovariam que o ex-presidente tentou conter atos golpistas, como ao pedir a desmobiliza&ccedil;&atilde;o de caminhoneiros insatisfeitos com o resultado eleitoral.</p>
<p data-start="2560" data-end="2791">O ministro Alexandre de Moraes justificou que o interrogat&oacute;rio &eacute; um momento reservado &agrave; autodefesa e que a exibi&ccedil;&atilde;o de materiais deve ocorrer em fases processuais apropriadas, como nos debates de provas, n&atilde;o durante os depoimentos.</p>
<p data-start="2560" data-end="2791"><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/fe71f1a3-9c36-4d4d-a7d7-aa1e0e19e933.webp?width=1170&amp;height=700" alt="Fonte:  Valter Campanato/Ag&ecirc;ncia Brasil"></p>

<p dir="ltr">Apesar da decis&atilde;o do Supremo Tribunal Federal<a href="https://aratuon.com.br/educacao/toffoli-do-stf-mantem-ilegalidade-da-greve-dos-professores-em-salvador" target="_blank" rel="noopener"> (STF) que manteve ilegalidade da greve dos professores</a> da rede municipal de Salvador como ilegal, a categoria decidiu manter a paralisa&ccedil;&atilde;o. A diretora da APLB (Associa&ccedil;&atilde;o dos Professores Licenciados do Brasil), Ciclea Oliveira, afirmou que a greve continua devido &agrave; falta de negocia&ccedil;&atilde;o efetiva.</p>
<p dir="ltr">Em entrevista ao Aratu On, Ciclea analisou a decis&atilde;o do STF como meramente processual, por isso a categoria decidiu seguir com a paralisa&ccedil;&atilde;o, que se iniciou no dia 6 de maio. A prefeitura, por sua vez, n&atilde;o sinalizou abertura para nova rodada de negocia&ccedil;&atilde;o.</p>
<h3 dir="ltr"><strong>Estopim do impasse:&nbsp;</strong></h3>
<p dir="ltr">A diretora ainda fez uma retrospectiva da paraliza&ccedil;&atilde;o. Segundo a diretora da APLB, a vota&ccedil;&atilde;o do reajuste dos servidores, em que ocorreu a invas&atilde;o da C&acirc;mara, foi o estopim para que acabasse o di&aacute;logo para chegar ao fim da greve.</p>
<p dir="ltr">&ldquo;Aquele momento, a forma como tudo foi conduzido, marcou o fim do di&aacute;logo. E por isso a greve continua. Porque agora estamos piores do que quando come&ccedil;amos.&rdquo;&nbsp;</p>
<p data-start="109" data-end="603">Ciclea destaca que o agravamento do conflito decorreu pela forma como foi conduzida a vota&ccedil;&atilde;o na C&acirc;mara dos Vereadores. A situa&ccedil;&atilde;o gerou revolta e acabou em uma invas&atilde;o do plen&aacute;rio, resultando em confus&atilde;o generalizada e grande repercuss&atilde;o.</p>
<p dir="ltr">&ldquo;Eles fizeram uma jogada e a gente n&atilde;o aceitou. O importante dizer &eacute;: aquela vota&ccedil;&atilde;o n&atilde;o aconteceu no plen&aacute;rio. Eles se reuniram em uma sala secreta, aprovaram uma emenda que destruiu nosso plano de carreira &mdash; e essa emenda sequer tem assinatura. N&atilde;o sabemos quem prop&ocirc;s&rdquo;, argumentou.</p>
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<p data-start="860" data-end="1247" data-is-last-node="" data-is-only-node="">A diretora tamb&eacute;m acusa a prefeitura de manipular os pagamentos para alegar cumprimento do piso salarial. Para isso, teria incorporado gratifica&ccedil;&otilde;es j&aacute; existentes ao vencimento base, sem oferecer aumento real. Al&eacute;m disso, afirma que outras gratifica&ccedil;&otilde;es foram congeladas e transformadas em valores fixos, o que compromete ainda mais os ganhos futuros da categoria, sobretudo diante da infla&ccedil;&atilde;o.</p>
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João Tramm

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