Neurologista lista cinco dicas que podem ajudar a evitar o Burnout
Especialista aponta hábitos simples que podem reduzir o estresse, melhorar o bem-estar e proteger contra o burnout
Por Lucas Pereira.
O Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um transtorno psíquico relacionado ao ambiente de trabalho, marcado por exaustão física e mental, estresse constante e falta de motivação. A alta competitividade e o excesso de responsabilidades têm levado muitos profissionais ao adoecimento.
De acordo com o neurologista Italo Almeida, buscar a saúde mental no dia a dia é uma demanda cada vez mais importante e, com relação ao Burnout, alguns hábitos e dicas pode ajudar a evitar o transtorno.
Confira 5 dicas que podem evitar o Burnout
O especialista explica que a síndrome não acontece do dia para a noite, mas após algum tempo, e que o corpo humano avisa ao indivíduo que algo não está bem. “Muito antes de entrar em colapso, o corpo apresenta sinais. Quando a pessoa está sob pressão e estresse, sintomas como insônia, dor de cabeça e tristeza tendem a ser mais evidentes, provocando episódios de impaciência e irritabilidade”, ressalta.
Para ter uma melhora na qualidade de vida, o neurologista orienta:
1 – Priorize o sono reparador
Dormir menos de seis horas por noite eleva o cortisol, hormônio do estresse, em 37%. O ideal é dormir entre sete e nove horas. Almeida orienta evitar telas ao menos uma hora antes de dormir, optar por refeições leves à noite e criar um ritual para desacelerar. “Estabeleça um ritual noturno. Busque que sua última refeição do dia seja leve e tente ir para a cama mais cedo. Isso com certeza vai ser benéfico para o corpo”, aconselha.
2 – Aposte em uma alimentação anti-inflamatória
Frutas, legumes e alimentos ricos em fibras ajudam no equilíbrio da microbiota intestinal, que produz substâncias benéficas ao cérebro. Já o açúcar refinado e os ultraprocessados aumentam a fadiga adrenal. Alimentos ricos em ômega-3, como sardinha e chia, também são indicados. “Na Bahia, poucos peixes oferecem Omega-3. Peixes criados em cativeiro e alimentados com ração praticamente não têm Ômega-3, que é obtido das algas do fundo do mar. A opção para quem não consegue pela alimentação é suplementar”, orienta Almeida.
3 – Pratique atividade física diariamente
Atividades como caminhada ou yoga ajudam a reduzir a ansiedade em até 40% e aumentam a produção de BDNF, proteína que protege os neurônios. “O importante é manter a frequência, mesmo que não consiga tempo e a intensidade desejada no início. Comece com uma caminhada, troque o elevador pelas escadas, mas mantenha-se em movimento”, recomenda.
4 – Use técnicas de gerenciamento do estresse
A respiração 4-7-8 (inspirar por 4 segundos, segurar por 7 e expirar por 8) pode reduzir o cortisol em até 20% em poucos minutos. Outras práticas, como mindfulness, também ajudam. “A expiração longa ajuda a estimular o nervo vago e reduz o cortisol em poucos minutos”, explica. Outra técnica indicada é o respiro fisiológico, que consiste em uma inspiração profunda, seguida de mais uma curta e uma expiração longa.
5 – Invista em conexões sociais e propósito
Relacionamentos saudáveis estimulam a produção de ocitocina, hormônio que contrabalança o cortisol. “Amigos e amor fazem grande bem e dão mais sentido à vida”, afirma Almeida. Ele sugere marcar ao menos um encontro semanal presencial com amigos ou família. “A diversão alivia bastante o estresse. E essa diversão não tem relação com a ilusão proporcionada pelo consumo do álcool. É importante nutrir-se de momentos especiais, fazer algo que gosta com pessoas que gosta”, completa.
Burnout
De acordo com o Ministério da Saúde, dentre os principais sintomas do Burnout estão "nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas". Além disso, "o estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença". Desde janeiro deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID).
Dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) mostram que 30% das pessoas ocupadas sofrem com a síndrome e, apenas em 2023, 421 pessoas foram afastadas do trabalho segundo levantamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
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