Suplementos: mitos e verdades sobre produtos vendidos nas redes sociais

Especialista orienta sobre mitos e verdades sobre consumo indiscriminado de suplementos sem orientação profissional, prática comum nas redes sociais

Por Lucas Pereira.

Cápsulas de vitaminas, shots energéticos, pós para turbinar o treino e pílulas para dormir melhor. Essas fórmulas mágicas de suplementos, amplamente divulgadas por influenciadores e perfis de bem-estar nas redes sociais, vendem a promessa de saúde e alta performance, mas podem causar sérios riscos à saúde se usados indiscriminadamente. 

Especialista alerta para os perigos do consumo indiscriminado de suplementos sem orientação profissional, prática comum nas redes sociais. Foto: Ilustrativa/Freepik

Para auxiliar no entendimento de mitos e verdades sobre esses produtos, o Dr. Ítalo Almeida, diretor-médico da clínica Neuro Integrada e especialista em Medicina Integrativa com foco em Medicina do Estilo de Vida, explicou alguns pontos sobre os suplementos alimentares.

Segundo o especialista, o problema começa quando a suplementação é feita sem real necessidade. “Ao seguir dicas generalizadas, a pessoa corre o risco de camuflar doenças mais graves. Um suplemento para cansaço, por exemplo, pode postergar o diagnóstico de um problema hormonal, neurológico, metabólico ou até mesmo câncer. Outro exemplo é o uso do ômega-3, que pode aumentar o risco de sangramento em quem faz uso de anticoagulantes”, explica.

Uso de suplementos

Com o aumento da popularidade desses produtos, o consumo também se expandiu: de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Suplementos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), 54% dos lares brasileiros têm pelo menos uma pessoa que utiliza algum tipo de suplemento. Para o especialista, a suplementação sem critério pode ser tão prejudicial quanto uma alimentação deficiente.

A seguir, o médico esclarece os principais mitos e verdades sobre o uso de suplementos:

Mitos:

  • Suplemento é natural, então não faz mal: Produtos naturais também oferecem riscos, sobretudo quando combinados com medicamentos.

  • Quanto mais, melhor: O excesso pode causar toxicidade e prejudicar a absorção de nutrientes essenciais.

  • Todo sintoma precisa de suplemento: A prescrição sem critério pode gerar consumo exagerado e ineficaz.

  • Suplementos são inofensivos e podem ser usados por conta própria: Sem orientação, podem agravar doenças já existentes.

  • Suplementos substituem alimentos: Comida de verdade contém fibras, antioxidantes, enzimas e fitonutrientes — nenhum suplemento oferece essa complexidade.

Verdades:

  • Não substituem hábitos saudáveis: Alimentação equilibrada, sono de qualidade e gestão do estresse continuam sendo indispensáveis.

  • Uso sem orientação pode ser perigoso: Doses altas, como no caso do cromo, podem causar efeitos colaterais graves, como insuficiência renal.

  • Cada corpo tem uma necessidade diferente: Avaliações individuais e exames são indispensáveis para indicar a real necessidade de suplementação.

  • Fitoterápicos também têm efeitos colaterais: Mesmo produtos naturais podem provocar reações adversas ou interações medicamentosas.

  • Cálcio isolado pode ser prejudicial: Sem vitaminas D, K2 e magnésio, o mineral pode causar acúmulo nas artérias ou formação de cálculos renais.

  • Suplemento é complemento, não base: Deve ser indicado apenas diante de uma deficiência comprovada e como parte de um estilo de vida saudável.

Especialistas alertam: fórmulas “naturais” podem causar efeitos colaterais graves quando consumidas sem necessidade. Foto: Ilustrativa/Freepik

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