Repercussão da operação contra Bolsonaro ecoa entre aliados e na Bahia

Deputado baiano afirma que decisões do STF geraram reação dos EUA e critica apoio de Lula a regimes totalitários

Por João Tramm.

A operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro, deflagrada nesta sexta-feira (18), provocou forte reação de aliados do ex-presidente, que classificaram as medidas como “perseguição política” e “afronta ao Estado Democrático de Direito”. A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, incluiu busca e apreensão na residência de Bolsonaro e na sala que ocupa na sede do PL, além da determinação do uso de tornozeleira eletrônica.

Em entrevista ao Aratu On, o deputado estadual Leandro de Jesus (PL) defendeu os movimentos de Flávio e Eduardo Bolsonaro no episódio envolvendo a tarifa de 50% imposta pelo governo americano contra produtos brasileiros. Segundo ele, os filhos do ex-presidente apenas alertaram para uma possível piora nas relações diplomáticas.

+ Ponto a ponto: entenda decisão que impôs novas medidas a Jair Bolsonaro

Repercussão da operação contra Bolsonaro ecoa entre aliados e na Bahia; Divulgação

“Quando a gente ouve as palavras do Flávio ou de outros, o que foi dito é que a situação pode se agravar. Tentaram colocar na mente da população que é interferência direta, mas não há nenhuma decisão ou influência em dizer o que Trump deve ou não fazer. Já Eduardo está é trazendo informações. Quando Lula estava preso, inúmeras autoridades foram ao exterior denunciar a prisão. Por que agora seria diferente?”, questionou.

Após insinuar que Trump poderia jogar "duas bombas atômicas no Brasil", Flávio Bolsonaro recuou no seu discurso e pediu para que o presidente americano não aplicasse o tarifaço nos produtos brasileiros. O novo discurso foi apoiado por Leandro de Jesus: “Ninguém quer tarifa contra o Brasil, ninguém torce por isso. É claro que precisamos de medidas — e acredito que elas precisam ser individuais, pontuais. Isso seria até mais eficaz.”

Para Leandro, dois nomes são responsáveis pela crise: “Tem dois culpados de tudo isso que está acontecendo: Lula e Alexandre de Moraes.”

O deputado baiano afirmou que os próprios atos de Moraes teriam “atravessado o território americano” ao impactar diretamente cidadãos dos Estados Unidos, fazendo alusão a decisões judiciais contra a plataforma X (antigo Twitter) e contas internacionais.

“As decisões de Alexandre de Moraes atingiram cidadãos americanos. Existem meios diplomáticos, e isso poderia afetar diretamente os Estados Unidos. Ele age como um ditador, e os EUA precisaram responder.”

Ele ainda criticou a postura do presidente Lula na política externa: “Lula defendeu o Irã, o Hezbollah e grupos totalitários. Quando ele se coloca ao lado desses regimes, ele isola o Brasil das grandes democracias".

Diego Castro

Outro bolsonarista a se posicionar ante o caso foi o baiano, Diego Castro. 

"Inacreditável. Após Trump expor com clareza as verdadeiras razões das sanções impostas ao Brasil, a perseguição contra Bolsonaro se intensifica ainda mais. Força, capitão. Não há tornozeleira que prenda a esperança de milhões de brasileiros.””

No centro da polêmica, a declaração dada por Bolsonaro em coletiva no último dia 17, quinta-feira,  foi interpretada por Moraes como uma “confissão velada”. O ex-presidente afirmou que a retirada da tarifa de 50% imposta pelos EUA poderia ocorrer caso ele fosse anistiado, o que para o STF configura indício de chantagem institucional.

“Bolsonaro tem razão. Se Lula tivesse humildade e colocasse o Brasil acima da perseguição política, devolveria o passaporte do presidente que tem moral com Trump. Bolsonaro saberia negociar, Lula nem tenta", afirmou Castro logo após a declaração do ex-presidente.

AscomALBA/AgênciaALBA

+ 'Sair do Brasil é a coisa mais fácil', diz Bolsonaro após Operação da PF

Reação do PL

O Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro, emitiu nota oficial repudiando a operação. A sigla considerou a medida “desproporcional” e reafirmou sua confiança no ex-presidente:

“O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação.”

A nota acrescenta que Bolsonaro sempre esteve “à disposição das autoridades” e reitera seu “compromisso com a verdade e o Estado Democrático de Direito”. A nota foi assinada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

+ Com presença de Valdemar Costa Neto, Flávio Matos se filia ao PL

Marcello Casal JrAgência Brasil

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.