Diante do tarifaço, oposição na Bahia critica postura de Lula

Oposição e deputados bolsonaristas cobram diálogo de Lula para reverter tarifaço imposto por Donald Trump

Por João Tramm.

A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros provocou reações imediatas na cena política da Bahia. Lideranças da oposição ao governo Lula apontam falhas na condução diplomática do presidente brasileiro como fator central para o agravamento da situação.

Em entrevista ao Aratu On, o deputado estadual Manoel Rocha (UB), presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), demonstrou preocupação com os impactos no agronegócio, setor que considera estratégico tanto para a economia nacional quanto para o comércio exterior.

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Manuel Rocha 1

"Essa tarifa de 50% pegou todo mundo de surpresa. Ninguém imaginava que viria nesse patamar", disse. O parlamentar lembrou que o Brasil havia sido parcialmente poupado durante a gestão Trump, mas agora vê um cenário mais hostil.

Deputados da extrema-direita foram os primeiros a entoarem críticas à gestão Luiz Inácio Lula da Silva na crise com os Estados Unidos. Em especial porque Donald Trump apoia o líder do grupo Jair Bolsonaro (PL). Dentre os integrantes a se manifestarem sobre destaca-se Diego Castro (PL):

“Lula atacou Trump, ofendeu nosso maior parceiro comercial e agora colhe o resultado: isolamento, perda de confiança e prejuízo para o Brasil. E, como sempre, quem paga o preço é o povo brasileiro”, disparou o parlamentar em declaração à imprensa.

Diego Castro

"Abandona o diálogo, prioriza perseguições políticas e compromete as relações internacionais, mesmo que isso custe empregos, acordos e estabilidade”, acrescentou.

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Oposição ainda cobra cobra resposta rápida às tarifas 

Segundo o presidente da Comissão de Agricultura, os produtos mais afetados pela tarifa devem ser o café e a carne, o primeiro porque os norte-americanos são os maiores consumidores do produto, enquanto que o segundo se deve ao déficit de carne bovina nos Estados Unidos. Apesar disso, uma retratação rápida pode mudar cenário.

"As entidades do setor agropecuário estão todas exigindo do governo uma resposta firme e estratégica", pontuou o deputado.

Na avaliação de Manoel Rocha, o caminho para reverter o tarifação passa pelo diálogo: "Lula tem errado na diplomacia com os Estados Unidos, que são o segundo maior parceiro comercial do Brasil", afirmou. Segundo ele, as críticas frequentes de Lula a Donald Trump contribuíram para o esfriamento das relações.

"Isso aí distancia. Então eu acho que para tentar reverter esse tarifasso, é a via diplomática. Não adianta retalhar, isso vai virar uma bola de neve", alertou Rocha. Ele acrescentou que há expectativa de que a situação seja resolvida até 1º de agosto, data prevista para o início da vigência das novas tarifas.

 

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