No mesmo Brasil que, um m&ecirc;s atr&aacute;s, tinha manchetes alarmistas e previs&otilde;es apocal&iacute;pticas, a quinta-feira terminou com um fato eloquente: o Ibovespa, principal &iacute;ndice da bolsa de valores de S&atilde;o Paulo, subiu mais de 2% e bateu os 137.600 pontos ao longo do dia - a maior pontua&ccedil;&atilde;o da hist&oacute;ria - e fechou em 136.200. Para quem olha s&oacute; as manchetes, isso pode parecer um solu&ccedil;o do mercado. Mas h&aacute; muito mais a&iacute;. H&aacute; uma aula n&atilde;o dada. Ou pior: ignorada.
Esse acontecimento &eacute; uma chance de a gente avaliar o que eu vou chamar de jornalismo de histeria. <a href="https://aratuon.com.br/politica/o-trump-doidao-e-o-jornalismo-da-carochinha" target="_blank" rel="noopener">Ele &eacute; apenas um dos poss&iacute;veis desdobramentos do jornalismo da carochinha.&nbsp;</a>
Exatamente um m&ecirc;s atr&aacute;s, em 8 de abril, uma ter&ccedil;a feira, o &iacute;ndice tinha recuado para 123 mil pontos, contaminado pelo p&acirc;nico global provocado por Donald Trump e sua escalada tarif&aacute;ria, at&eacute; chegar nos surreais 145% contra a China. Naquele momento, vozes encorpadas da m&iacute;dia decretavam o in&iacute;cio de um novo crack de 1929, vaticinavam o colapso do sistema financeiro internacional, falavam em desequil&iacute;brio global como se lessem o fim do mundo na pr&oacute;xima curva.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/40282a09-322f-4abb-bec6-01697add0228.jpg?width=1536&amp;height=1024" alt="Como Trump Se V&ecirc; Como Trump &Eacute; Mostrado (prompt Matheus Carvalho)">
Hoje, a explica&ccedil;&atilde;o para a disparada &eacute; simples e quase ir&ocirc;nica: os Estados Unidos anunciaram um novo acordo comercial com o Reino Unido, sinalizando estabilidade, maturidade e retomada de confian&ccedil;a. Em outras palavras, o mesmo personagem que fora pintado como um incendi&aacute;rio da ordem mundial virou, em 30 dias, um maestro da diplomacia econ&ocirc;mica.
Mas o ponto n&atilde;o &eacute; Trump. Nem os acordos. Nem a volatilidade do mercado. Esse epis&oacute;dio diz bastante sobre geopol&iacute;tica, sobre o estilo de negocia&ccedil;&atilde;o de cada chefe de estado, mas, acima de tudo, sobre a maneira como o jornalismo costuma tratar temas extremamente complexos de formas simpl&oacute;rias e rasas. Trata-se de uma l&oacute;gica que prefere a caricatura &agrave; complexidade, o alarme ao dado, o ju&iacute;zo f&aacute;cil &agrave; investiga&ccedil;&atilde;o dif&iacute;cil. E, com isso, entrega ao p&uacute;blico uma vers&atilde;o distorcida do mundo, cheia de certezas apressadas.
Um m&ecirc;s atr&aacute;s, os analistas apostavam em uma crise sem precedentes, desequil&iacute;brio global, uma nova quebra do sistema financeiro. Esse tipo de cobertura e an&aacute;lise s&atilde;o montados daqui, das reda&ccedil;&otilde;es em S&atilde;o Paulo, de Bras&iacute;lia, de Salvador. Os profissionais se baseiam em algumas reprodu&ccedil;&otilde;es de comentaristas de finan&ccedil;as com uma ou outra p&oacute;s gradua&ccedil;&atilde;o, ou, na melhor das hip&oacute;teses, traduzem um artigo do The Economist ou uma reportagem, com fontes de Washington, publicada no The New York Times. De l&aacute; para c&aacute;, atravessam o oceano sem contexto, sem cr&iacute;tica, e com uma boa dose de julgamento moral.
Nessas an&aacute;lises, presidentes eleitos viram lun&aacute;ticos. Bilion&aacute;rios com acesso a uma elite de pensadores viram ignorantes maquiav&eacute;licos. Estrat&eacute;gias complexas s&atilde;o tratadas como trapalhadas. A partir da&iacute;, os comunicadores decretam: &eacute; um lun&aacute;tico, &eacute; esquizofr&ecirc;nico, n&atilde;o tem no&ccedil;&atilde;o, &ldquo;faz conta de padeiro&rdquo;.
A imprensa cumpre o papel de juiz e parte, quase nunca de mediador. E, o mais grave: quando os fatos desmentem as previs&otilde;es, ningu&eacute;m revisita as manchetes, ningu&eacute;m se pergunta o que errou, ningu&eacute;m faz mea culpa. A engrenagem segue, como se os acontecimentos n&atilde;o tivessem mem&oacute;ria.
Essa l&oacute;gica, al&eacute;m de desinformar, ajuda a instaurar um estado de ansiedade permanente na sociedade. A histeria se torna um v&iacute;cio. E o jornalismo, que deveria ser uma ferramenta para decifrar o mundo, passa a ser mais um dos fatores que o embaralham.
&Eacute; como se os fatos n&atilde;o tivessem rela&ccedil;&atilde;o. Depois de reduzir a uma meia d&uacute;zia de adjetivos pejorativos um bilion&aacute;rio e duas vezes eleito presidente, - assessorado por pensadores e especialistas entre os mais renomados do planeta, muitos deles PHDs nas principais universidades - o jornalismo simplesmente segue em frente.
A histeria j&aacute; tinha sido implantada, junto com ela um sentimento de caos.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/ac586662-dfbf-431f-b4aa-5ad31e91b1c2.jpg?width=1536&amp;height=1024" alt="A Forma De Gritar Pra Chamar Atencao Da Massa (prompt de Matheus Carvalho)">
Agora vir&atilde;o outras an&aacute;lises: Donald Trump recuou diante do cen&aacute;rio mundial, diante da rea&ccedil;&atilde;o de outras na&ccedil;&otilde;es, do mercado interno, ou at&eacute;, pasmem, da opini&atilde;o p&uacute;blica&hellip; Certamente, ningu&eacute;m vai dar margem para a possibilidade de estarem mexendo as pe&ccedil;as do xadrez por estrat&eacute;gia. &Eacute; dif&iacute;cil, daqui, com as informa&ccedil;&otilde;es dadas, fazer essa an&aacute;lise.
Mas o que d&aacute; para dizer &eacute; que um estrago foi feito com interpreta&ccedil;&otilde;es hist&eacute;ricas a respeito de decis&otilde;es e encaminhamentos que foram tomados pelos adultos na sala.
&Eacute; claro que Trump pode errar. Que suas medidas podem ser contestadas. Mas uma cobertura respons&aacute;vel exige mais do que a simples ridiculariza&ccedil;&atilde;o. Um outro favor que o jornalismo prestaria para os seus clientes era aprofundar quais pessoas, quais corpora&ccedil;&otilde;es ganharam muito dinheiro, quais d&iacute;vidas p&uacute;blicas aumentaram ou diminuiram com esse movimento pendular. Exige investigar quem se beneficiou com as quedas e altas da bolsa. Quais fundos lucraram com a volatilidade. Quais governos emitiram mais d&iacute;vidas. Quem ganhou, quem perdeu &mdash; e por qu&ecirc;.
Mas isso exigiria c&aacute;lculos. E, talvez, coragem. Ou pelo menos um pouco de humildade intelectual. A de reconhecer que, muitas vezes, as decis&otilde;es que movimentam o mundo s&atilde;o tomadas por &ldquo;adultos na sala&rdquo; &mdash; que podem estar errados, sim, mas raramente agem sem estrat&eacute;gia.
Infelizmente, ainda estamos presos a um jornalismo que prefere ouvir o barulho da histeria ao sil&ecirc;ncio do pensamento. Reflex&otilde;es que n&atilde;o faltam no pragmatismo com que os donos do poder, geralmente, preferem agir.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/2b6c435f-0633-4e19-af44-dfbf6b5e9a50.jpg?width=1536&amp;height=1024" alt="Os Adultos Na Sala Fazem Tudo Com Planejamento (prompt de Matheus Carvalho)">
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O <a href="https://aratuon.com.br/politica/trump-posta-foto-vestido-de-papa-e-gera-polemica-nas-redes-anticristo">presidente dos Estados Unidos</a>, Donald Trump, anunciou a imposi&ccedil;&atilde;o de uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora do pa&iacute;s e distribu&iacute;dos nos EUA. O an&uacute;ncio foi feito em sua rede social, a Truth Social, no domingo (4). &nbsp;
O ex-presidente tamb&eacute;m disse ter autorizado &oacute;rg&atilde;os governamentais, como o Departamento de Com&eacute;rcio, a iniciar o processo de taxa&ccedil;&atilde;o dos filmes produzidos no exterior. "Queremos filmes produzidos na Am&eacute;rica de novo!", afirmou. &nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/af480a49-0df3-4678-b5ab-b72ed144bb3b.png?width=1280&amp;height=768" alt="Foto: redes sociais | @realdonaldtrump">
Trump afirmou que a ind&uacute;stria cinematogr&aacute;fica norte-americana est&aacute; enfrentando uma "morte muito r&aacute;pida" devido aos incentivos oferecidos por outros pa&iacute;ses para atrair produ&ccedil;&otilde;es estrangeiras. "Esse &eacute; um esfor&ccedil;o conjunto de outras na&ccedil;&otilde;es e, portanto, uma amea&ccedil;a &agrave; seguran&ccedil;a nacional. Al&eacute;m de tudo o mais, trata-se de mensagens e propaganda", declarou. &nbsp;
Ainda n&atilde;o est&aacute; definido se as tarifas anunciadas por Trump ir&atilde;o impactar filmes dispon&iacute;veis em servi&ccedil;os de streaming,<a href="https://aratuon.com.br/especiais/sinonimo-de-riqueza-em-50-cines-da-baixa-dos-sapateiros-desabam-no-esquecimento-e-um-sobrevive-com-encontros-e-pornografia-lgbt">&nbsp;exibidos nos cinemas</a>, ou se ser&atilde;o calculadas com base nos custos de produ&ccedil;&atilde;o ou na receita de bilheteria.
Grandes est&uacute;dios, como Walt Disney, Netflix e Universal Pictures, frequentemente gravam no exterior, especialmente em pa&iacute;ses como Canad&aacute; e Reino Unido. &nbsp;
L&iacute;deres da Austr&aacute;lia e da Nova Zel&acirc;ndia j&aacute; reagiram ao an&uacute;ncio, prometendo defender suas ind&uacute;strias locais. A Austr&aacute;lia sediou grava&ccedil;&otilde;es de filmes da Marvel, enquanto a Nova Zel&acirc;ndia foi palco de "O Senhor dos An&eacute;is". &nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/fc00b61d-6ec1-46a8-832a-ca8117c5e3f5.png?width=1280&amp;height=768" alt="O Senhor dos An&eacute;is. Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">
Dados da ProdPro, empresa de pesquisa, mostram que, em 2023, cerca de metade dos gastos de produ&ccedil;&otilde;es norte-americanas com or&ccedil;amentos acima de US$ 40 milh&otilde;es foi destinada a filmagens fora dos EUA. &nbsp;
Al&eacute;m disso, segundo a FilmLA, organiza&ccedil;&atilde;o sem fins lucrativos que monitora a produ&ccedil;&atilde;o audiovisual em Los Angeles, o n&uacute;mero de filmes e <a href="https://aratuon.com.br/celebridades/lazaro-ramos-entrega-vinis-de-gil-e-jorge-ben-a-astros-de-hollywood-">programas de TV gravados na regi&atilde;o, onde fica Hollywood, caiu quase 40% na &uacute;ltima d&eacute;cada. &nbsp;</a>
Com informa&ccedil;&otilde;es da Ag&ecirc;ncia Brasil
Leia Mais: <a href="https://aratuon.com.br/politica/deputado-pede-impeachment-de-jeronimo-apos-ataque-a-bolsonaristas">Deputado pede impeachment de Jer&ocirc;nimo ap&oacute;s ataque a bolsonaristas</a>

A Xbox vai aumentar os pre&ccedil;os de seus consoles, jogos e outros itens, como controles e t&iacute;tulos originais, como consequ&ecirc;ncia do <a href="https://aratuon.com.br/mundo/trump-recua-de-tarifas-extras-para-smartphones-e-computadores" target="_blank" rel="noopener">&ldquo;tarifa&ccedil;o&rdquo; aplicado pelo presidente dos EUA</a>, Donald Trump.&nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4431ceb2-eaeb-460a-af26-cda0105debad.png?width=1024&amp;height=768" alt="Inicialmente, n&atilde;o h&aacute; previs&atilde;o para o aumento do pre&ccedil;o de consoles e jogos da Xbox no Brasil.Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">
A empresa, que pertence &agrave; Microsoft, segue os passos de suas concorrentes, como a Playstation, da Sony. Inicialmente, segundo comunicado emitido nesta quinta-feira (1), <a href="https://aratuon.com.br/politica/china-anuncia-tarifa-de-84-sobre-produtos-dos-eua-em-resposta-a-trump" target="_blank" rel="noopener">a alta nos pre&ccedil;os</a> vai impactar os EUA, Europa, Reino Unido e tamb&eacute;m a Austr&aacute;lia.
Nos Estados Unidos, o Xbox Series S de 512 GB passa a ser comercializado por US$ 379,99, enquanto o modelo de 1 TB custar&aacute; US$ 429,99, aproximadamente R$ 2150 e R$ 2433, respectivamente. Diversos jogos da empresa ter&atilde;o reajuste de <a href="https://aratuon.com.br/politica/dolar-cai-apos-tarifaco-de-trump-bolsa-brasileira-fica-estavel" target="_blank" rel="noopener">pre&ccedil;o para US$</a> 79,99
A Microsoft Brasil afirmou ainda o aumento no pre&ccedil;o de consoles e jogos ser&aacute; aplicado no Brasil, mas n&atilde;o h&aacute; previs&atilde;o de data. &ldquo;Olhando para o futuro, continuamos focados em oferecer mais maneiras de jogar em qualquer tela e garantir valor para os jogadores de Xbox", disse a empresa ao Omelete.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4d776350-46be-4c03-b6b9-9362b779976b.jpg?width=1024&amp;height=768" alt="Segundo a Microsoft, dona da Xbox, a alta nos pre&ccedil;os vai impactar os EUA, Europa, Reino Unido e tamb&eacute;m a Austr&aacute;lia.Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">

Que tal a gente iniciar um exerc&iacute;cio sobre a controversa guerra tarif&aacute;ria liderada por Donald Trump e juntar isso com a explos&atilde;o de rifeiros - os criminosos ou os ing&ecirc;nuos - no Brasil e na Bahia? Enquanto boa parte de jornalistas brasileiros se det&eacute;m a vociferar contra o chefe de estado da maior na&ccedil;&atilde;o ocidental (movidos por miopia, por ideologia, ou por ignor&acirc;ncia mesmo), talvez seja mais interessante buscar alguma l&oacute;gica intr&iacute;nseca para atitudes intempestivas.&nbsp;
Olhemos um passado recente. Os dados mostram que o chamado per&iacute;odo de globaliza&ccedil;&atilde;o, o p&oacute;s guerra fria, transformou os Estados Unidos na vitrine do planeta. Com a queda do Muro de Berlim e a ascens&atilde;o de um mercado globalizado, o consumo explodiu. A Am&eacute;rica se tornou a maior e melhor prateleira do supermercado planet&aacute;rio. Todas as na&ccedil;&otilde;es, industrializadas ou n&atilde;o, buscam vender ali.&nbsp;
Isso teve um custo. Mais de 70 mil f&aacute;bricas sa&iacute;ram dos EUA para outros pa&iacute;ses, porque isso se tornou mais vantajoso dentro de um ambiente de livre com&eacute;rcio, de civilidade. Era o mundo good vibes, plano, sem muros, sem tarifas, sem fric&ccedil;&otilde;es. O universo teletubbies, que resistiu por quase 40 anos. (Eu, e muita gente que pode estar lendo, s&oacute; vivemos nessa forma de encarar as rela&ccedil;&otilde;es entre pa&iacute;ses, governos e corpora&ccedil;&otilde;es).
S&oacute; que isso teve tamb&eacute;m seu &ocirc;nus. A avalia&ccedil;&atilde;o &eacute; de que, no processo, pelo menos 6 milh&otilde;es de postos de trabalho em f&aacute;bricas sumiram nos EUA. N&atilde;o s&atilde;o seis milh&otilde;es de desempregados, &eacute; mais grave. S&atilde;o milh&otilde;es de empregos que migraram para nunca mais voltar. O ch&atilde;o de f&aacute;brica, esse que moldava fam&iacute;lias e cidades inteiras, virou poeira, repatriado para nunca mais. Adeus.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/75b173f8-d867-44d9-8e9a-d86892a45f9c.png?width=1280&amp;height=768" alt="Rifeiros E Trump">
<h3>Consumo: sacramento laico</h3>
Mas a engrenagem capitalista n&atilde;o p&aacute;ra. A economia precisava continuar pujante, prateleiras cheias, cart&otilde;es de cr&eacute;dito apitando nas m&aacute;quinas, lares lotados de utens&iacute;lios, tecnologia exigindo a renova&ccedil;&atilde;o quase anual de eletr&ocirc;nicos. Am&eacute;rica &eacute; consumo na veia, &eacute; um way of life. (Algu&eacute;m consegue perceber a&iacute; a raz&atilde;o de nos States haver at&eacute; programa de televis&atilde;o especializado em acumuladores e suas neuroses?)
Como &eacute; que se sustenta isso? Restaram os trabalhos no setor de servi&ccedil;os. S&oacute; que nem todos. Para os menos glamourosos, os bra&ccedil;ais, j&aacute; se relegaram os imigrantes - abundantes e sedentos pelo sonho americano. A&iacute; ficaram os chamados trabalhos criativos, que seriam os mais qualificados.&nbsp;
E restou a fal&aacute;cia do empreendedorismo, que ficou vendido para todo o Ocidente, como uma forma de tocar a vida com prosperidade quase infinita. Ser&aacute;? Guardemos esse tema de empreendedorismo para depois&hellip;
<blockquote class="twitter-tweet">
The United States has a chance to do something that should have been done DECADES AGO. Don&rsquo;t be Weak! Don&rsquo;t be Stupid! Don&rsquo;t be a PANICAN (A new party based on Weak and Stupid people!). Be Strong, Courageous, and Patient, and GREATNESS will be the result!
&mdash; Donald J. Trump (@realDonaldTrump) <a href="https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1909258878035828788?ref_src=twsrc%5Etfw">April 7, 2025</a></blockquote>
&nbsp;
<h3>Ponte para o Brasil</h3>
Panorama l&aacute; do Norte posto, agora, precisamos vir dar uma corridinha para entender o Brasil. E para analisar o tipo de risco que estamos correndo. A pesquisa Novo Caged, do Minist&eacute;rio do Trabalho, de janeiro deste 2025, aponta que h&aacute; 47,7 milh&otilde;es de brasileiros empregados (nos setores p&uacute;blico e privado). S&oacute; que a PNAD Cont&iacute;nua, do IBGE, estima que 103 milh&otilde;es de pessoas trabalhavam no pa&iacute;s, no mesmo janeiro (e isso &eacute; menos de 58% da popula&ccedil;&atilde;o economicamente ativa no Brasil).
Qual a principal quest&atilde;o que emerge ao colocar os dados lado a lado? Tem muito mais gente na informalidade. Mais de 55 milh&otilde;es no subemprego, no improviso, do que dentro das regras adotadas pelo pa&iacute;s para considerar um trabalho regular. &nbsp;
Somos um pa&iacute;s &ldquo;ch&atilde;o de f&aacute;brica&rdquo;? Claro que n&atilde;o, e os dados provam. O setor de servi&ccedil;os emprega 50% a 55% das pessoas, seguido pelo com&eacute;rcio (20% a 25%). A&iacute; vem a ind&uacute;stria, com 12% a 15%, colada com o servi&ccedil;o p&uacute;blico, de 10% a 12%. Constru&ccedil;&atilde;o e agropecu&aacute;ria s&atilde;o quase equivalentes, oscilando entre 6% a 9% dos trabalhadores.&nbsp;
Onde est&atilde;o os quase 60 milh&otilde;es sobrevivendo na informalidade? Empreender &eacute; para todos? &Eacute; simples? Exige caracter&iacute;sticas especiais e raras para ter sucesso. Empreender &eacute; diferente de fazer um corre. Fazer um corre &eacute; urg&ecirc;ncia e emerg&ecirc;ncia, &eacute; SAMU e UTI. Empreender &eacute; planejamento e execu&ccedil;&atilde;o, &eacute; wellness e SPA.&nbsp;
Quando o conceito sobre o que seria empreender vira armengue, a&iacute; surge o jeitinho, o improviso, a rifa - mais uma de nossas jabuticabas. &Eacute; desespero disfar&ccedil;ado de oportunidade.&nbsp;
Tudo leva a crer que uma ideia subjacente na guinada do transatl&acirc;ntico americano &eacute; voltar a olhar para as f&aacute;bricas perdidas, n&atilde;o com nostalgia e remorso, mas tentando reverter os chamados cintur&otilde;es de ferrugens, que se formaram onde antes produziam carros, navios, itens de consumo. Regi&otilde;es que colecionam desemprego e opi&oacute;ides. Virou meme chin&ecirc;s mostrar americanos obesos e vermelhos, suando numa linha de produ&ccedil;&atilde;o. Pois &eacute;, terceirizar a m&atilde;o de obra, que era sinal de status, virou raz&atilde;o para piadas bem animadas por Intelig&ecirc;ncia Artificial.&nbsp;
&nbsp;
<h3>&ldquo;Meu filho &eacute; doutor&rdquo;</h3>
Aqui no Brasil, come&ccedil;amos a abdicar dos cursos profissionalizantes para que pais e m&atilde;es orgulhosos fossem vistos contando a todo mundo que o filho agora era doutor. Mas a&iacute; tamb&eacute;m assistimos, numa propor&ccedil;&atilde;o desagrad&aacute;vel, bem maior do que esper&aacute;vamos, advogados e engenheiros formados pilotando Uber para pagar as contas. A euforia evapora na hora.&nbsp;
Conversei, na Antena 1 Salvador, com o presidente do Conselho Nacional do SESI, Fausto Augusto Junior, pela ocasi&atilde;o em que o sistema anunciou 25 mil vagas gratuitas para cursos profissionalizantes (3 mil destas na Bahia). A an&aacute;lise resumida dele: &ldquo;O Brasil &eacute; o pa&iacute;s dos bachareis. A universidade acaba sendo um funil para o mercado de trabalho e, muitas vezes, o formado em n&iacute;vel superior acaba n&atilde;o encontrando emprego naquela &aacute;rea de forma&ccedil;&atilde;o. Temos dificuldades de fazer a ponte entre a escola e o mundo do trabalho. A educa&ccedil;&atilde;o profissional entra nesse hiato. Esse &eacute; um debate que a gente fazia nos anos 90.&rdquo;&nbsp;
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Vamos aos n&uacute;meros do ensino superior no pa&iacute;s, entre os anos 1960 e 2020. Depois, comparemos com o ensino profissionalizante. &nbsp; Nas d&eacute;cadas de 1960 a 1980, o conceito de ensino superior era elitista, com 30 universidades no pa&iacute;s, a maioria p&uacute;blicas. Estimativa de 60 mil alunos. Ap&oacute;s a ditadura, a quantidade de universit&aacute;rios chega a quase um milh&atilde;o. Mas &eacute; com a redemocratiza&ccedil;&atilde;o e Lei de Diretrizes e Bases da educa&ccedil;&atilde;o, de 1996, que o n&uacute;mero de estudantes explode, chega a 2,7 milh&otilde;es, em 2000, segundo dados do Mapa do Ensino Superior.&nbsp;
Os anos 2000 abrem portas para faculdades com o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Em 2008, o n&uacute;mero de universit&aacute;rios atingiu 5,8 milh&otilde;es, com um crescimento de 8,5% em rela&ccedil;&atilde;o a 2007, conforme o Censo da Educa&ccedil;&atilde;o Superior de 2008. Em 2010, o total chegou a 6,5 milh&otilde;es, sendo 6,3 milh&otilde;es em cursos de gradua&ccedil;&atilde;o e 173 mil em p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o.
O crescimento continuou, com destaque para a modalidade de educa&ccedil;&atilde;o a dist&acirc;ncia (EAD). Em 2013, o n&uacute;mero de matr&iacute;culas era de 6,2 milh&otilde;es (Mapa do Ensino Superior 2015). Em 2016, o total foi de 8,05 milh&otilde;es, segundo o Censo da Educa&ccedil;&atilde;o Superior de 2016. Em 2019, o n&uacute;mero de matr&iacute;culas atingiu 8,6 milh&otilde;es, sendo 6,5 milh&otilde;es na rede privada (Censo da Educa&ccedil;&atilde;o Superior 2019). Em 2018, o n&uacute;mero de matr&iacute;culas foi de 8,45 milh&otilde;es, com 3,4 milh&otilde;es de ingressantes, um aumento de 6,8% em rela&ccedil;&atilde;o a 2017.
Em 2020, o n&uacute;mero de matr&iacute;culas no ensino superior foi de 8,6 milh&otilde;es, segundo o Censo da Educa&ccedil;&atilde;o Superior, com um crescimento cont&iacute;nuo, apesar dos impactos da pandemia, gra&ccedil;as &agrave; expans&atilde;o do EAD.
Resumo do crescimento: 1960s: ~50.000-60.000 1980s: ~500.000-1 milh&atilde;o 2000: 2,7 milh&otilde;es 2010: 6,5 milh&otilde;es 2019: 8,6 milh&otilde;es 2020: 8,6 milh&otilde;es
Agora, a radiografia dos cursos t&eacute;cnicos e profissionalizantes, no mesmo per&iacute;odo, entre &nbsp;1960 e 2020.&nbsp;
1960s-1980s: Durante esse per&iacute;odo, o ensino t&eacute;cnico era uma alternativa comum para jovens que n&atilde;o acessavam o ensino superior, mas n&atilde;o havia uma pol&iacute;tica nacional robusta para sua expans&atilde;o. O Servi&ccedil;o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), criado em 1942, era um dos principais provedores. Estima-se que o n&uacute;mero de matr&iacute;culas em cursos t&eacute;cnicos estivesse na casa de 100.000 a 200.000 nos anos 1960, crescendo lentamente para cerca de 500.000 nos anos 1980, com base no aumento da industrializa&ccedil;&atilde;o e da oferta de cursos pelo Senai e pela rede p&uacute;blica.
A partir dos anos 1990, o ensino t&eacute;cnico come&ccedil;ou a ser mais estruturado, mas ainda era ofuscado pelo crescimento do ensino superior. Em 2000, n&atilde;o h&aacute; dados exatos, mas a estimativa &eacute; de um milh&atilde;o de pessoas.&nbsp;
Em 2014, uma pesquisa da Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional da Ind&uacute;stria (CNI) indicou que apenas 6% dos jovens brasileiros de 15 a 24 anos estavam em cursos profissionalizantes, o que equivalia a cerca de 1,5 milh&atilde;o de matr&iacute;culas, considerando a popula&ccedil;&atilde;o dessa faixa et&aacute;ria. Em 2016, o n&uacute;mero de matr&iacute;culas em cursos t&eacute;cnicos era de cerca de 1,8 milh&atilde;o, segundo o Observat&oacute;rio EPT. Em 2019, o n&uacute;mero se manteve pr&oacute;ximo a 1,8 milh&atilde;o, mas caiu para 1,75 milh&atilde;o em 2021, devido aos impactos da pandemia, que interrompeu uma tend&ecirc;ncia de crescimento observada desde 2016.
Em 2020, o n&uacute;mero de matr&iacute;culas em cursos t&eacute;cnicos foi de aproximadamente 1,77 milh&atilde;o, segundo estimativas baseadas em dados do Observat&oacute;rio EPT e do Censo da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica, refletindo uma leve recupera&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o ao in&iacute;cio da pandemia.
Resumo do crescimento do ensino profissionalizante: 1960s: ~100.000-200.000 1980s: ~500.000 2000: ~1 milh&atilde;o (estimado) 2014: ~1,5 milh&atilde;o 2019: ~1,8 milh&atilde;o 2020: ~1,77 milh&atilde;o
Crescimento Relativo Ensino Superior: Entre os anos 1960 e 2020, o n&uacute;mero de universit&aacute;rios cresceu de cerca de 50.000-60.000 para 8,6 milh&otilde;es, um aumento de aproximadamente 14.300%&nbsp;
Cursos T&eacute;cnicos/Profissionalizantes: No mesmo per&iacute;odo, o n&uacute;mero de matr&iacute;culas em cursos t&eacute;cnicos passou de cerca de 100.000-200.000 para 1,77 milh&atilde;o, um aumento de cerca de 885% (usando 200.000 como base).&nbsp;
No mesmo per&iacute;odo, a popula&ccedil;&atilde;o brasileira aumentou de 52 milh&otilde;es para 211 milh&otilde;es, crescimento superior a 300%.
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<h3>Fatores de Desinteresse</h3>
Atra&ccedil;&atilde;o pelo Ensino Superior: O crescimento exponencial do ensino superior, especialmente a partir dos anos 2000, foi impulsionado por pol&iacute;ticas p&uacute;blicas (Fies, ProUni, expans&atilde;o de universidades federais) e pela percep&ccedil;&atilde;o social de que um diploma universit&aacute;rio oferece melhores oportunidades de emprego e sal&aacute;rio. Em 2019, a remunera&ccedil;&atilde;o de quem tinha ensino superior completo era quase tr&ecirc;s vezes maior que a de quem tinha apenas o ensino m&eacute;dio, segundo o Mapa do Ensino Superior. Baixa Valoriza&ccedil;&atilde;o dos Cursos T&eacute;cnicos: Apesar de 90% dos brasileiros acreditarem que a forma&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica aumenta as chances de emprego (pesquisa CNI, 2014), 75% nunca fizeram um curso profissionalizante, citando falta de tempo (40%), recursos (26%) e interesse (22%). Isso sugere que, embora os cursos t&eacute;cnicos sejam vistos como &uacute;teis, eles n&atilde;o s&atilde;o a primeira escolha para muitos jovens.
H&aacute; um Desinteresse Progressivo? Sim, os dados indicam um desinteresse relativo pelos cursos profissionalizantes em compara&ccedil;&atilde;o com o ensino superior. Fatores culturais (valoriza&ccedil;&atilde;o do diploma universit&aacute;rio), econ&ocirc;micos (maior retorno financeiro) e estruturais (pol&iacute;ticas p&uacute;blicas que priorizaram a expans&atilde;o universit&aacute;ria) terminam combinando com a percep&ccedil;&atilde;o de que os cursos t&eacute;cnicos s&atilde;o uma "segunda op&ccedil;&atilde;o".
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Rifeiro Nanan &eacute; preso novamente em opera&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;cia Civil<a href="https://t.co/mRTqpZdOur">https://t.co/mRTqpZdOur</a> <a href="https://t.co/vfFnYKrTmL">pic.twitter.com/vfFnYKrTmL</a>
&mdash; Aratu On (@aratuonline) <a href="https://twitter.com/aratuonline/status/1909926255027237342?ref_src=twsrc%5Etfw">April 9, 2025</a></blockquote>
Ser&aacute; uma simples casualidade no dia que o mundo se revela em p&acirc;nico generalizado pela trade war escalando, a Pol&iacute;cia Civil da Bahia prender 23 pessoas por aplicarem golpes de rifa na internet (chegando a cifras de R$680 milh&otilde;es em contas)? E que policiais militares s&atilde;o acusados de prestarem assist&ecirc;ncia para que esse dinheiro corra livremente at&eacute; chegar na lavanderia do crime organizado e do narcotr&aacute;fico? N&atilde;o acredito em coincid&ecirc;ncias. Fazer essa conex&atilde;o Washington, Feira de Santana, Busca Vida e Beijing pode ter sentido. T&aacute; tudo dominado.&nbsp;

O governo da China anunciou nesta quarta-feira (9) a imposi&ccedil;&atilde;o de uma tarifa de 84% sobre <a href="https://aratuon.com.br/politica/lula-diz-que-resposta-sera-reciproca-caso-trump-taxe-produtos-brasileiros" target="_blank" rel="noopener">produtos importados dos Estados Unidos</a>. A medida entra em vigor j&aacute; nesta quinta-feira (10) e &eacute; uma resposta direta ao novo pacote de tarifas comerciais determinado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Do lado norte-americano, as novas tarifas contra produtos chineses, que somam 104%, come&ccedil;aram a valer na manh&atilde; desta quarta. A escalada das tens&otilde;es comerciais entre as duas maiores economias do mundo teve reflexo imediato no mercado financeiro: as bolsas asi&aacute;ticas abriram em queda.
+ <a href="https://aratuon.com.br/politica/lula-pede-que-trump-fale-manso-e-diz-nao-ter-medo-quero-respeito" target="_blank" rel="noopener">Lula pede que Trump 'fale manso' e diz n&atilde;o ter medo: 'Quero respeito'</a>
+ <a href="https://aratuon.com.br/politica/trump-critica-retaliacao-da-china-e-diz-que-pais-entrou-em-panico" target="_blank" rel="noopener">Trump critica retalia&ccedil;&atilde;o da China e diz que pa&iacute;s 'entrou em p&acirc;nico'</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/47d2f296-9fd4-406a-8aa0-98e61a559b08.jpg?width=6000&amp;height=4000" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">
Em entrevista &agrave; emissora norte-americana Fox News, o Secret&aacute;rio do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, criticou a decis&atilde;o de Pequim. Para ele, a rea&ccedil;&atilde;o chinesa &eacute; &ldquo;infeliz&rdquo; e pode gerar preju&iacute;zos ao pr&oacute;prio pa&iacute;s. &ldquo;Eles podem elevar suas tarifas, mas e da&iacute;?&rdquo;, disse.
Bessent tamb&eacute;m afirmou que &ldquo;tudo est&aacute; em discuss&atilde;o&rdquo; e sugeriu que um &ldquo;&oacute;timo passo&rdquo; por parte da China seria &ldquo;reconhecer e punir traficantes que exportam fentanil para os EUA&rdquo;. O secret&aacute;rio ainda acusou o governo chin&ecirc;s de falta de disposi&ccedil;&atilde;o para negociar: &ldquo;Acho lament&aacute;vel que os chineses realmente n&atilde;o queiram vir e negociar, porque s&atilde;o os piores infratores no sistema de com&eacute;rcio internacional&rdquo;, declarou.
De acordo com reportagem do The New York Times, o governo chin&ecirc;s publicou nesta quarta-feira uma extensa nota oficial denunciando o que classificou como anos de pr&aacute;ticas protecionistas por parte dos Estados Unidos. O comunicado tamb&eacute;m acusa Washington de violar o acordo comercial assinado entre os dois pa&iacute;ses no fim do primeiro mandato de Trump.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9096d868-5001-4786-8829-1748ba940b34.jpg?width=6552&amp;height=4368" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">

No teatro geopol&iacute;tico global, parece haver sempre uma plateia ansiosa por vil&otilde;es e mocinhos. O notici&aacute;rio vira novela. O debate, caricatura. E o jornalismo pol&iacute;tico &mdash; que deveria iluminar zonas complexas da realidade &mdash; acaba muitas vezes recorrendo ao modo &ldquo;carochinha&rdquo; de contar hist&oacute;rias: com pastel&otilde;es, r&oacute;tulos simplistas e uma urg&ecirc;ncia por moralizar o mundo como se fosse um conto de fadas &agrave;s avessas.
S&oacute; na &uacute;ltima semana, li e ouvi colegas aqui no Brasil qualificando Donald Trump como "doid&atilde;o", "lun&aacute;tico", "esquizofr&ecirc;nico". E tudo isso dentro de colunas e an&aacute;lises supostamente neutras. Cr&iacute;ticas s&atilde;o leg&iacute;timas. Mas quando o adjetivo suplanta o argumento, o jornalismo se apequena &mdash; e o entendimento se desfaz.
O jornalista graduado, com uma especializa&ccedil;&atilde;o e, talvez, um mestrado na &aacute;rea de humanas, se desafia a &ldquo;ensinar&rdquo; a um chefe de estado, que pode estar sendo assessorado por um ou dois candidatos ao Nobel de Economia. E, dessa maneira, v&atilde;o elencando que essa ou aquela medida vai causar infla&ccedil;&atilde;o, vai provocar turbul&ecirc;ncia mundial. Sempre adornando os coment&aacute;rios com um excesso de adjetivos, muitos deles pejorativos. N&oacute;s, graduados em comunica&ccedil;&atilde;o, que lemos dois ou tr&ecirc;s artigos da m&iacute;dia internacional, que ouvimos um podcast a caminho para o trabalho, estamos nos autorizando a faniquitos p&uacute;blicos em nome apregoar nossa vis&atilde;o solo de mundo.&nbsp;
H&aacute; algo desconfortavelmente arrogante na forma como parte da imprensa, mesmo aquela qualificada, encara o poder global. N&oacute;s lidamos com informa&ccedil;&atilde;o, muitas delas de segunda ou terceira m&atilde;o. Eles est&atilde;o lidando com dados brutos, os mais sens&iacute;veis e exclusivos poss&iacute;veis, muitos deles que s&oacute; chegaram ao conhecimento dos integrantes de uma sala de reuni&atilde;o com seis cadeiras. Enquanto isso, as vis&otilde;es pragm&aacute;ticas, essas, ficam em segundo plano.&nbsp;
Mas h&aacute; uma diferen&ccedil;a brutal entre quem lida com informa&ccedil;&atilde;o de segunda ou terceira m&atilde;o e quem tem acesso a dados brutos, relat&oacute;rios confidenciais e reuni&otilde;es estrat&eacute;gicas com seis cadeiras e nenhuma c&acirc;mera. O que se perde, nesse fosso entre o que &eacute; dito e o que &eacute; sabido, &eacute; a chance de uma an&aacute;lise real: cr&iacute;tica, mas n&atilde;o hist&eacute;rica; profunda, mas n&atilde;o panflet&aacute;ria.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d3d819be-d964-4d6a-8d9c-4312e764d7c9.png?width=2245&amp;height=1587" alt="Trump &eacute; chamado de Doid&atilde;o ">
<h3>As pot&ecirc;ncias passam. O tom professoral, n&atilde;o.</h3>
Ao longo de dois mil&ecirc;nios, o mundo j&aacute; viu imp&eacute;rios surgirem e ru&iacute;rem: Roma, Biz&acirc;ncio, Otomanos, Portugal, Espanha, Fran&ccedil;a, Reino Unido. Todos, a seu tempo, foram donos do peda&ccedil;o. Todos tamb&eacute;m pensaram que durariam para sempre. At&eacute; chegar a supremacia americana.
O Imp&eacute;rio Romano, que controlou vastas &aacute;reas na Europa, Norte da &Aacute;frica e Oriente M&eacute;dio, prevaleceu por 500 anos at&eacute; come&ccedil;ar a ruir em 476 d.C. desestabilizado por invas&otilde;es, corrup&ccedil;&atilde;o e intrigas pol&iacute;ticas. Mas cedeu espa&ccedil;o para uma auto fragmenta&ccedil;&atilde;o, que foi o Imp&eacute;rio Bizantino, preservando a cultura romana e crist&atilde; no Mediterr&acirc;neo Oriental, at&eacute; a queda de Constantinopla, em 1453. Por uma sucess&atilde;o de guerras, foi suplantado pelo Imp&eacute;rio Otomano, que resistiu at&eacute; a Primeira Guerra Mundial, em 1918.&nbsp;&nbsp;
Enquanto isso, no v&aacute;cuo deixado pela Roma Ocidental, as na&ccedil;&otilde;es europeias formaram os imp&eacute;rios coloniais, ocupando terras na Am&eacute;rica e na &Aacute;frica. Portugal e Espanha liderando as grandes navega&ccedil;&otilde;es, seguidos por Fran&ccedil;a e Holanda. o Reino Unido tornou-se a maior pot&ecirc;ncia do s&eacute;culo XIX, lastreado pela poderosa frota mar&iacute;tima e pela industrializa&ccedil;&atilde;o. No auge, em 1870, controlava &frac14; da popula&ccedil;&atilde;o e do territ&oacute;rio do planeta.&nbsp;&nbsp;
A &ldquo;transmiss&atilde;o de faixa&rdquo; para os Estados Unidos, no s&eacute;culo XX, n&atilde;o foi t&atilde;o traum&aacute;tica. Era como passar o imp&eacute;rio de um tio aristocrata para um sobrinho querendo modernidade e com possibilidade estrat&eacute;gica de um continente inteiro protegido por dois oceanos, e de muitos mais recursos naturais. Entre 1870 e 1913, o PIB americano saltou de cerca de 2% para 19% do total mundial, superando o Reino Unido em produ&ccedil;&atilde;o industrial j&aacute; na d&eacute;cada de 1890.&nbsp;
A vit&oacute;ria na Segunda Guerra Mundial montou uma nova correla&ccedil;&atilde;o de for&ccedil;as geopol&iacute;ticas, com EUA e Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica. Em 1945, o PIB americano eram metade de todo o mundo (devido &agrave; destrui&ccedil;&atilde;o da Europa) e assim foi f&aacute;cil assumir a lideran&ccedil;a militar e pol&iacute;tica com o Plano Marshall e a cria&ccedil;&atilde;o da ONU.
Os russos n&atilde;o tiveram como manter por 70 anos o poderio b&eacute;lico, com uma economia planificada e de pouca inova&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o ao Ocidente. A ind&uacute;stria armamentista consumia 20% do PIB, enquanto os americanos gastavam 7%, a&iacute; sobrava pouco dinheiro para as necessidades de uma popula&ccedil;&atilde;o sob regime comunista. A queda do Muro de Berlim foi s&oacute; o marco simb&oacute;lico para um imp&eacute;rio ruindo por dentro.&nbsp;&nbsp;
A ascens&atilde;o dos Estados Unidos n&atilde;o foi traum&aacute;tica como a queda de Constantinopla ou o colapso sovi&eacute;tico. Foi quase uma transmiss&atilde;o de bast&atilde;o entre um tio aristocr&aacute;tico e um sobrinho moderno &mdash; este com dois oceanos a proteg&ecirc;-lo, uma economia pulsante e uma ind&uacute;stria impar&aacute;vel.
Sob o pretexto de ser o xerife das democracias no mundo, os EUA fizeram sua ocupa&ccedil;&atilde;o global, de forma direta, ou mandando a procura&ccedil;&atilde;o pela OTAN. Mas tem uma hora (e todos os anteriores donos do peda&ccedil;o vivenciaram isso) que a conta n&atilde;o consegue se pagar. H&aacute; &oacute;bvios b&ocirc;nus econ&ocirc;micos, pol&iacute;ticos e culturais em ser o chef&atilde;o a quem todos recorrem no momento de aperto. Mas os &ocirc;nus parecem cada vez mais temer&aacute;rios aos internos que, supostamente, precisam manter a fatura em dias.&nbsp;
<h3>Entre Maquiavel e Sun Tzu</h3>
O jornalismo da carochinha geralmente opta por narrativas fantasiosas, ou &eacute;picos de batalhas do bem contra o mal, que podem ter vis&otilde;es simplistas, ing&ecirc;nuas ou reducionistas, enxergando as mensagens apenas com vistas ao pr&oacute;ximo ciclo lunar, n&atilde;o percebendo que a mudan&ccedil;a &eacute; de era - e n&atilde;o apenas de mar&eacute;.&nbsp;
E foi assim que, nos &uacute;ltimos dias, ouvi e li que Donald Trump seria controverso, agressivo, pol&ecirc;mico - isso em an&aacute;lises e reportagens mais neutras. Os mais exaltados se referiram a lun&aacute;tico, doid&atilde;o, esquizofr&ecirc;nico, irrespons&aacute;vel, ou &ldquo;faz conta de padeiro&rdquo;. Ningu&eacute;m &eacute; obrigado a simpatizar ou levantar bandeira de um exc&ecirc;ntrico bilion&aacute;rio na Casa Branca (particularmente, aquela imposta&ccedil;&atilde;o de voz arrogante, o bronzeado artificial e o topete de mau gosto me causam esp&eacute;cie). Agora, usar interpreta&ccedil;&otilde;es rasas s&oacute; para mascarar como an&aacute;lise o que &eacute; pura antipatia &eacute; desservi&ccedil;o.&nbsp;
Seria o momento de desdobrar um racioc&iacute;nio de que o pensamento ocidental &eacute; muito domesticado por ideias de Nicolau Maquiavel, em o Pr&iacute;ncipe, o manual pol&iacute;tico do s&eacute;culo XVI:
<ul>
<li>O pragmatismo acima da moral: &ldquo;os fins justificam os meios&rdquo; virou uma interpreta&ccedil;&atilde;o recorrente para o livro, que cita textualmente "&Eacute; melhor ser temido do que amado, se n&atilde;o puder ser ambos"</li>
<li>Apar&ecirc;ncia e Percep&ccedil;&atilde;o: O sucesso depende de como o pr&iacute;ncipe &eacute; percebido. ("Os homens julgam mais pelos olhos do que pelas m&atilde;os.")</li>
<li>Adaptabilidade: Flexibilidade e aud&aacute;cia s&atilde;o essenciais para lidar com imprevistos.</li>
<li>Controle do Poder: Eliminar amea&ccedil;as internas, oferecer seguran&ccedil;a e estabilidade.</li>
</ul>
Enquanto o Oriente domina melhor Sun Tzu, militar chin&ecirc;s do s&eacute;culo V a.C., e A Arte da Guerra:
<ul>
<li>Planejamento e Prepara&ccedil;&atilde;o: "Todo combate &eacute; baseado no engano." A vit&oacute;ria come&ccedil;a antes da batalha, com planejamento meticuloso, conhecimento do terreno, do inimigo e de si mesmo.&nbsp;&nbsp;</li>
<li>Estrat&eacute;gia sobre For&ccedil;a Bruta: Vencer sem lutar &eacute; o &aacute;pice da habilidade. Subjugar o inimigo pela diplomacia ou enfraquec&ecirc;-lo estrategicamente &eacute; superior ao confronto direto. "A suprema arte da guerra &eacute; derrotar o inimigo sem combater."</li>
<li>Engano e Intelig&ecirc;ncia: Confundir o inimigo sobre suas inten&ccedil;&otilde;es e capacidades &eacute; fundamental. Como a &aacute;gua se molda ao terreno, o l&iacute;der deve ajustar suas t&aacute;ticas &agrave;s circunst&acirc;ncias.</li>
<li>Gest&atilde;o de recursos: A efici&ecirc;ncia e a rapidez s&atilde;o vitais para preservar a for&ccedil;a do ex&eacute;rcito e do estado.</li>
</ul>
Nessa disputa silenciosa, quem est&aacute; aplicando qual cartilha? O valent&atilde;o da rua, que grita e toma esteroides para parecer mais musculoso, ou o lutador franzino que, com um golpe bem dado, imobiliza sem alarde?&nbsp;
<h3>A histeria anal&iacute;tica e o desservi&ccedil;o</h3>
O competente Reinaldo Azevedo, cujos coment&aacute;rios em r&aacute;dio e tv, e textos representam boas contribui&ccedil;&otilde;es para a intelig&ecirc;ncia na m&iacute;dia nacional, cai nessa cilada. Opta por qualificar como &ldquo;doid&atilde;o&rdquo;, por considerar que o protecionismo tem fortes ind&iacute;cios de pressionar a infla&ccedil;&atilde;o interna, sobre a rejei&ccedil;&atilde;o da comunidade internacional - e tamb&eacute;m dos eleitores americanos - com a pol&iacute;tica tarif&aacute;ria mais agressiva.&nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5b028607-d341-4188-8924-9ee8f6d35c1c.jpg?width=1138&amp;height=635" alt="cap: mercados derretem, trump mais doid&atilde;o ">
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=BIe0RTBXJu0" target="_blank" rel="noopener">Trump Doid&atilde;o, por Reinaldo Azevedo</a>
Ele n&atilde;o apenas escorrega no ju&iacute;zo, mas abre m&atilde;o de explicar o que de fato est&aacute; acontecendo. O protecionismo trumpista n&atilde;o &eacute; uma excentricidade pessoal: &eacute; a resposta de um imp&eacute;rio em transi&ccedil;&atilde;o, que tenta reindustrializar &agrave; for&ccedil;a, segurar sua classe m&eacute;dia no cabo de a&ccedil;o da ret&oacute;rica, e reinventar o &ldquo;inimigo externo&rdquo; como cola social.
A antipatia pessoal, mesmo justificada, n&atilde;o pode substituir a an&aacute;lise de conjuntura. A redu&ccedil;&atilde;o caricatural, neste caso, n&atilde;o &eacute; apenas pregui&ccedil;osa. &Eacute; tamb&eacute;m perigosa, porque ajuda o p&uacute;blico a n&atilde;o entender o que est&aacute; em jogo. E o que est&aacute; em jogo &eacute; muito mais do que a reelei&ccedil;&atilde;o de um bilion&aacute;rio bronzeado. &Eacute; o fim de uma era.
O ran&ccedil;o poderia dar espa&ccedil;o a uma an&aacute;lise mais abrangente e complexa de uma conjuntura bem dif&iacute;cil de cravar apostas. Por tudo o que foi resumido aqui, &eacute; natural, a per&iacute;odos cada vez mais curtos, a altern&acirc;ncia de hegemonias entre pot&ecirc;ncias.&nbsp;
C&aacute; entre n&oacute;s, tudo leva a crer que a China j&aacute; tenha ultrapassado. Basicamente, h&aacute; duas formas de entrar numa briga: querendo mostrar que &eacute; mais forte do que realmente &eacute; (e assim, intimidar - o valent&atilde;o da rua, que grita e toma ester&oacute;ides, mas manda melhor nas falas do que no soco) ou sugerindo que &eacute; mais fr&aacute;gil e inofensivo que realmente &eacute; (e assim, surpreender - como o praticamente de arte marcial, franzino, mas com toques precisos para imobilizar o advers&aacute;rio).
Enquanto os EUA gritam, imp&otilde;em tarifas e convocam a OTAN como uma extens&atilde;o de sua diplomacia armada, a China expande sil&ecirc;ncios. Constr&oacute;i estradas, influencia moedas, compra terras, financia campanhas. Uma ascens&atilde;o que parece ter mais a ver com estrat&eacute;gia milenar do que com tweets intempestivos.
<h3>Uma era que n&atilde;o &eacute; mais americana</h3>
A hist&oacute;ria n&atilde;o caminha em linha reta &mdash; ela se dobra, trope&ccedil;a, se reinventa. O s&eacute;culo XXI, ao contr&aacute;rio do que prometeram os gurus de Davos, n&atilde;o ser&aacute; uma festa liberal em Manhattan. Ser&aacute; multipolar, turbulento, marcado por choques entre modelos, valores e narrativas.
E talvez os EUA estejam mesmo declinando &mdash; n&atilde;o por incompet&ecirc;ncia, mas por esgotamento. E talvez Trump seja, mais do que causa, um sintoma. Um imp&eacute;rio exausto que faz barulho para n&atilde;o parecer fraco. Que age mais por refluxo do que por raz&atilde;o. Que, como um le&atilde;o velho, ainda ruge &mdash; mas j&aacute; n&atilde;o corre.
N&atilde;o ser&aacute; que esteja abdicando de grande parte de suas anteriores zonas de influ&ecirc;ncia sob o pretexto de ser estressado demais? Algu&eacute;m que esteja nessa posi&ccedil;&atilde;o de poder, autoridade m&aacute;xima n&atilde;o apenas de um pa&iacute;s, mas de um bloco global inteiro, poderia estar agindo de acordo com seus humores matinais, sua vis&atilde;o &uacute;nica de mundo e sob o est&iacute;mulo de crises de azia e refluxo ap&oacute;s uma sequ&ecirc;ncia de tr&ecirc;s latinhas de Coca Zero?
Analisar o mundo de hoje sob esses vieses de histerias de pr&iacute;ncipes n&atilde;o parece apenas antiquado. &Eacute; tamb&eacute;m superficial e incomodamente ilus&oacute;ria. O papel do jornalismo, nesse contexto, n&atilde;o &eacute; rir do rugido, nem zombar do topete. &Eacute; entender por que o bicho, mesmo cansado, ainda assusta. E perguntar: o que vir&aacute; depois do rugido?
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta sexta-feira (4), que a China "jogou errado" ao retaliar as tarifas impostas por seu governo. "Eles entraram em p&acirc;nico", declarou Trump em publica&ccedil;&atilde;o na Truth Social.
Mais cedo, Pequim anunciou a aplica&ccedil;&atilde;o de uma tarifa de 34% sobre todos os <a href="https://aratuon.com.br/politica/lula-diz-que-resposta-sera-reciproca-caso-trump-taxe-produtos-brasileiros" target="_blank" rel="noopener">bens importados dos Estados Unidos</a>, em resposta ao <a href="https://aratuon.com.br/politica/dolar-cai-apos-tarifaco-de-trump-bolsa-brasileira-fica-estavel" target="_blank" rel="noopener">aumento tarif&aacute;rio decretado pelo governo norte-americano</a> na quarta-feira (2). Segundo Trump, reagir dessa forma era "a &uacute;nica coisa que eles n&atilde;o podem se dar ao luxo de fazer".
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9096d868-5001-4786-8829-1748ba940b34.jpg?width=6552&amp;height=4368" alt="">
Paralelamente &agrave; disputa comercial, o presidente destacou o desempenho positivo do mercado de trabalho dos EUA. De acordo com o Departamento do Trabalho, os empregadores criaram 228 mil postos de trabalho em mar&ccedil;o, um n&uacute;mero acima das expectativas e superior aos 117 mil registrados em fevereiro, ap&oacute;s revis&atilde;o. Apesar do crescimento no n&iacute;vel de emprego, a taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2%.
O relat&oacute;rio de empregos refor&ccedil;a a estrat&eacute;gia econ&ocirc;mica de Trump, que afirmou que os impactos de suas pol&iacute;ticas ainda est&atilde;o come&ccedil;ando a se manifestar. O republicano tem utilizado os dados positivos para sustentar sua postura firme em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; China e justificar a imposi&ccedil;&atilde;o de tarifas como parte de sua estrat&eacute;gia comercial.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9c4c0a9c-47fc-4331-b3d0-6d7593df4b82.jpg?width=2133&amp;height=3200" alt="Trump destacou o desempenho positivo do mercado de trabalho dos EUA. | Foto: Ilustrativa/Pexels">

O presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva comentou, neste s&aacute;bado (1), que o presidente da Ucr&acirc;nia, Volodymyr Zelensky, &ldquo;sofreu uma humilha&ccedil;&atilde;o&rdquo; por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na sexta-feira (28), a reuni&atilde;o entre Trump e Zelensky, onde o tema era buscar uma solu&ccedil;&atilde;o para a guerra com a R&uacute;ssia, <a href="https://aratuon.com.br/mundo/trump-bate-boca-com-zelensky-voce-esta-sendo-desrespeitoso-com-os-eua" target="_blank" rel="noopener">terminou em discuss&otilde;es acaloradas diante da imprensa internacional</a>.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/59180e74-54aa-40d3-a48a-8e8b7fabf200.webp?width=754&amp;height=505" alt="Lula conversa com l&iacute;der alem&atilde;o sobre situa&ccedil;&atilde;o da Ucr&acirc;nia. Foto: Ricardo Stuckert /PR">
&ldquo;Eu n&atilde;o sou diplomata, mas eu acho que a diplomacia, desde que o planeta Terra foi criado, desde que a diplomacia foi criada, n&atilde;o se via uma cena t&atilde;o grotesca, t&atilde;o desrespeitosa como aquela que aconteceu no Sal&atilde;o Oval da Casa Branca. Eu, sinceramente, acho que h&aacute; uma parcela da sociedade que vive do desrespeito aos outros, e n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel a gente falar em democracia se n&atilde;o h&aacute; respeito ao outro ser humano&rdquo;, afirmou.
Lula comentou, durante uma conversa com jornalistas em <a href="https://aratuon.com.br/geral/salvador-passa-a-receber-voos-internacionais-direto-de-uruguai-e-chile" target="_blank" rel="noopener">Montevid&eacute;u</a>, no Uruguai, onde participou da posse do novo presidente Yamand&uacute; Orsi, que considera que Zelensky foi humilhado e que, para Trump, esse tratamento era merecido. Na reuni&atilde;o, Trump criticou o ex-aliado dos EUA, alegando que Zelensky estava sendo "desrespeitoso" com os norte-americanos.&nbsp;
A declara&ccedil;&atilde;o contundente de Trump ocorreu ap&oacute;s o presidente ucraniano insinuar que os EUA poderiam se arrepender de um futuro acordo com a R&uacute;ssia para encerrar a guerra. Ap&oacute;s o embate entre Trump e Zelensky, l&iacute;deres europeus manifestaram apoio ao ucraniano, evidenciando uma significativa divis&atilde;o entre os tradicionais aliados dos Estados Unidos e da Europa em rela&ccedil;&atilde;o ao conflito desde o retorno de Trump ao cargo.
&ldquo;Acho que a <a href="https://aratuon.com.br/politica/mercosul-e-uniao-europeia-firmam-acordo-comercial-negociado-ha-25-anos" target="_blank" rel="noopener">Uni&atilde;o Europeia</a> foi prejudicada com o discurso do Zelensky, e eu disse ao presidente da Alemanha que &eacute; bem poss&iacute;vel que a Europa fique respons&aacute;vel pela reconstru&ccedil;&atilde;o da Ucr&acirc;nia, pela manuten&ccedil;&atilde;o da Otan [Organiza&ccedil;&atilde;o do Tratado do Atl&acirc;ntico Norte, alian&ccedil;a militar entre pa&iacute;ses da Am&eacute;rica do Norte e da Europa] e &eacute; bem poss&iacute;vel que a Europa seja responsabilizada pelo desastre que est&aacute; acontecendo&rdquo;, avaliou o presidente brasileiro.
Lula destacou que, desde o in&iacute;cio da guerra h&aacute; tr&ecirc;s anos, o Brasil tem enfatizado a import&acirc;ncia de uma solu&ccedil;&atilde;o negociada entre os pa&iacute;ses envolvidos no conflito. No ano passado, o Brasil, junto com a China e mais 11 na&ccedil;&otilde;es, anunciou a forma&ccedil;&atilde;o do Grupo Amigos da Paz, visando estabelecer entendimentos m&uacute;tuos para apoiar os esfor&ccedil;os globais em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; paz.

A reuni&atilde;o desta sexta-feira (28) entre o presidente dos <a href="https://aratuon.com.br/mundo" target="_blank" rel="noopener">Estados Unidos (EUA)</a>, Donald Trump, e o presidente da Ucr&acirc;nia, Volodymyr Zelensky, para discutir uma <a href="https://aratuon.com.br/politica" target="_blank" rel="noopener">poss&iacute;vel sa&iacute;da para a guerra contra a R&uacute;ssia</a>, terminou em um tenso bate-boca, uma situa&ccedil;&atilde;o rara entre chefes de Estado diante da m&iacute;dia mundial.
Durante o encontro, Trump repreendeu Zelensky, enquanto o ucraniano pediu cautela em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; R&uacute;ssia. O presidente dos EUA afirmou que Zelensky &ldquo;n&atilde;o est&aacute; pronto para a paz&rdquo;. Trump criticou a postura do ucraniano, dizendo:
&ldquo;Voc&ecirc; n&atilde;o est&aacute; em uma boa posi&ccedil;&atilde;o para ditar como devemos nos sentir. Voc&ecirc; n&atilde;o tem as cartas agora. Conosco, voc&ecirc; come&ccedil;a a ter cartas. Voc&ecirc; est&aacute; jogando com as vidas de milh&otilde;es de pessoas. Voc&ecirc; est&aacute; jogando com a Terceira Guerra Mundial. E o que voc&ecirc; est&aacute; fazendo &eacute; muito desrespeitoso com este pa&iacute;s&rdquo;.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/c9b32f32-0ef4-46f2-bcac-172858657ac7.png?width=1366&amp;height=712" alt="Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o/X">
A fala agressiva de Trump surgiu ap&oacute;s Zelensky sugerir que os EUA poderiam se arrepender de fazer um acordo com a R&uacute;ssia no futuro. O ucraniano disse: &ldquo;Voc&ecirc; tem um oceano bonito, e n&atilde;o sente agora, mas sentir&aacute; no futuro&rdquo;, em refer&ecirc;ncia &agrave; declara&ccedil;&atilde;o de Trump de que a seguran&ccedil;a da Europa n&atilde;o era responsabilidade dos Estados Unidos, que estariam protegidos por um vasto oceano. Veja o v&iacute;deo:
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COM LEGENDAS!! Trump e Zelensky QUEBRAM O PAU AO VIVO na frente de toda a imprensa mundial!! RINHA DE NAZISTAS AO VIVO!!! BRICS rindo &agrave; toa neste exato momento!! <a href="https://t.co/1IvAonspkl">pic.twitter.com/1IvAonspkl</a>
&mdash; Thiago dos Reis 🇧🇷 (@ThiagoResiste) <a href="https://twitter.com/ThiagoResiste/status/1895541989665579176?ref_src=twsrc%5Etfw">February 28, 2025</a></blockquote>
Trump, por sua vez, insistiu para que Zelensky aceitasse o acordo proposto. &ldquo;Ou voc&ecirc;s v&atilde;o fazer um acordo, ou estamos fora. Se estivermos fora, voc&ecirc;s lutar&atilde;o. N&atilde;o acho que ser&aacute; bonito&rdquo;, declarou.
O vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, presente na reuni&atilde;o, tamb&eacute;m alertou sobre as dificuldades enfrentadas pela Ucr&acirc;nia no campo de batalha, incluindo a escassez de recrutas. "Voc&ecirc;s est&atilde;o por a&iacute; for&ccedil;ando recrutas para as linhas de frente porque voc&ecirc;s t&ecirc;m problemas", afirmou Vance.
Zelensky respondeu de forma contundente, dizendo: "Durante uma guerra, todos n&oacute;s temos problemas, at&eacute; voc&ecirc;s", e pediu a Trump que n&atilde;o firmasse "nenhum compromisso com um assassino", referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/c407978c-4213-4d2f-ab50-82b15a064030.png?width=1366&amp;height=714" alt="Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o/X">
Reviravolta na guerra
A chegada de Trump &agrave; Casa Branca representou uma reviravolta nas negocia&ccedil;&otilde;es da guerra na Ucr&acirc;nia, com os EUA excluindo a Europa das discuss&otilde;es e buscando um acordo de cessar-fogo separado com a R&uacute;ssia. No terceiro anivers&aacute;rio da guerra, na &uacute;ltima segunda-feira (24), Zelensky criticou essa tentativa de Washington de negociar sem a participa&ccedil;&atilde;o dos pa&iacute;ses europeus, destacando que &ldquo;Putin n&atilde;o nos dar&aacute; essa paz, ele n&atilde;o a dar&aacute; em troca de algo. Devemos alcan&ccedil;ar a paz por meio da for&ccedil;a&rdquo;.
Al&eacute;m disso, Trump tem condicionado a ajuda financeira e militar dos EUA &agrave; Ucr&acirc;nia ao acesso das terras raras do pa&iacute;s, elementos qu&iacute;micos essenciais para ind&uacute;strias de ponta, incluindo Intelig&ecirc;ncia Artificial (IA) e armamentos militares. "Vamos usar essa tecnologia em todas as coisas que fazemos, incluindo Intelig&ecirc;ncia Artificial e armas militares. Isso realmente vai satisfazer muito as nossas necessidades. Temos muito petr&oacute;leo, muito g&aacute;s, mas n&atilde;o temos muita terra rara", afirmou Trump, ao lado de Zelensky, durante a coletiva de imprensa no Sal&atilde;o Oval da Casa Branca, em Washington.
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O presidente dos Estados Unidos,<a href="https://aratuon.com.br/politica/donald-trump-entenda-em-5-pontos-o-julgamento-do-ex-presidente-dos-eua" target="_blank" rel="noopener"> Donald Trump,</a> e a plataforma de v&iacute;deos Rumble entraram com uma a&ccedil;&atilde;o contra o ministro <a href="https://aratuon.com.br/geral/monark-tem-contas-de-redes-socais-liberadas-por-alexandre-de-moraes" target="_blank" rel="noopener">Alexandre de Moraes</a>, do Supremo Tribunal Feeral (STF), ap&oacute;s ele ordenar a suspens&atilde;o da plataforma no Brasil, nesta sexta-feira (21).&nbsp;
<a href="https://aratuon.com.br/politica/moraes-determina-suspensao-do-rumble-no-brasil" target="_blank" rel="noopener">+ Moraes determina suspens&atilde;o do Rumble no Brasil</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/dfd0dfe3-beed-4ae6-8578-2712686bf55d.jpg?width=800&amp;height=450" alt="Empresa de Donal Trump alegou que Moraes violou a sobernia norte-americana">
A a&ccedil;&atilde;o tem o prop&oacute;sito de interromper as ordens emitidas por Moraes, alegando que elas 'violam a soberania americana, a Constitui&ccedil;&atilde;o dos EUA e as leis dos EUA'.&nbsp;
A empresa Trump Media &amp; Technology Group, de Trump, e a Rumble alegam que Moraes amea&ccedil;ou com acusa&ccedil;&otilde;es criminais contra o CEO da Rumble, Chris Pavlovski.
A mo&ccedil;&atilde;o busca interrromper as ordens emitidas por Moraes. O ministro do STF tamb&eacute;m liderou a disputa no pa&iacute;s contra Elon Musk. Ele ordenou a suspens&atilde;o do Rumble ate que a emprsa nomeie um represente legak para o Brasil, uma vez que as empresas estrangeiras precisam de um para operar no pa&iacute;s.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5783f640-bc7d-4f52-8c3a-ea48daf8a5d5.jpg?width=1280&amp;height=680" alt="Alexandre de Moraes &eacute; alvo de a&ccedil;&atilde;o ap&oacute; suspender a atua&ccedil;&atilde;o da Rumble no pa&iacute;s ">

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