Michelle Bolsonaro era 'radical' e instigava golpe de Estado, diz Cid

Bolsonaro foi denunciado nesta terça (18) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tentativa de golpe de Estado

Por Bruna Castelo Branco.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (19), o levantamento do sigilo sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, uma das bases para a investigação que resultou na denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No depoimento, Cid acusa a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) de ser uma instigadora de um golpe de Estado. Em quase 500 páginas entregues à Polícia Federal, Cid afirma que Michelle e um grupo de conselheiros radicais tentaram convencer o então presidente a adotar essa postura "de forma ostensiva".

De acordo com Cid, o grupo radical, que também incluía Onyx Lorenzoni, Jorge Seiff, Gilson Machado, Magno Malta, Eduardo Bolsonaro (PL) e o general Mario Fernandes, secretário-executivo do general Ramos, buscava convencer Bolsonaro a dar o golpe.

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No depoimento, Cid acusa a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro de ser uma instigadora de um golpe de Estado. | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Cid revela que o grupo tinha como objetivo incitar o ex-presidente a agir, alegando que ele teria o apoio popular e dos CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) para realizar o golpe.

O general Mario Fernandes atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das forças a executarem um golpe de Estado. Compunha também o referido grupo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado. Eles afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe”, declarou Cid.

Quando trechos da delação foram divulgados por portais de notícias em novembro de 2023, o advogado de Bolsonaro e Michelle, Paulo Cunha Bueno, já havia classificado as acusações como "absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova". Bueno afirmou que o ex-presidente e seus familiares "jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país".

Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro poderá ser alvo de sanções judiciais, além de enfrentar o risco de prisão. | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O deputado Eduardo Bolsonaro também negou envolvimento, afirmando: “Querer envolver meu nome nessa narrativa não passa de fantasia, devaneio”.

Na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente e outros 33 são acusados de danos qualificados, envolvendo violência e grave ameaça ao patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.

Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro poderá ser alvo de sanções judiciais, além de enfrentar o risco de prisão. Durante as investigações, o ex-presidente já foi impactado por medidas cautelares, como a retenção de seu passaporte, o que impediu sua participação na posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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