Bolsonaro concordou com plano para matar Lula, aponta denúncia da PGR
Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro se tornará réu e passará a responder a um processo penal no STF
Por Bruna Castelo Branco .
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou, nesta terça-feira (18), em denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia e consentiu com o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro se tornará réu e passará a responder a um processo penal no STF.
No documento, a PGR detalha os atos que fundamentaram as acusações, argumentando que Bolsonaro adotou um tom de ruptura com a democracia desde 2021. A denúncia descreve como membros de uma organização criminosa, no âmbito do Palácio do Planalto, planejaram um ataque às instituições, com o objetivo de derrubar o sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática. Esse plano recebeu o nome de “Punhal Verde Amarelo”.
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A PGR sustenta que Bolsonaro estava ciente do plano, pois o tema foi discutido entre o ex-presidente e Mauro Fernandes. | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A peça acusatória destaca que o plano foi apresentado ao presidente, que o aprovou, enquanto o Ministério da Defesa divulgava um relatório reconhecendo a inexistência de fraudes nas eleições. O plano, de acordo com a denúncia, incluía atividades detalhadas, com o Supremo como alvo a ser “neutralizado”, e envolvia o assassinato de Moraes e o envenenamento de Lula.
A PGR sustenta que Bolsonaro estava ciente do plano, pois o tema foi discutido entre o ex-presidente e Mauro Fernandes, então Secretário-Executivo da Secretaria Geral da Presidência, em dezembro de 2022. Em um áudio enviado ao ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, Fernandes relatou a conversa, mencionando que o grupo poderia agir até o dia 31 de dezembro.
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"O áudio não deixa dúvidas de que a ação violenta era conhecida e autorizada por Jair Messias Bolsonaro, que esperava a sua execução ainda no mês de dezembro. O grupo planejava agir com a maior brevidade possível, a fim de impedir a assunção do Poder pelo novo governo eleito", afirmou Gonet.
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A denúncia também aponta outros planos da organização criminosa, liderada por Bolsonaro. | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Segundo a PGR, Fernandes foi responsável por imprimir três cópias do plano. Além disso, mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp, chamado "Acompanhamento", confirmam que o encontro realizado com Bolsonaro no Palácio do Planalto tinha como objetivo concretizar as ações violentas previstas pelo plano “Punhal Verde Amarelo”.
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A denúncia também aponta outros planos da organização criminosa, liderada por Bolsonaro, com o objetivo de controlar os três Poderes, como a criação de um gabinete central dedicado a organizar "a nova ordem" que o grupo pretendia implantar.
"Os planos culminaram no que a organização criminosa denominou de Operação Copa 2022, dotada ela mesma de várias etapas. A expectativa era a de que a Operação criasse comoção social capaz de arrastar o Alto Comando do Exército à aventura do golpe", diz a acusação.
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