Política

Bolsonaro sabia de plano para matar Lula e liderava plano golpista, aponta PF

Relatório da Polícia Federal revela articulação para golpe de Estado, incluindo plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, com provas ligando Bolsonaro diretamente à trama

Por Da Redação

Bolsonaro sabia de plano para matar Lula e liderava plano golpista, aponta PFFernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Federal apresentou um relatório conclusivo que aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. O documento, tornado público pelo Supremo Tribunal Federal, também revela que Bolsonaro tinha conhecimento detalhado sobre um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.  


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Principais revelações da investigação  


- Liderança e planejamento: A Polícia Federal afirma que Bolsonaro planejou, atuou e teve o domínio de forma direta sobre atos que visavam à ruptura democrática, barrando a posse de Lula e estabelecendo um estado de defesa para justificar a anulação do resultado eleitoral;


- Narrativa de fraude: Desde 2019, Bolsonaro disseminava a ideia de vulnerabilidade do sistema eleitoral, cobrando ministros e aliados a adotarem o discurso. Após a derrota, elaborou uma minuta de decreto golpista para oficializar a ruptura institucional.  


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O plano “Punhal Verde e Amarelo”  


- Elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes no Palácio do Planalto, o plano envolvia o uso de armamento militar e métodos como explosivos e envenenamento para eliminar Lula, Alckmin e Moraes;


- Bolsonaro teria recebido atualizações diretas sobre o plano, incluindo ajustes finais enviados por Mauro Cid, seu então ajudante de ordens;


- A execução foi abortada devido à falta de apoio de lideranças das Forças Armadas, incluindo o general Freire Gomes, comandante do Exército na época.  


Negativas e controvérsias  


- Bolsonaro negou qualquer envolvimento com o plano de assassinato, afirmando: “Esquece, jamais. Dentro das quatro linhas não tem pena de morte.”  


- Apesar disso, admitiu ter discutido com aliados e militares a possibilidade de decretar estado de sítio após a derrota eleitoral, mas rejeitou a classificação de golpe ou crime.  


Estrutura golpista  


A investigação apontou a existência de núcleos estruturados para executar o plano, com divisões específicas:  


- Núcleo de desinformação, responsável por ataques ao sistema eleitoral e disseminação de notícias falsas;


- Núcleo militar, atuando para convencer comandantes das Forças Armadas a apoiar a ruptura institucional;


- Núcleo jurídico, elaborando minutas de decretos para formalizar o golpe;


- Núcleo operacional, planejando ações coercitivas, incluindo os assassinatos de autoridades.


Motivos do fracasso  


- O golpe não foi concretizado por circunstâncias alheias à vontade de Bolsonaro, conforme o relatório da Polícia Federal.  


- Líderes militares, como o general Freire Gomes, afirmaram que prenderiam Bolsonaro caso ele avançasse com o plano. Apenas o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, mostrou disposição em apoiar a tentativa.  


Evidências e indiciamentos  


- Registros de reuniões, mensagens e a análise da localização de celulares reforçam o envolvimento de Bolsonaro, que foi indiciado pela Polícia Federal junto a outras 36 pessoas por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição do estado democrático de direito e organização criminosa.  


- As penas previstas somam de 12 a 28 anos de prisão.  


Histórico de autoritarismo  


Ao longo de sua carreira, Bolsonaro demonstrou apreço por regimes autoritários e desprezo pelo sistema democrático. Durante seu mandato, acumulou declarações golpistas, questionou a legitimidade das urnas e ameaçou não entregar o cargo após a derrota.  


O relatório foi enviado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá sobre o oferecimento de denúncias. A defesa de Bolsonaro não se pronunciou.


 


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