Em depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid revelou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro &ldquo;quase pirou&rdquo; e &ldquo;entrou em p&acirc;nico&rdquo; ao ver a mudan&ccedil;a da fam&iacute;lia ser retirada do Pal&aacute;cio da Alvorada, em dezembro de 2022. <a href="https://aratuon.com.br/politica/pgr-denuncia-jair-bolsonaro-e-33-aliados-por-tentativa-de-golpe-de-estado" target="_blank" rel="noopener">As informa&ccedil;&otilde;es foram reveladas pelo ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)</a> como parte de um acordo de dela&ccedil;&atilde;o premiada feito com o Supremo Tribunal Federal (STF).
&ldquo;E a pr&oacute;pria primeira-dama, desespero de mulher, que quando ela viu a mudan&ccedil;a dela saindo, ela quase que pirou, n&eacute;? Entrou em p&acirc;nico. Ela falava para a gente fazer alguma, que tinha que fazer alguma coisa&rdquo;, afirmou Cid.
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/bolsonaro-concordou-com-plano-para-matar-lula-aponta-denuncia-da-pgr" target="_blank" rel="noopener">Bolsonaro concordou com plano para matar Lula, aponta den&uacute;ncia da PGR</a>
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/bolsonaro-pode-ser-preso-veja-proximos-passos-apos-denuncia-da-pgr" target="_blank" rel="noopener">Bolsonaro pode ser preso? Veja pr&oacute;ximos passos ap&oacute;s den&uacute;ncia da PGR</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/0ca3eb57-cf6a-4f6f-94a8-3b5d3e6f9750.jpg?width=5184&amp;height=3456" alt="As informa&ccedil;&otilde;es foram reveladas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). | Foto: Marcelo Camargo/Ag&ecirc;ncia Brasil">
O militar tamb&eacute;m apontou que <a href="https://aratuon.com.br/politica/michelle-bolsonaro-era-radical-e-instigava-golpe-de-estado-diz-cid" target="_blank" rel="noopener">Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) faziam parte de uma ala mais radical do n&uacute;cleo do ex-presidente</a>, incentivando-o a dar um <a href="https://aratuon.com.br/politica/veja-o-discurso-pos-golpe-encontrado-pela-policia-federal-na-sala-de-bolsonaro" target="_blank" rel="noopener">golpe de Estado armado</a>.
Michelle Bolsonaro n&atilde;o foi indiciada no inqu&eacute;rito que investigou a tentativa de golpe de Estado ap&oacute;s as elei&ccedil;&otilde;es presidenciais de 2022. Em entrevista, o diretor-geral da Pol&iacute;cia Federal, Andrei Rodrigues, informou que n&atilde;o foram encontrados "elementos suficientes" para indiciar a ex-primeira-dama.
Al&eacute;m disso, ela tamb&eacute;m n&atilde;o est&aacute; entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica (PGR) no caso, conforme o an&uacute;ncio feito na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (17).
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/e07ac6ad-d7dd-459a-925b-2fc9c7f0a75f.jpg?width=5184&amp;height=3456" alt="Michelle tamb&eacute;m n&atilde;o est&aacute; entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica (PGR) no caso, conforme o an&uacute;ncio feito na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (17). | Foto: Antonio Cruz/Ag&ecirc;ncia Brasil">

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou, em dela&ccedil;&atilde;o premiada, que recebeu ordens do ent&atilde;o presidente para inserir dados falsos de vacina&ccedil;&atilde;o contra a Covid-19, com o intuito de obter certificados de vacina&ccedil;&atilde;o fraudulentos em nome de Bolsonaro e de sua filha. O ex-presidente n&atilde;o havia se imunizado contra a doen&ccedil;a.
A dela&ccedil;&atilde;o de Cid teve seu sigilo derrubado nesta quarta-feira (19), por <a href="https://aratuon.com.br/mundo/empresa-de-trump-processa-moraes-apos-bolsonaro-ser-acusado-pela-pgr" target="_blank" rel="noopener">decis&atilde;o do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes</a>. <a href="https://aratuon.com.br/politica/pgr-denuncia-jair-bolsonaro-e-33-aliados-por-tentativa-de-golpe-de-estado" target="_blank" rel="noopener">No depoimento dado &agrave; Pol&iacute;cia Federal em agosto de 2023</a>, Cid revelou que a ordem foi dada por Bolsonaro ap&oacute;s descobrir que seu ajudante de ordens havia conseguido cart&otilde;es de vacina&ccedil;&atilde;o para si e sua fam&iacute;lia, inserindo dados falsos no sistema Conecte SUS em 2021.
+ <a href="https://aratuon.com.br/politica/michelle-bolsonaro-era-radical-e-instigava-golpe-de-estado-diz-cid" target="_blank" rel="noopener">Michelle Bolsonaro era 'radical' e instigava golpe de Estado, diz Cid</a>
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/bolsonaro-concordou-com-plano-para-matar-lula-aponta-denuncia-da-pgr" target="_blank" rel="noopener">Bolsonaro concordou com plano para matar Lula, aponta den&uacute;ncia da PGR</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/c9c2a8d3-54e4-4b1b-a84a-4c91941057ec.jpg?width=5184&amp;height=3456" alt="Foto: Marcelo Camargo/Ag&ecirc;ncia Brasil">
Cid, que gerenciava a conta do Conecte SUS de Bolsonaro, contou que, ap&oacute;s inserir os dados, imprimiu os dois cart&otilde;es (um para Bolsonaro e outro para sua filha) e os entregou pessoalmente ao ex-presidente.
Segundo o delator, o objetivo de obter os cart&otilde;es falsos era utiliz&aacute;-los em situa&ccedil;&otilde;es que exigissem o comprovante de vacina&ccedil;&atilde;o, como viagens internacionais, quando o documento ainda era exigido por alguns pa&iacute;ses. Cid tamb&eacute;m afirmou que os dados foram exclu&iacute;dos do sistema ap&oacute;s a impress&atilde;o dos cart&otilde;es.
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/bolsonaro-pode-ser-preso-veja-proximos-passos-apos-denuncia-da-pgr" target="_blank" rel="noopener">Bolsonaro pode ser preso? Veja pr&oacute;ximos passos ap&oacute;s den&uacute;ncia da PGR</a>
No final de seu mandato, <a href="https://aratuon.com.br/politica/veja-o-discurso-pos-golpe-encontrado-pela-policia-federal-na-sala-de-bolsonaro" target="_blank" rel="noopener">Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro, acompanhado da esposa e da filha</a>. No entanto, como o ex-presidente usava passaporte diplom&aacute;tico, ele n&atilde;o precisaria apresentar um cart&atilde;o de vacina&ccedil;&atilde;o contra a Covid-19, de acordo com as regras americanas.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/fe43614a-12ce-401a-9c38-a479a554d562.jpg?width=4500&amp;height=3224" alt="Foto: Ant&ocirc;nio Cruz/Ag&ecirc;ncia Brasil">

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (19), o levantamento do sigilo sobre a dela&ccedil;&atilde;o premiada do tenente-coronel Mauro Cid, uma das bases para a <a href="https://aratuon.com.br/politica/pgr-denuncia-jair-bolsonaro-e-33-aliados-por-tentativa-de-golpe-de-estado" target="_blank" rel="noopener">investiga&ccedil;&atilde;o que resultou na den&uacute;ncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro</a> (PL).
No depoimento, Cid acusa a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) de ser uma <a href="https://aratuon.com.br/politica/veja-o-discurso-pos-golpe-encontrado-pela-policia-federal-na-sala-de-bolsonaro" target="_blank" rel="noopener">instigadora de um golpe de Estado</a>. Em quase 500 p&aacute;ginas entregues &agrave; Pol&iacute;cia Federal, Cid afirma que Michelle e um grupo de conselheiros radicais tentaram convencer o ent&atilde;o presidente a <a href="https://aratuon.com.br/politica/novos-audios-revelam-plano-de-golpe-como-foi-em-64" target="_blank" rel="noopener">adotar essa postura "de forma ostensiva"</a>.
De acordo com Cid, o grupo radical, que tamb&eacute;m inclu&iacute;a Onyx Lorenzoni, Jorge Seiff, Gilson Machado, Magno Malta, Eduardo Bolsonaro (PL) e o general Mario Fernandes, secret&aacute;rio-executivo do general Ramos, buscava convencer Bolsonaro a dar o golpe.
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/bolsonaro-concordou-com-plano-para-matar-lula-aponta-denuncia-da-pgr" target="_blank" rel="noopener">Bolsonaro concordou com plano para matar Lula, aponta den&uacute;ncia da PGR</a>
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/bolsonaro-pode-ser-preso-veja-proximos-passos-apos-denuncia-da-pgr" target="_blank" rel="noopener">Bolsonaro pode ser preso? Veja pr&oacute;ximos passos ap&oacute;s den&uacute;ncia da PGR</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4b8a181d-20ab-49b3-b05f-f02a8a4a4ef1.jpg?width=5184&amp;height=3450" alt="No depoimento, Cid acusa a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro de ser uma instigadora de um golpe de Estado. | Foto: Marcelo Camargo/Ag&ecirc;ncia Brasil">
Cid revela que o grupo tinha como objetivo incitar o ex-presidente a agir, alegando que ele teria o apoio popular e dos CACs (Colecionadores, Atiradores e Ca&ccedil;adores) para realizar o golpe.
&ldquo;O general Mario Fernandes atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das for&ccedil;as a executarem um golpe de Estado. Compunha tamb&eacute;m o referido grupo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado. Eles afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe&rdquo;, declarou Cid.
Quando trechos da dela&ccedil;&atilde;o foram divulgados por portais de not&iacute;cias em novembro de 2023, <a href="https://aratuon.com.br/politica/defesa-de-bolsonaro-critica-denuncia-da-pgr-narrativa-fantasiosa" target="_blank" rel="noopener">o advogado de Bolsonaro e Michelle, Paulo Cunha Bueno, j&aacute; havia classificado as acusa&ccedil;&otilde;es como "absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova"</a>. Bueno afirmou que o ex-presidente e seus familiares "jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do pa&iacute;s".
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/fff3b51c-67a7-46d5-9c13-ef9687458814.jpg?width=5184&amp;height=3456" alt="Caso a den&uacute;ncia seja aceita, Bolsonaro poder&aacute; ser alvo de san&ccedil;&otilde;es judiciais, al&eacute;m de enfrentar o risco de pris&atilde;o. | Foto: Marcelo Camargo/Ag&ecirc;ncia Brasil">
O deputado Eduardo Bolsonaro tamb&eacute;m negou envolvimento, afirmando: &ldquo;Querer envolver meu nome nessa narrativa n&atilde;o passa de fantasia, devaneio&rdquo;.
Na den&uacute;ncia apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica (PGR), o ex-presidente e outros 33 s&atilde;o acusados de danos qualificados, envolvendo viol&ecirc;ncia e grave amea&ccedil;a ao patrim&ocirc;nio da Uni&atilde;o, al&eacute;m de deteriora&ccedil;&atilde;o de patrim&ocirc;nio tombado.
Caso a den&uacute;ncia seja aceita, Bolsonaro poder&aacute; ser alvo de san&ccedil;&otilde;es judiciais, al&eacute;m de enfrentar o risco de pris&atilde;o. Durante as investiga&ccedil;&otilde;es, o ex-presidente j&aacute; foi impactado por medidas cautelares, como a reten&ccedil;&atilde;o de seu passaporte, o que impediu sua participa&ccedil;&atilde;o na posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O tenente-coronel Mauro Cid reafirmou nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o conteúdo da delação premiada que assinou com a Polícia Federal (PF). O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi chamado a prestar depoimento após a revista Veja publicar áudios em que o militar critica a atuação do ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal.

Durante a audiência, Mauro Cid confirmou que mandou mensagem de áudio a amigos em tom de “desabafo”. Ao contrário do que disse nas mensagens, o militar também reafirmou que decidiu espontaneamente delatar os fatos que presenciou durante o governo Bolsonaro e que não houve pressão da PF ou do Judiciário para fazer as acusações.

No início da tarde de hoje, Cid recebeu voz de prisão após ser ouvido. A prisão foi determinada por descumprimento de cautelares impostas por Moraes e por obstrução de Justiça ao falar sobre a delação nos áudios com terceiros.

De acordo com a reportagem da Veja, Cid afirmou que foi pressionado pela PF a delatar episódios dos quais não tinha conhecimento ou “o que não aconteceram”. O ex-ajudante também afirmou, segundo a publicação, que a Procuradoria-Geral da República e Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o militar no STF, têm uma “narrativa pronta” e estariam aguardando somente o momento certo de “prender todo mundo”.

DEFESA
Após a divulgação da matéria de Veja, a defesa de Mauro Cid, em comunicado, não negou a autenticidade dos áudios. Os advogados disseram que as falas “não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda”.

LEIA MAIS: Mauro Cid sai preso após depoimento no STF

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Ex-ministro do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geddel Vieira Lima chamou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de “cagueta” e “canalha” por conta da decisão de aceitar acordo de delação premiada.

"Já disse aqui que não gosto do Bolsonaro, mas delator, cagueta é coisa de canalha", escreveu junto a uma foto de Mauro Cid na CPI do 8 de janeiro.

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Geddel foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, após delatores como o doleiro Lúcio Funaro terem apontado que o ex-ministro esteve em pontos de entrega de propina e que teria recebido caixas de dinheiro. A Polícia Federal encontrou malas que somavam R$ 51 milhões em espécie em um apartamento no bairro da Graça, em Salvador.

O emedebista foi condenado em 2019 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos e 10 meses de prisão. No entanto, em fevereiro deste ano, o ministro Edson Fachin autorizou Geddel a cumprir pena em liberdade condicional.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou, neste sábado (9/9), o acordo de delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Jair Bolsonaro, e ordenou a sua soltura. Cid está preso desde maio no Batalhão do Exército de Brasília.
Moraes é relator dos inquéritos nos quais o tenente-coronel é investigado e recebeu o <a href="https://aratuon.com.br/politica/2023-09-08/defesa-de-mauro-cid-pede-liberdade-provisoria-ao-stf-apos-intencao-de-delacao/" target="_blank" rel="noopener">"termo de intenção" de fazer um acordo de delação chegou a Moraes nessa semana</a>. Na última quarta-feira (6), Mauro Cid e seu advogado, Cezar Roberto Bitencourt, reuniram-se com um juiz auxiliar do gabinete do ministro.
Para ter a colaboração aprovada pela Justiça,  Cid precisa prestar depoimentos, além de apresentar provas.
INQUÉRITOS
O tenente-coronel está preso há quatro meses por suspeita de falsificar cartões de vacina contra Covid-19. Ele também é investigado por vender irregularmente presentes que Bolsonaro recebeu de presidentes de outros países, além de atuação na organização de um golpe de Estado.
Em julho, Mauro Cid compareceu à CPI do 8 de janeiro e ficou em silêncio, lendo apenas uma manifestação na qual minimizou a importância de sua função no governo Bolsonaro. Ele mesmo disse, na ocasião, que era alvo de oito frentes de investigação.
EM TEMPO
Na última quinta-feira (7), o ex-secretário de Comunicação da gestão de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, escreveu: "A quem possa interessar em pleno feriado de 7 de setembro completamente esvaziado: não há o que DELATAR".
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A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, antigo "braço direito" do ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu a liberdade provisória dele ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao mesmo tempo, entregou ao STF um "termo de intenção" de fazer um acordo de delação premiada. As informações são da GloboNews.
Moraes é relator dos inquéritos nos quais Cid é investigado e ainda analisa o pedido de soltura. Antes, a proposta de liberdade provisória será enviada ao Ministério Público Federal (MPF), que dará seu parecer. A Polícia Federal, por sua vez, informou que é favorável ao que a defesa propõe.
Mauro Cid está preso desde maio deste ano por suspeita de falsificar cartões de vacina contra Covid-19. Ele também é investigado por vender irregularmente presentes que Bolsonaro recebeu de presidentes de outros países, além de atuação na organização de um golpe de Estado.
O tenente-coronel se reuniu com seu advogado, Cezar Roberto Bitencourt, e um juiz auxiliar do gabinete de Alexandre de Moraes na última quarta-feira (6), mas os termos da delação ainda não foram definidos. Para ter a colaboração aprovada pela Justiça, Mauro Cid precisa prestar depoimentos, além de apresentar provas.
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, externou nesta quarta-feira (26/7), em Brasília, um otimismo moderado em relação às investigações envolvendo a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro. As informações são da Agência Brasil.
“Temos uma atitude de otimismo moderado. Moderado porque transcorreram, infelizmente, vários anos. Se a coleta de provas tivesse sido no momento correto, 2018, 2019, os resultados seriam muito mais rápidos e eficazes. Então, o tempo decorrido atrapalha. Mas otimismo porque há, de fato, uma dedicação grande dos nossos policiais, das instituições e os resultados estão aparecendo”, pontuou.
Flávio Dino disse, ainda, que “temos a demonstração cabal da autoria e, por isso, houve um avanço qualitativo muito importante decorridos cinco anos desses terríveis homicídios. Com isso, abre-se uma nova avenida, um novo patamar que se destina à identificação dos mandantes, dos autores intelectuais e dos motivos”.
Questionado sobre o prazo para se chegar aos mandantes, ele acredita que haverá novidades "nas próximas semanas". "Não tenho acesso ao inquérito. Não é meu papel. Mas os investigadores, aqueles que têm acesso, estão trabalhando muito e estão seguros de que novos fatos aparecerão. Eles já me informaram isso genericamente. Posso afirmar, portanto, que a investigação prossegue e ela vai até onde a técnica permitir, decorridos mais de cinco anos. Eles estão trabalhando e estão confiantes de que, finalmente, a investigação tem um caminho que deve conduzir aos mandantes. Eu acredito que é assunto realmente para as próximas semanas termos novidades”, acentuou.
DELAÇÃO
O ministro rebateu críticas ao uso de informações da delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, preso desde 2019.
“Quando você tem um objeto ou uma instituição cultural, você consegue mensurar se isso é bom ou ruim a partir do modo como você emprega esse objeto ou esse instituto normativo jurídico. Você tem um automóvel. O automóvel é bom quando você usa para se transportar com segurança. E é péssimo quando a pessoa bebe, vai lá e mata uma pessoa. É o mesmo automóvel que pode ser usado para o bem ou para o mal”, explicou.
Ele observou que, “no caso da delação premiada, essa comparação é no sentido de quando há o respeito à lei – e é importante que haja. Quando há abuso, quando não há a chamada prova de confirmação ou corroboração, isso é errado. Você não pode absolutizar o conteúdo da delação e daí o cuidado com o qual nós estamos trabalhando. Essa parte que foi agora revelada, toda ela está acompanhada de outras provas que confirmam a delação. Essa é a diferença substantiva. E ninguém foi preso para delatar. Esse senhor já estava preso há muitos anos.”
E finalizou: “São diferenças grandes e diferenças que, infelizmente, não são destacadas por má-fé. Normalmente, os que estão criticando são aqueles que são amigos de milicianos, amigos de bandidos ou foram omissos. E, por serem omissos, agora querem esconder as suas omissões com falsos debates”, concluiu.

O empresário baiano Emílio Odebrecht lançou este mês um livro que traz novas alegações sobre a Operação Lava Jato e as delações premiadas de executivos de empreiteiras. Segundo Emílio, ele e outros executivos teriam feito as delações sob coação. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Em "Uma Guerra contra o Brasil: Como a Lava Jato Agrediu a Soberania Nacional, Enfraqueceu a Indústria Pesada Brasileira e Tentou Destruir o Grupo Odebrecht", o empresário afirma que os repasses feitos a políticos pela empresa que levava o nome de sua família (agora chamada de Novonor) eram recursos de caixa dois eleitoral.

A obra, escrita em primeira pessoa, apresenta também as opiniões do autor sobre temas econômicos e relatos sobre a história de sua família e companhias, em que ele louva as realizações do grupo empresarial.

Emílio descreve o dia em junho de 2015 em que a Odebrecht e outras empreiteiras foram alvo da 14ª fase da Lava Jato, e seu filho Marcelo, que presidia a companhia, foi preso. Ele conta a batalha jurídica que enfrentou e diz que uma "fábrica de delações" foi montada pelo então juiz Sergio Moro (eleito senador em 2022) e pela força-tarefa de procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba, à época comandada por Deltan Dallagnol (atual deputado federal).

Emílio relata que nas discussões para o fechamento dos acordos de delação, aqueles que não tivessem suas declarações consideradas importantes poderiam acabar sendo alvo de prisões e processos. Ele firmou o acordo de colaboração em 2016 e chegou a ser condenado em uma sentença anulada posteriormente, mas não foi preso em decorrência da operação nem antes, nem após a delação.

De acordo com o empresário, os procuradores pressionaram os delatores a admitir a prática de crimes de corrupção em relação a atos que, na verdade, configuraram doações a políticos ou partidos. Emílio admite que a prática de caixa dois é ilegal, mas diz que é comum no mundo empresarial.

"Não sejamos hipócritas: desde a invenção do capitalismo, é comum empresa média ou grande manter pelo menos 1% de seu faturamento ali alocado. Não é certo, mas assim é, e serve para atender contingências inesperadas", afirmou.

O empresário também explica a estrutura montada pela empreiteira para fazer repasses a políticos, que foi chamada de "departamento da propina" pelos procuradores. Ele destaca que a finalidade dessa estrutura incluía pagamentos em espécie a fornecedores, repasses incomuns, remuneração de executivos e contribuições para campanhas políticas.

Emílio aborda ainda o fato de a Odebrecht ter bancado a reforma no sítio em Atibaia (SP), frequentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pelo qual ele foi condenado em primeira instância em 2017, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com o patriarca da família, a obra foi feita a pedido de Lula, mas que o próprio Emílio, então presidente do conselho de administração da empreiteira, autorizou o financiamento da reforma, sem que fosse informado à direção da empresa.

Emílio Odebrecht também afirmou que, após a prisão de Lula em 2018, ele e o ex-presidente tiveram uma conversa por telefone, em que o petista teria dito que "tinha pedido para não se meterem em determinados assuntos". Segundo Emílio, ele teria respondido que, caso fosse questionado, não mentiria.

A Odebrecht esteve no centro da Operação Lava Jato, que investigou um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e políticos, e a empreiteira foi uma das principais colaboradoras da investigação, após fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em 2016.
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Paulo Roberto Costa, conhecido por ter sido o primeiro delator da Lava Jato e ex-diretor da Petrobras, morreu no &uacute;ltimo s&aacute;bado (13/8), aos 68 anos, por causa de um c&acirc;ncer. As informa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o do G1.

O engenheiro e ex-diretor da Petrobras foi condenado a mais de 70 anos de pris&atilde;o ap&oacute;s investiga&ccedil;&otilde;es e processo da Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato, em Curitiba, no Paran&aacute;. Por&eacute;m, devido aos acordos de colabora&ccedil;&atilde;o que firmou com a Justi&ccedil;a, ele respondia em liberdade.

Paulo Roberto Costa foi preso em mar&ccedil;o de 2014, mesmo ano em que a Lava Jato foi deflagrada. Dois meses depois, ele aceitou colaborar com as investiga&ccedil;&otilde;es da pol&iacute;cia e deu detalhes de como funciona o esquema de corrup&ccedil;&atilde;o dentro da Petrobras.

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