Baiano Sidônio Palmeira usa estratégia ousada para recuperar popularidade de Lula

Publicitário baiano Sidônio Palmeira lidera a Comunicação do governo Lula desde o início de 2025

Por Thiago Conceição.

O publicitário baiano Sidônio Palmeira, que assumiu a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República no início deste ano, trouxe uma nova abordagem estratégica para a comunicação do governo Lula (PT), com o foco em resolver ruídos do governo e a percepção da população.

A principal meta de Sidônio tem sido integrar a comunicação de todas as pastas ministeriais. Em vez de discursos isolados, a ideia é ter uma narrativa coesa e unificada, garantindo que as informações sobre os programas e resultados do governo cheguem de forma eficiente ao cidadão. Para isso, ele tem realizado reuniões com centenas de profissionais das assessorias de ministérios, buscando alinhar a mensagem central do Planalto. E isso tem gerado frutos nas atuais situações políticas e econômicas. 

Baiano Sidônio Palmeira E Lula

A Mão de Sidônio na Relação Lula-Trump

A relação entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem sido marcada por uma tensa combinação de necessidade econômica e polarização política. Nesse cenário de alta complexidade, Sidônio tem emergido como uma peça-chave, atuando para moldar a narrativa oficial e gerenciar a percepção pública dos embates.

O papel do marqueteiro se manifestou em duas frentes principais. No início do ano, em um movimento que claramente visava a polarização e a criação de uma bandeira de soberania nacional contra a influência externa, a Secom de Sidônio esteve por trás da criação e distribuição de bonés com a frase "O Brasil é dos Brasileiros".

A estratégia, que parte de inspiração na estratégia de comunicação de Trump (Make America Great Again), serviu como um contraponto visual e ideológico. A intenção era demarcar o terreno político em um momento de tensões crescentes, especialmente após o governo dos EUA ter imposto o "tarifaço" sobre produtos brasileiros e feito comentários sobre questões internas do Brasil. Ao criar essa polarização simbólica, a equipe de comunicação conseguiu incentivar o apoio interno e fortalecer a imagem de Lula como defensor da nação.

Sidônio Palmeira Coordena Comunicação De Lula

A segunda frente de Sidônio ficou evidente quando a crise escalou com a imposição do tarifaço e o endurecimento do discurso de Trump. Diante do cenário, o marqueteiro partiu para uma atuação técnica e diplomática: a gestão da informação sobre o contato entre os presidentes.

Em momentos de tensão, como após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o ministro da Secom esteve ao lado de Lula e da equipe de política externa e econômica para ajustar as tratativas e definir aquilo que seria uma reação oficial do governo brasileiro. Isso foi feito por meio das chamadas reuniões de crise.

Na recente conversa telefônica de 30 minutos entre Lula e Trump, Sidônio teve outra participação importante: ficou no Palácio da Alvorada, junto a ministros como Fernando Haddad e Mauro Vieira, para garantir que a narrativa do Planalto sobre o encontro fosse divulgada de forma controlada e estratégica. Ferramenta que na comunicação é conhecida como centralização de discurso. 

O publicitário baiano ainda atuou no reforço do discurso de abertura para a negociação entre os líderes, exceto em temas que coloquem em jogo a soberania nacional. É um jogo equilibrado da comunicação: por um lado, ele faz a polarização simbólica quando necessário para mobilizar a base e reforçar a pauta da soberania; por outro, atua nos bastidores do Planalto para assegurar que o diálogo diplomático e econômico seja mantido, e que a versão do governo sobre as negociações seja a única a prevalecer perante a opinião pública. 

O objetivo? Aliviar as tensões econômicas sem ceder no discurso político de defesa das instituições e dos interesses brasileiros. E a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) mostra que o caminho está sendo percorrido como o desejo, com aprovação do governo Lula (48%) chegando ao melhor patamar em 2025.

Sobre Sidônio Palmeira

Sidônio é formado em Engenharia e entrou para a política ainda na Universidade Federal da Bahia (Ufba), quando era líder estudantil. Ele chegou a vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes, entre 1981 e 1982, em uma chapa ligada ao PCdoB, junto com a atualmente deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA). O baiano foi para a comunicação após a faculdade e compôs a equipe de campanha de Lídice, em 1992, pelo PSDB, à prefeitura de Salvador. Ela acabou eleita a primeira mulher para o cargo na capital baiana.

Em 2006, fez a campanha, que saiu vitoriosa, de Jaques Wagner (PT) ao governo da Bahia. Rui Costa (PT), hoje Casa Civil de Lula, sucedeu Jaques com Sidônio à frente da campanha. Ele também foi responsável pela campanha de segundo turno de Fernando Haddad em 2018, eleição que ele perdeu para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

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