Zezé Motta é homenageada com título de cidadã de Salvador
Atriz Zezé Motta é homenageada na Semana da Consciência Negra e celebra relação histórica com a capital baiana
Por Matheus Caldas.
A cantora e atriz fluminense Zezé Motta recebeu, aos 81 anos, o título de cidadã de Salvador em sessão solene na Câmara Municipal, realizada durante a Semana da Consciência Negra. Emocionada, ela afirmou que sempre se sentiu em casa na capital baiana, onde morou, iniciou a carreira e construiu laços duradouros com amigos e fãs. “Salvador é sinônimo de resistência”, destacou a artista, reconhecida pelo ativismo contra o racismo e as desigualdades sociais.
A homenagem foi proposta pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), que ressaltou a trajetória de militância da artista. “Salvador é a cidade mais negra fora da África e exemplos como o de Zezé Motta inspiram gerações a não normalizar o racismo”, afirmou a vereadora.
A chegada de Zezé ao plenário foi marcada por apresentações artísticas. A música “Tigresa”, composta para ela por Caetano Veloso, foi interpretada por Aiana Amorim. A Deusa do Ébano 2020, Gleice, dançou acompanhada pelos produtores culturais Clarindo Silva e Geraldo Badá; pelos vereadores Marta Rodrigues, Felipe Santana, Eliete Paraguassu, Hamilton Assis; e pela deputada estadual Olívia Santana. Os tambores do Olodum embalaram a recepção na escadaria do Paço Municipal.
Durante a sessão, o artista plástico Menelaw Sete presenteou Zezé com um quadro pintado ao vivo.

Zezé Motta: um “chão de ancestralidade”
Em seu discurso, Zezé Motta agradeceu o reconhecimento e destacou a relação afetiva com a cidade.
“Receber hoje o título de cidadã soteropolitana é uma emoção difícil de descrever. Salvador sempre foi uma casa espiritual, um chão de ancestralidade. Antes mesmo de Chica da Silva, em 1976, eu já caminhava por essas ruas, vivia essa energia e trabalhava aqui”, afirmou.
60 anos de carreira
Natural de Campos dos Goytacazes, Zezé celebra 60 anos de carreira e segue em plena atividade. Atualmente, apresenta o show “Coração Vagabundo – Zezé canta Caetano”, o monólogo “Vou fazer de mim um mundo” e protagoniza o documentário “Senhora Liberdade”, da GloboNews. A artista também estreou recentemente nas passarelas do São Paulo Fashion Week.
A mesa da sessão foi composta pelo vereador Maurício Trindade (PP), vice-presidente da Câmara; pelos secretários estaduais Bruno Monteiro (Cultura) e Ângela Guimarães (Reparação), que representaram o governador Jerônimo Rodrigues; pela vereadora Marta Rodrigues; pela deputada Olívia Santana; e pelo jornalista e cantor Raimundo Lima, presidente da Câmara Brasil/Angola.
A pedido de Lima, foi feito um minuto de silêncio pela morte do cantor Jards Macalé, amigo e vizinho da artista. Também foi exibido um vídeo com depoimentos de figuras como o ator Antônio Pitanga e João Jorge, presidente da Fundação Palmares.
Exposição
Após a cerimônia, Zezé Motta inaugurou a exposição Representatividade Negra, com fotos de personalidades da política e da cultura, além de alunos do Colégio Estadual Professora Leda Jesuíno. A mostra ficará aberta ao público no Centro de Cultura da Câmara até o fim do Mês da Consciência Negra.

Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).