O que acontece no corpo enquanto dormimos? Entenda por que você acorda cansado

O que acontece no corpo enquanto dormimos? Embora dormir seja natural, especialistas destacam que o sono representa mais do que um descanso

Por Bruna Castelo Branco.

Embora dormir seja um processo natural, especialistas destacam que o sono representa mais do que um simples descanso. Segundo eles, trata-se de um período de intensa atividade biológica e mental, essencial para a saúde e o bem-estar. O processo é dividido em duas etapas principais: o sono REM (sigla em inglês para Rapid Eye Movement, ou “movimento rápido dos olhos”) e o sono não REM. As informações são da Agência Einstein.

O sono não REM envolve o repouso profundo do organismo e se subdivide em três fases, que vão do início do adormecimento ao estágio mais profundo. Nesse período, ocorrem processos como consolidação da memória, recuperação metabólica e fortalecimento do sistema imunológico.

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Embora dormir seja um processo natural, especialistas destacam que o sono representa mais do que um simples descanso. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Cerca de 90 minutos após o adormecer, inicia-se o sono REM, fase marcada pelo rápido movimento dos olhos sob as pálpebras e pela quase total paralisia muscular. Esse é o estágio em que os sonhos costumam ser mais intensos. O sono REM está associado à criatividade, à aprendizagem e ao equilíbrio emocional.

As duas etapas se alternam em ciclos que duram entre 90 minutos e duas horas, repetindo-se durante toda a noite. Uma noite considerada reparadora ocorre quando essa alternância acontece de forma contínua, condição descrita por especialistas como “arquitetura do sono preservada”.

O sono não REM envolve o repouso profundo do organismo e se subdivide em três fases, que vão do início do adormecimento ao estágio mais profundo. | Foto: Ilustrativa/Pexels

A sensação de cansaço ao acordar, mesmo após várias horas dormidas, é um relato comum. A explicação, segundo profissionais da área, está na qualidade do sono, considerada mais determinante do que a quantidade. Ansiedade, estresse, uso de álcool ou medicamentos e o horário da prática de atividades físicas podem interferir nas fases do sono. Quando os ciclos não se completam adequadamente, o corpo não realiza todos os processos de recuperação, o que resulta no cansaço matinal.

O sono é descrito como um verdadeiro “serviço de manutenção” do organismo. Durante esse período, o cérebro organiza informações adquiridas ao longo do dia, promove a regeneração celular e ajusta suas defesas naturais.

Especialistas recomendam a adoção de hábitos que favoreçam o descanso para garantir noites mais restauradoras. Entre as orientações estão: manter horários regulares para dormir e acordar; evitar telas e luz intensa antes de se deitar; reduzir o consumo de cafeína e álcool à noite; optar por refeições leves no jantar; criar um ambiente escuro, silencioso e fresco; realizar atividades relaxantes antes de dormir; evitar exercícios intensos e cochilos prolongados no fim do dia; expor-se à luz natural pela manhã; e usar a cama apenas para dormir.

A sensação de cansaço ao acordar, mesmo após várias horas dormidas, é um relato comum. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Riscos de noites mal dormidas

Um estudo publicado em outubro na revista Applied Sciences indica que a qualidade do sono deve receber ainda mais atenção entre praticantes de corrida, especialmente aqueles que conciliam treinos com uma rotina atribulada. A pesquisa, uma das primeiras a analisar o sono como fator multidimensional na prevenção de lesões esportivas, avaliou 425 corredores amadores e concluiu que participantes com menor duração e pior qualidade de sono tinham 78% mais chances de se machucar.

“O sono é um componente crítico, porém frequentemente negligenciado, na prevenção de lesões. Os corredores se concentram na nutrição e em estratégias de recuperação [e] o sono tende a ficar em último lugar na lista de prioridades”, afirmou Jan de Jonge, da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, em comunicado.

A corrida traz benefícios comprovados à saúde física, como a prevenção de doenças cardiorrespiratórias e a redução do risco de diabetes. No entanto, segundo os pesquisadores, os resultados dependem também de cuidados pessoais, especialmente entre corredores amadores.

O estudo classificou quatro perfis de sono: regular, ruim, eficiente e fragmentado. Indivíduos que dormiam menos de oito horas por noite apresentaram risco de lesões até 78% maior. Embora especialistas recomendem entre sete e nove horas de sono diárias, os autores destacam que atletas podem se beneficiar de cochilos ao longo do dia para ampliar o tempo de recuperação física e mental.

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