Estudo aponta que 44% das pessoas com diabetes nunca foram diagnosticadas
Quase metade (44%) das pessoas com mais de 15 anos vivendo com diabetes não havia recebido diagnóstico em 2023
Por Bruna Castelo Branco.
Quase metade (44%) das pessoas com mais de 15 anos vivendo com diabetes não havia recebido diagnóstico em 2023, segundo estudo publicado na segunda-feira (8) na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology. A pesquisa contou com a participação de um pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Apesar do cenário, o levantamento indica avanços. O número de pessoas diagnosticadas com diabetes alcançou 55,8% em 2023, o que representa um crescimento de 8,3% em relação a 2000. Os autores atribuem a melhora à evolução das estratégias e técnicas médicas.
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Entre os indivíduos diagnosticados, 91,4% estavam recebendo algum tipo de tratamento. Desse grupo, 41,6% tinham níveis controlados de açúcar no sangue, condição associada a quadros clínicos mais estáveis e com menos complicações. Considerando toda a população com diabetes, apenas 21,2% apresentavam controle glicêmico.
O estudo utilizou dados do relatório Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors 2023 (GBD2023) e avaliou a situação do diabetes em 204 países e territórios entre 2000 e 2023. Foram identificadas grandes disparidades regionais. Em 2023, as maiores taxas de diagnóstico foram registradas na América do Norte (83%), no sul da América Latina (80%) e na Europa Ocidental (78%). As menores taxas foram observadas na África Subsaariana central, onde apenas 16% das pessoas com diabetes receberam diagnóstico.
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As taxas de tratamento também variaram. Na região Ásia-Pacífico, chegaram a 97%, enquanto na África Subsaariana central foram de 69%. Jovens de 15 a 39 anos apareceram como o grupo menos propenso ao diagnóstico: apenas 26% tiveram a condição identificada em 2023, embora estejam mais expostos a complicações ao longo da vida.
Segundo os autores, ainda há desafios significativos no enfrentamento da doença. Eles afirmam que o diabetes continua “amplamente sub diagnosticado e mal tratado”, especialmente em países de baixa e média renda e entre adultos jovens.

“As descobertas destacam a necessidade urgente de estratégias aprimoradas e capacitação para aprimorar a detecção, o tratamento e o manejo do diabetes em todo o mundo”, escreveram. “Intervenções direcionadas para fortalecer a capacidade dos sistemas de saúde de diagnosticar e controlar o diabetes de forma eficaz podem levar a melhores resultados de saúde e reduzir a carga dessa doença crescente”.
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