Subsídio: Aladilce critica falta de transparência da prefeitura com transporte
Vereadora e líder da oposição, Aladilce Souza, cobra esclarecimentos sobre valores e contrapartidas para usuários
Por, João Tramm e Matheus Caldas.
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), criticou a falta de transparência da Prefeitura em relação ao subsídio ao sistema de transporte coletivo previsto na Mensagem nº 14/2025, enviada pelo prefeito Bruno Reis. Em entrevista exclusiva ao Aratu ON, a líder da oposição na Câmara de Salvador apontou que a proposta precisa ser detalhada antes de qualquer votação.
“É preciso que a gente tenha um maior esclarecimento. A questão das empresas de ônibus nunca foi transparente, sempre foi uma caixa fechada. Portanto, para a Câmara votar um projeto desses, é necessário ter muita clareza do que o texto vai ter para o município”, afirmou a parlamentar.
Para Aladilce, a ausência de um valor específico para o subsídio é um ponto crítico. “Não tem valor específico, mas tem as formas como isso será detectado. Esse subsídio está previsto numa situação de eventual déficit que seria apurado pela ARSAL”, disse. Ela detalhou que o aporte pode ocorrer de três formas: compensação financeira direta, compra de veículos ou investimentos no sistema de mobilidade urbana, podendo inclusive ter caráter retroativo.
A vereadora destacou que, historicamente, os projetos enviados pela Prefeitura vinham com o subsídio detalhado. “Agora, pelo que podemos sentir, a Câmara autorizaria a fazer subsídio sempre que a ARSAL identificar que há um déficit. Uma coisa que chama atenção é a compra de veículos para ser incorporado ao patrimônio das empresas. Seriam doações”, explicou.
Aladilce também defendeu que a discussão considere os usuários do transporte. “Não é possível a gente continuar dando subsídio sem haver contrapartidas para os usuários. Aí o povo está pagando indiretamente. E qual o benefício que vai haver? Está na hora de discutir o passe livre, mesmo que não seja total. Pelo menos para os estudantes”, afirmou. Ela lembrou ainda que 30% das pessoas andam a pé porque não têm dinheiro para pagar passagem.
“Mobilidade induz desenvolvimento e precisamos botar o dedo nessa ferida pelo lado dos usuários. Se o empresário precisa de ajuda e subsídio, precisamos pensar do outro lado. Não pode ser algo unilateral”, completou.
Aladilce indicou que vai exigir um debate mais aprofundado, com audiência pública e acompanhamento do Ministério Público do Estado da Bahia, ressaltando que o órgão já acompanha o setor desde a licitação do transporte.
Empréstimos municipais também entram na mira da oposição
Além do subsídio, a vereadora criticou a forma como a Prefeitura vem solicitando empréstimos. “O que chama atenção é que um deles é para pagar outro empréstimo. A prefeitura e o governo podem tomar empréstimo. É normal. Só que, em geral, é para algum programa específico, como, por exemplo, para financiar determinado equipamento para ajudar a cidade. Mas aqui não tem um programa específico”, explicou.
Ela reforçou que, embora não seja contra a tomada de empréstimos, é necessário que haja justificativa clara. “Quando um ente público faz um empréstimo, tem que ter uma finalidade, um programa. Neste caso, não dá. É para alimentar o município para não ter déficit fiscal. Não somos contra empréstimo, mas tem que estar muito justificado para não ser um cheque em branco”, concluiu.
Mais projetos e nada de PDDU
Em entrevista coletiva, na última segunda-feira (18), o vereador Kiki Bispo informou que mais projetos devem ser votados e enviados gradualmente até o final do ano, mas que essa calendarização ainda ia passar por decisão do Colégio de Líderes.
Apesar de cobrado pela oposição, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o chamado PDDU, não está no radar desta primeira leva de envios do novo semestre. Ao Aratu On, aliados do prefeito justificaram que a consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ainda foi contratada recentemente e que não há prazo definido para envio para Casa Legislativa.
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