Anvisa acelera ações para garantir antídoto contra metanol

Anvisa lidera ações emergenciais para viabilizar o antídoto contra metanol diante do aumento de casos de intoxicação no país

Por Ananda Costa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) intensificou as medidas para assegurar o acesso ao antídoto contra metanol, utilizado no tratamento de intoxicações graves pela substância. A principal aposta é a importação emergencial do medicamento fomepizol, articulada em conjunto com o Ministério da Saúde.

Anvisa busca antídoto contra metanol. Foto: Divulgação | Anvisa

Desde a semana passada, o governo federal instalou uma Sala de Situação para monitorar os casos e definir estratégias. A Anvisa atua de forma integrada com o Ministério da Saúde e outros órgãos na resposta à crise, que envolve ações de fiscalização, testagem de amostras e busca de alternativas terapêuticas emergenciais.

Fomepizol: prioridade nas ações

O foco imediato é garantir o fornecimento do fomepizol, principal antídoto contra metanol. A Anvisa já consultou agências reguladoras internacionais para agilizar a autorização de uso e comercialização do medicamento no Brasil. Entre os países contatados estão Estados Unidos, Canadá, China, Reino Unido, Argentina, Japão e membros da União Europeia.

Paralelamente, a Agência publicou um edital de chamamento para identificar fabricantes e distribuidores internacionais com disponibilidade imediata de fornecimento ao Ministério da Saúde. A medida atende a um ofício de urgência da própria pasta.

Caso o fomepizol não esteja disponível em tempo hábil, a Anvisa estuda alternativas. Uma delas é o uso de etanol grau farmacêutico estéril, que pode ser manipulado por farmácias especializadas. A Agência já mapeou 604 farmácias de manipulação em condições de produzir o etanol para uso terapêutico, caso a estratégia seja validada pelo Ministério da Saúde.

Caso confirmado na Bahia

Foto: Google Street View

A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) e a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana confirmaram nesta sexta-feira (3) a morte de um homem de 56 anos com suspeita de intoxicação por metanol.

De acordo com nota da Sesab,  o paciente foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Queimadinha, mas não resistiu e faleceu durante a madrugada.

Amostras biológicas serão coletadas e enviadas para análise laboratorial. O resultado deve sair em até sete dias e será determinante para confirmar ou descartar a causa da morte por intoxicação.

O que é metanol?

O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico da família dos álcoois. Líquido, incolor e inflamável, tem cheiro e sabor semelhantes ao do etanol, álcool presente nas bebidas alcoólicas, o que o torna quase indetectável quando misturado a elas.

Diferente do etanol, o metanol é usado principalmente como insumo na indústria química, na fabricação de solventes, adesivos, pisos e revestimentos. Apesar de sua importância industrial, é altamente tóxico para o consumo humano e pode ser letal mesmo em pequenas quantidades.

Tem como saber se a bebida está contaminada?

Foto: Pexels

Antes, as ocorrências estavam, majoritariamente, associadas a pessoas em extrema vulnerabilidade ou população em situação de rua, ambos a partir de ingestão de álcool em postos de gasolina adulterados com a substância.

No entanto, a partir do início do mês de setembro, em um curto intervalo de tempo, os pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão recente de bebidas alcoólicas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico de padrões inéditos, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky e vodka, entre outros.

No entanto, até o momento, não existe nenhum teste caseiro confiável que possa ser feito antes do consumo de bebidas alcoólicas. A única forma de identificar o envenenamento é a partir dos sintomas, que costumam surgir entre seis e 12 horas após a ingestão da substância.

Entre os sintomas estão: desconforto abdominal, visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura e rebaixamento do nível de consciência.

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