Nova presidente do PT-Salvador admite erros e promete 'reoxigenar' partido

A nova presidente do Partido dos Trabalhadores em Salvador, Ana Carolina, inicia sua gestão com um diagnóstico claro: “Entendo que nós erramos”. A fala, exclusiva à reportagem do Aratu On, marca o tom autocrítico e de reconstrução que ela pretende imprimir à frente da legenda, que há perdeu o protagonismo na capital baiana.

“O Partido dos Trabalhadores precisa voltar a ser protagonista de um processo político de esquerda. Nós já tivemos esse espaço. Éramos uma cidade vermelha. Precisamos voltar a liderar a esquerda”, afirmou.

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Com apoio de todas as forças internas do partido, ela venceu em todas as urnas com 75,13% dos votos e mobilizou mais de 3.600 filiados, Ana Carolina assume o comando do diretório municipal com o objetivo de recolocar o PT no centro da disputa política em Salvador.

No último pleito, a legenda encolheu e elegeu apenas um vereador além disso, ao apoiar Geraldo Júnior (MDB) em 2024, viu seu posto de liderança na esquerda ser ofuscado pelo protagonismo do PSOL, em que Kléber Rosa ficou no segundo lugar do pleito.

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Diagnóstico e alianças

A nova presidente não se sente ofuscada, mas sim uma possibilidade de aproximação e necessidade de unificar forças do campo da esquerda nas próximas eleições. “O PSOL, junto com o PT, são partidos que apresentam projetos políticos próximos. No último processo eleitoral a gente viu isso em números. E nos mostra que precisamos construir uma candidatura da oposição”, avaliou.

Ana Carolina também falou da importância para o PT retomar a presença nas ruas. “Salvador é uma cidade estratégica na Bahia. Para nós é um grande desafio. Mas eu tenho certeza que, com essa reoxigenada, conseguiremos influenciar o processo eleitoral e ajudar na reeleição de nossos companheiros Jerônimo e Lula”, disse.

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Autocrítica e reposicionamento

Para Ana, o “apagamento” recente do partido na capital baiana é reflexo de uma série de fatores. “Olha, acho que uma série de questões levaram ao nosso apagamento. Mas agora, as diversas forças políticas do partido estão comigo para reposicionar. Entendendo que nós erramos e acertamos”, reconheceu.

Ademario Costa, militante do PT em Salvador e ex-presidente da legenda, também compartilha da necessidade de mudança de postura: “O partido pode ganhar um fôlego, mirando as lutas sociais. O quadro hoje na capital é muito grave. A presidência do PT precisa se elevar. Nos últimos três anos tivemos uma postura de falta de enfrentamento e isso se refletiu no último pleito. Não podemos esperar o ano eleitoral para se posicionar”, criticou.

Confiança interna

O recém-eleito presidente estadual eleito do partido, Tássio Brito, se mostrou confiante na condução de Ana Carolina: “Fortalecer o PT em Salvador é uma tarefa muito importante para nós. O PT sempre foi um partido preferido dos soteropolitanos, e deixamos perder isso desde 2016. Foi o maior erro em Salvador e eu não tenho nenhuma dúvida que Anninha vai retomar o protagonismo na cidade”.

Com o desafio de reconectar o partido com a base e com os movimentos sociais, Ana Carolina assume em um momento decisivo. O PT não vence uma disputa municipal em Salvador desde 2008 e não disputa um segundo turno na capital há mais de 20 anos. Sua missão é clara: unir as forças internas, recuperar a identidade do partido na cidade e influenciar de forma decisiva os rumos das eleições de 2024.