Cristofobia, pontualidade no cinema: projetos polêmicos passam na Câmara

Além de quatro projetos do Executivo aprovados, vereadores deram aval para matérias que se relacionam com Cristofobia e pontualidade no cinema

Por João Tramm.

Os vereadores de Salvador aprovaram mais de 40 matérias na tarde da última quarta-feira (24). Além das quatro matérias do Executivo, os edis ainda deram aval a projetos que tratam da Cristofobia, pontualidade no cinema: projetos polêmicos que passaram na Câmara Municipal.

As matérias seguem para sanção do prefeito Bruno Reis (União) e, caso recebam aval do gestor, serão colocadas em prática. 

Cristofobia, pontualidade no cinema: projetos polêmicos passam na Câmara; Foto: Antonio Queiros; CMS

Cristofobia, pontualidade no cinema: veja polêmicas aprovadas 

Pontualidade no cinema

  • Projeto de Lei nº 145/25, da autoria de Randerson Leal (Podemos), dispõe sobre a obrigatoriedade das salas de cinema localizadas no município de Salvador iniciarem a exibição dos filmes no horário previamente anunciado

Segundo a proposta, trailers e propagandas comerciais ou institucionais, deverão ser veiculados antes do horário oficial da sessão, sem causar atrasos. 

“É uma medida simples, mas que representa um avanço significativo na defesa do consumidor e no respeito ao tempo do cidadão. Quem compra ingresso para um filme para assistir às 20h, não pode se submeter a vê-lo às 20h30”, explicou Randerson Leal.

Mesas e cadeiras de bar em espaços públicos

  • Projeto de Lei nº 52/21, do vereador Daniel Alves (PSDB), que regulamenta a colocação de mesas e cadeiras em estacionamentos privados, vagas públicas de veículos, calçadas e praças em frente a bares e restaurantes. A medida envolve o uso do espaço público e os interesses do setor comercial, o que divide opiniões.

Os bares, restaurantes e estabelecimentos semelhantes poderão utilizar áreas públicas, desde que respeitem os limites de afastamento definidos para a instalação de mesas, cadeiras e demais itens. O regulamento estabelece que os passeios devem permanecer acessíveis para a circulação de pedestres e pessoas com deficiência.

A proposta prevê ainda que a ocupação de calçadas e espaços públicos só será permitida mediante o uso de mesas, cadeiras e placas móveis, que não causem danos ao piso ou ao mobiliário urbano, nem atrapalhem o fluxo de pedestres e veículos. A utilização desses locais ficará restrita ao período de funcionamento do estabelecimento. Quanto aos sombreiros, deverá haver padronização por cada bar.

Câmera em carros por aplicativo

Projeto de Lei nº 203/25, do vereador Duda Sanches (União), determina a instalação de câmeras de segurança na parte interna dos veículos utilizados por aplicativos de transporte individual. O objetivo é reforçar a segurança, mas também levanta preocupações com relação à privacidade.

“O advento dessa nova modalidade de transporte trouxe à tona uma série de preocupações, especialmente em razão do crescente número de assaltos, agressões e até homicídios que vitimam motoristas de aplicativos, deixando muitas famílias desamparadas”, diz o texto. 

A obrigação de arcar com essa implementação seria das empresas de aplicativo, caso não cumpra poderá ter sua atividade suspensa.

“As câmeras funcionarão como um instrumento dissuasor contra ações criminosas. O simples conhecimento de que há um monitoramento audiovisual pode inibir comportamentos inadequados, tanto por parte dos passageiros quanto dos motoristas. Além disso, as gravações poderão ser utilizadas como prova em situações de conflito, contribuindo para o esclarecimento dos fatos e a responsabilização de eventuais culpados ", acrescenta o documento. 

Cristofobia

  • Projeto de Lei nº 28/25, do vereador Cezar Leite (PL), cria o Programa de Combate à Cristofobia no município. Por envolver temática religiosa, a matéria pode gerar discussões sensíveis em torno da liberdade de crença e da proteção contra discriminação.

O assunto contou com realização de audiência pública e pode trazer diversas consequências como, por exemplo, a proibição de fantasias no Carnaval. Se vestir de padre, freira ou qualquer entidade religiosa cristã ficaria proibido. A iniciativa surge em meio à polêmica envolvendo a cantora Claudia Leitte e as religiões de matriz africana.

Vale lembrar que a artista, que é evangélica, se recusa a cantar termos e expressões das religiões de matriz africana, chegando a alterar letras de canções que gravou ao longo de sua carreira.

Ao justificar a proposta, o vereador defendeu a necessidade de respeito às manifestações cristãs. "Salvador é uma cidade conhecida por sua diversidade cultural e religiosa. Não podemos aceitar ataques ou preconceitos contra nenhuma tradição. A fé cristã também precisa de proteção e respeito", afirmou.

A polêmica no universo da axé music culminou em um rompimento entre Claudia e Ivete Sangalo, que não se seguem mais nas redes sociais. Claudia ainda compartilhou um post com críticas a Ivete, Daniela Mercury e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

O projeto do vereador prevê a adoção de medidas para proteger e promover o respeito às manifestações cristãs, incluindo campanhas educativas e ações de conscientização sobre a importância da liberdade religiosa. Além disso, propõe a criação de canais de denúncia para casos de discriminação contra cristãos e a aplicação de penalidades administrativas para atos comprovados de "cristofobia".

A controvérsia começou quando a artista baiana alterou a letra da música "Caranguejo", substituindo a referência ao orixá Iemanjá pelo termo Yeshuá, nome hebraico utilizado por religiões evangélicas para se referir a Jesus Cristo. 

 Outras polêmicas

  • Projeto de Lei nº 122/23, de autoria do vereador Alexandre Aleluia (PL), propõe o uso de criptoativos como forma de pagamento de tributos, taxas, impostos, contribuições e tarifas de serviços públicos em Salvador. O texto é inovador, mas levanta questionamentos sobre a volatilidade das criptomoedas e os impactos regulatórios e fiscais.

  • Projeto de Lei nº 31/25, apresentado pelo vereador Professor Hamilton (PSOL), institui a política da “Catraquinha Livre”, garantindo a liberação das roletas para crianças com direito à gratuidade no transporte público. A proposta toca em questões de mobilidade urbana e acessibilidade infantil.

Cézar Leite é autor do projeto de lei da Cristofobia; Foto: Ascom

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.