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Claudia Leitte pode pagar R$ 10 milhões após trocar 'Yemanjá' por 'Yeshua'

Claudia foi denunciada por intolerância religiosa

Fonte: Da Redação

Com informações do repórter Raphael Marques, da TV Aratu


A cantora Claudia Leitte pode ser condenada a pagar até R$ 10 milhões por danos morais, após substituir a palavra "Yemanjá" por "Yeshua" na música "Caranguejo". A mudança gerou acusações de intolerância e racismo religioso, e o caso é alvo de uma audiência pública promovida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que investiga os impactos da alteração.


Foto: reprodução/Instagram

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O inquérito foi instaurado após representação do Instituto de Direitos de Matrizes Africanas (Idafro) e da ialorixá Jaciara Ribeiro. Segundo o advogado Hédio Silva, coordenador do Idafro, além da indenização, pode ser exigido que Claudia Leitte cante apenas a versão original da música. "Será dado um prazo para que ela se manifeste, mas o objetivo é recompor o dano moral causado", explicou.


A alteração na letra foi feita em dezembro de 2024, durante o primeiro ensaio de Carnaval, e repetida no pré-réveillon em Recife (PE). O caso é visto como um exemplo de combate ao desrespeito às religiões de matriz africana. Leonel Monteiro, presidente da Associação Afro-Ameríndia, destacou a importância da ação. "É um marco para que o poder público tome medidas mais firmes contra o apagamento de nossa cultura afro-indígena religiosa", afirmou.


A promotora de Justiça Lívia Vaz reforçou o papel do MP na garantia da liberdade religiosa. "Esperamos que essa audiência seja um exemplo de que devemos atuar para assegurar igualdade de direitos a todas as pessoas", declarou.


Foto: reprodução/TV Aratu

Foto: reprodução/TV Aratu




Por outro lado, a defesa da cantora argumenta que a mudança não configura crime. A advogada Ilz, do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, afirmou que Claudia Leitte exerceu seu direito de liberdade religiosa. "O estado laico não pode restringir a manifestação de fé de qualquer pessoa", disse.


O caso é investigado pela recém-criada Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa (Decrim), cujo titular é o delegado Ricardo Amorim. Ele destacou que a unidade representa um avanço no enfrentamento desses crimes. "É uma mudança na forma como esses casos são priorizados pela polícia", pontuou.


A audiência pública busca não apenas investigar a responsabilidade da artista, mas também fomentar o debate sobre ações que podem ser interpretadas como desrespeito às culturas e religiões de matriz africana.


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