Com depressão, Carla Zambelli diz que não pode ser presa: 'Não sobreviveria'
Além da pena de prisão, Carla Zambelli foi condenada à perda do mandato e ao pagamento de indenização
Por Da Redação.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou ser vítima de perseguição política ao comentar sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão em regime fechado. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (15), a parlamentar criticou o andamento do processo e negou envolvimento nos crimes.
Além da pena de prisão, Zambelli foi condenada à perda do mandato e ao pagamento de indenização. A decisão foi tomada por unanimidade (5 a 0) na quarta-feira (14/5), com voto final do ministro Luiz Fux. O relator, ministro Alexandre de Moraes, havia se manifestado no dia 9, sendo seguido pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.
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Segundo a acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli teria planejado e coordenado, com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto, uma invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no início de 2023. A denúncia aponta a tentativa de inserir alvarás de soltura falsos e um mandado de prisão forjado contra o próprio Moraes.
Durante a coletiva, Zambelli também mencionou problemas de saúde. Ela declarou sofrer da síndrome de Ehlers-Danlos — condição genética que provoca hipermobilidade nas articulações —, além de depressão e síndrome da taquicardia postural ortostática, uma disfunção cardíaca. “Pedi relatórios aos meus médicos, e eles são unânimes em afirmar que eu não sobreviveria à cadeia”, afirmou. “Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar. Mas não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como devo ser cuidada.”
Essa é a segunda vez, em menos de dois meses, que o STF forma maioria para condenar a parlamentar. Em março, os ministros votaram por uma pena de cinco anos e três meses de prisão, em regime semiaberto, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O caso se refere ao episódio em que Zambelli perseguiu um homem armada pelas ruas de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. O julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.
No âmbito eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou o mandato da deputada em janeiro, por disseminação de desinformação durante as eleições de 2022. A decisão ainda aguarda julgamento de recursos.
Walter Delgatti Neto, apontado como executor das invasões, segue preso desde 2023 por outros crimes cibernéticos, incluindo a invasão de contas de autoridades no Telegram.
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