Como proteger os pets do barulho dos fogos no Ano Novo? Veterinária explica

No período do fim do ano, o aumento no uso de fogos de artifício provoca desconforto em muitos pets

Por Bruna Castelo Branco.

As comemorações de fim de ano costumam repetir um cenário conhecido por tutores de animais de estimação. Nesse período, o aumento no uso de fogos de artifício provoca desconforto em muitos pets. O barulho dos rojões é apontado como uma das principais causas de estresse intenso em cães e gatos, podendo desencadear crises de ansiedade e até acidentes graves. 

Gatil do Rio Vermelho busca adotantes para 137 gatos resgatados em Salvador

Por que seu cachorro te segue pela casa? Veja o que diz a ciência

No período do fim do ano, o aumento no uso de fogos de artifício provoca desconforto em muitos pets. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Segundo a médica veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Salvador (Unifacs), Lorena Sampaio, cães, gatos e até animais silvestres possuem sensibilidade auditiva superior à dos humanos, o que intensifica o impacto do ruído. “O som dos fogos é um estímulo súbito e muito alto, que aciona de forma imediata o sistema de alerta dos animais. Essa ativação brusca interfere diretamente no comportamento e pode gerar uma série de riscos físicos e emocionais”.

As explosões podem provocar ansiedade, medo e a chamada resposta de luta ou fuga, reação associada à liberação de hormônios que preparam o organismo para enfrentar ou escapar de uma ameaça. Entre os sinais mais comuns de desconforto, fobia ou desespero, a especialista destaca tremores, salivação excessiva, aumento da frequência cardíaca, dificuldades respiratórias, tentativas de fuga e até automutilação. “São manifestações claras de pânico. Muitos animais desenvolvem fobias sonoras ao longo dos anos, o que pode prejudicar permanentemente seu bem-estar”, afirma.

O barulho dos rojões é apontado como uma das principais causas de estresse intenso em cães e gatos. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Como agir

Em situações agudas, a orientação é criar um ambiente seguro e acolhedor para o animal. Lorena Sampaio recomenda levá-lo para um local tranquilo, fechar portas e janelas para reduzir o barulho e permitir que ele escolha onde se sentir mais protegido. A especialista também orienta que o tutor mantenha a calma, evite reforçar o pânico e utilize recursos que auxiliem na sensação de segurança, como coletes calmantes, a exemplo do Thundershirt. Veja abaixo:

Mantenha a calma, evite reforçar o pânico e utilize recursos que auxiliem na sensação de segurança do animal, como coletes calmantes, a exemplo do Thundershirt. | Foto: Divulgação

A médica veterinária ressalta ainda a importância de medidas para evitar fugas, como manter portas, portões e janelas fechadas e não deixar o animal sozinho. “Deixar o animal desacompanhado pode agravar o pânico. Durante eventos prolongados, é importante que ele esteja com alguém de confiança”, afirma.

Viagens com pets

Com a chegada do período de férias e o aumento da oferta de destinos pet friendly, cresce o número de animais que acompanham os tutores em viagens. Para que o passeio não se transforme em transtornos, especialistas alertam para cuidados essenciais que garantem segurança, saúde e bem-estar aos pets.

Segundo o médico-veterinário e professor da Unifacs, José Pereira, a atenção deve começar ainda no planejamento do deslocamento. Em viagens de carro, a recomendação é o uso adequado de dispositivos de segurança.

As explosões podem provocar ansiedade, medo e a chamada resposta de luta ou fuga. | Foto: Ilustrativa/Pexels

“Para quem vai viajar de carro, por exemplo, o ideal é colocar o pet em uma caixa de transporte e deixá-la presa com cinto de segurança. No caso de animais de porte grande ou gigante, eles devem estar com rede de proteção e utilizando cinto de segurança”, explica. Ele também destaca a importância de programar paradas regulares para hidratação e necessidades fisiológicas dos animais.

Já em viagens aéreas, os cuidados devem ser redobrados. “Temos que ter cuidado com algumas raças, entre elas os braquicefálicos (animais com crânios curtos e largos e focinhos achatados), que historicamente têm dificuldades respiratórias”, alerta o especialista. Outro ponto citado por ele é a definição do local onde o animal será transportado. “O local onde o pet vai estar durante a viagem, se na cabine, onde o porte e o peso influenciam na decisão, ou se despachado em um ambiente especial para o transporte animal”, completa.

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.