Obras estruturantes na Bahia: veja os projetos que vão mudar o estado

A Bahia vive um momento decisivo em sua trajetória de desenvolvimento. Em um desenvolvimento com obras em andamento, projetos recém-concluídos e planejamentos de longo prazo, o estado tem apostado em iniciativas que vão muito além de intervenções locais, tratam-se de obras estruturantes, capazes de transformar a economia, a mobilidade e a qualidade de vida da população. Do metrô de Salvador à Ferrovia Oeste-Leste, passando pela modernização dos portos e pela aguardada ponte Salvador–Itaparica, a infraestrutura baiana se desenha como peça-chave para um progresso futuro.

O que são obras estruturantes?

Na linguagem do planejamento público, obras estruturantes são aquelas que vão além da simples intervenção local. Elas representam investimentos de grande porte, capazes de modificar a dinâmica econômica, social e urbana de uma região. Diferem-se de obras pontuais, como reformas de praças ou pavimentações de ruas, porque têm impacto regional ou estadual, integrando transporte, logística, energia, saneamento, educação e saúde.

Na Bahia, obras estruturantes incluem projetos de mobilidade urbana, como o metrô e o VLT de Salvador, as intervenções logísticas, como rodovias, ferrovias e portos e principalmente os investimentos em saúde, educação e saneamento que fornecem cidadania básica à vida de milhares de pessoas. São iniciativas que demandam alto investimento público e privado, mas trazem como contrapartida transformações duradouras e estratégicas para o desenvolvimento do estado.

Principais obras em andamento em 2025

O ano de 2025 marca a continuidade de um ciclo de grandes obras na Bahia, financiadas pelos recursos estaduais, federais e de parcerias privadas. Entre os destaques está o VLT de Salvador e Região Metropolitana, com 36,4 km de extensão e 34 estações. O projeto, estimado em mais de R$4 bilhões, avança em etapas, com previsão de atender 100 mil passageiros por dia até 2027.

Já na logística portuária, o Novo PAC destinou R$1,5 bilhão para modernização dos portos de Aratu, Salvador e Ilhéus. O Porto de Aratu, por exemplo, receberá um novo píer e ampliações que podem multiplicar em seis vezes sua capacidade de movimentação. Já o Porto de Ilhéus contará com dragagem e reativação do Moinho de Trigo, fortalecendo a exportação regional.

As rodovias também seguem em expansão. Estão em andamento mais de 1.500 km de restauração e duplicação de estradas, com investimentos de R$1,6 bilhão. Projetos como a BA-649 (Ilhéus–Itabuna) e a duplicação da BA-963 estão perto de conclusão. Outra iniciativa aguardada é a ponte sobre o Rio Cachoeira, em Itabuna, orçada em R$45 milhões.

No modal ferroviário, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) segue em construção, conectando Ilhéus à Ferrovia Norte-Sul, ampliando o escoamento de grãos e minério do interior. E um dos projetos mais ambiciosos, a Ponte Salvador–Ilha de Itaparica está em fase de sondagem e licenciamento. Orçada em R$11 bilhões, deve ter obras iniciadas em 2026, tornando-se a maior da América Latina, com 12,4 km de extensão.

Além da mobilidade, há avanços em educação e saúde. Mais de R$2,5 bilhões estão sendo investidos na construção e modernização de escolas, incluindo usinas fotovoltaicas e novos equipamentos esportivos. Na indústria, polos como Camaçari e Feira de Santana recebem melhorias viárias para fortalecer a produção e a mobilidade regional.

Projetos concluídos nos últimos anos

Nos últimos anos, a Bahia entregou importantes projetos estruturantes. Em Salvador, o BRT começou a operar entre 2023 e 2024, conectando bairros centrais com corredores exclusivos. Já no sul do estado, a Ponte Jorge Amado, em Ilhéus, foi inaugurada em 2020, reduzindo gargalos de tráfego e integrando áreas turísticas.

Na saúde, o Hospital Regional da Costa do Cacau e a Policlínica de Itabuna ampliaram a cobertura hospitalar no sul da Bahia. Em educação, mais de 100 obras foram concluídas entre 2023 e 2024, incluindo reformas, ampliações e novas escolas.

Na infraestrutura viária, a recuperação de 20,5 km da BR-101, concluída em março de 2025, melhorou a ligação entre cidades estratégicas. Já em saneamento, o Emissário da Boca do Rio, em Salvador, permanece como marco histórico, beneficiando mais de 1 milhão de habitantes.

Eixos de desenvolvimento territorial

O planejamento da Bahia considera os eixos de desenvolvimento territorial, áreas estratégicas que concentram investimentos conforme suas vocações econômicas.

No Litoral Norte e Salvador, destacam-se o turismo e o polo petroquímico de Camaçari. No Sul, Ilhéus e Itabuna são impulsionados pelo cacau, turismo e pelo Porto Sul. No Oeste, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães se consolidam como centros do agronegócio, enquanto Juazeiro, no Norte, é polo da fruticultura irrigada e das energias renováveis.

No Sudoeste, Vitória da Conquista se destaca no café e serviços de saúde e educação, enquanto a Chapada Diamantina reforça o turismo ecológico, com sua nova rodoviária, e a agricultura familiar. Esse modelo busca reduzir desigualdades regionais e valorizar vocações locais, aproximando interior e capital.

Parcerias público-privadas e financiamento federal

As parcerias público-privadas (PPPs) são contratos em que o governo (público) e empresas privadas se unem para executar, operar e manter serviços e obras de interesse público e atualmente são um dos motores do desenvolvimento baiano. O Metrô de Salvador e Lauro de Freitas é exemplo pioneiro, operado pela CCR, que funciona em regime de PPP desde 2013. Projetos de policlínicas, iluminação pública e até o VLT e a Ponte Salvador–Itaparica seguem esse modelo.

Em paralelo, o financiamento federal, especialmente via Novo PAC, BNDES e Caixa Econômica Federal, garante recursos de longo prazo. O Novo PAC, por exemplo, destinou R$1,5 bilhão para os portos baianos e recursos para duplicação de rodovias e avanço da FIOL. Em muitos casos, PPPs e financiamento federal se complementam, o governo assegura os recursos, enquanto a iniciativa privada executa e opera os empreendimentos.

Infraestrutura da Bahia: confira a visão de longo prazo do governo

O governo baiano aposta em uma visão de futuro de longo prazo. O Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI Bahia 2050) estabelece diretrizes para as próximas décadas, com metas em inovação, sustentabilidade, inclusão e infraestrutura. O plano é construído de forma participativa, com apoio de consultorias e do PNUD, e busca antecipar desafios como mudanças climáticas e envelhecimento populacional.

Em 2025, a Bahia também firmou parceria com o Banco Mundial, que aprovou um empréstimo de US$200 milhões para o Programa de Infraestrutura Sustentável. O objetivo é tornar o estado referência em energia limpa, mobilidade sustentável e digitalização de serviços. O pacote inclui metas como a instalação de 43 MW de energia solar em prédios públicos e ampliação do uso de bicicletas e veículos elétricos.

Com obras em andamento, projetos concluídos e uma visão clara para o futuro, a Bahia aposta em um modelo que combina PPPs, financiamento federal e planejamento de longo prazo. A estratégia é transformar o estado em um hub de infraestrutura integrada, sustentável e inclusiva, capaz de atender às demandas do presente e às necessidades das próximas gerações.

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