Sesab informa que não há casos de intoxicação por metanol na Bahia
Secretaria da Saúde reforça que, até o momento, não há registros de casos de intoxicação por metanol na Bahia, mas unidades de saúde estão em alerta
Por Ananda Costa.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, até esta quarta-feira (2), não foram registrados casos de intoxicação por metanol na Bahia. A medida ocorre em meio à preocupação com ocorrências suspeitas e confirmadas em outros estados do país.
Como precaução, a Sesab orientou as unidades de saúde da rede privada e os serviços de urgência e emergência da rede pública a manterem atenção a sintomas clínicos compatíveis com a intoxicação por metanol, e a notificar imediatamente qualquer caso suspeito.
O órgão estadual também afirmou que mantém comunicação constante com o Ministério da Saúde e outras autoridades sanitárias nacionais, monitorando a situação em nível nacional.
“O Governo da Bahia segue vigilante e preparado para adotar todas as providências que se fizerem necessárias, garantindo transparência das informações e a proteção da saúde da população baiana”, escreveu em nota.
Casos de intoxicação por metanol na Bahia
Na Bahia, o histórico de intoxicações aponta dois surtos graves foram registrados nos anos 1990, deixando vítimas fatais e centenas de pessoas hospitalizadas.
Em resposta ao Aratu On, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, nesta terça-feira (30), que, segundo dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), ocorreram dois episódios de grande impacto:
1990 – Santo Amaro: 60 pessoas intoxicadas, com 16 óbitos confirmados.
1999 – Nova Canaã e outros municípios: 300 pessoas intoxicadas, com 36 óbitos.
Casos confirmados em 2025
O governo do estado de São Paulo informou nesta quarta-feira (1º) que seis pessoas morreram no estado por suspeita de intoxicação por metanol. Uma das mortes foi comprovadamente causada por consumo de bebida alcoólica adulterada; as outras cinco continuam em apuração.
Já a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Pernambuco informou, nesta terça-feira (30), que três casos suspeitos de intoxicação por metanol foram notificados no estado. De acordo com o órgão, dois dos pacientes evoluíram para óbito e um ficou cego.
O que é metanol
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico da família dos álcoois. Líquido, incolor e inflamável, tem cheiro e sabor semelhantes ao do etanol, álcool presente nas bebidas alcoólicas, o que o torna quase indetectável quando misturado a elas.
Diferente do etanol, o metanol é usado principalmente como insumo na indústria química, na fabricação de solventes, adesivos, pisos e revestimentos. Apesar de sua importância industrial, é altamente tóxico para o consumo humano e pode ser letal mesmo em pequenas quantidades.
Bebidas contaminadas
Antes, as ocorrências estavam, majoritariamente, associadas a pessoas em extrema vulnerabilidade ou população em situação de rua, ambos a partir de ingestão de álcool em postos de gasolina adulterados com a substância.
No entanto, a partir do início do mês de setembro, em um curto intervalo de tempo, os pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão recente de bebidas alcoólicas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico de padrões inéditos, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky e vodka, entre outros.
Diante do caráter inédito da situação, o MJSP ressalta a possibilidade de existirem casos ainda não notificados, que seguem sob investigação e aguardam confirmação laboratorial.
Tem como saber se a bebida está contaminada?
Tem como saber se uma bebida está adulterada? Até o momento, não existe nenhum teste caseiro confiável que possa ser feito antes do consumo de bebidas alcoólicas. A única forma de identificar o envenenamento é a partir dos sintomas, que costumam surgir entre seis e 12 horas após a ingestão da substância.
Entre os sintomas estão: desconforto abdominal, visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura e rebaixamento do nível de consciência.
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