Envenenamento por metanol: Bahia já registrou mortes e surtos de intoxicação
Bebidas contaminadas com metanol causaram mortes em São Paulo
Por Juana Castro.
O envenenamento por metanol voltou a ganhar destaque no Brasil após registros recentes de mortes associadas à substância em bebidas adulteradas em São Paulo. Segundo autoridades de saúde, o metanol é especialmente perigoso porque é tóxico mesmo em pequenas quantidades, podendo levar à cegueira e à morte.
Na Bahia, o histórico de intoxicações aponta dois surtos graves foram registrados nos anos 1990, deixando vítimas fatais e centenas de pessoas hospitalizadas. Em resposta ao Aratu On, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, nesta terça-feira (30), que, segundo dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), ocorreram dois episódios de grande impacto:
- 1990 – Santo Amaro: 60 pessoas intoxicadas, com 16 óbitos confirmados.
- 1999 – Nova Canaã e outros municípios: 300 pessoas intoxicadas, com 36 óbitos.
Por que o metanol é perigoso?
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico da família dos álcoois. Líquido, incolor e inflamável, tem cheiro e sabor semelhantes ao do etanol, álcool presente nas bebidas alcoólicas, o que o torna quase indetectável quando misturado a elas, mas com alta capacidade de matar a quem ingerir a substância.
A substância altamente tóxica é frequentemente associada à adulteração de bebidas. Diferente do etanol, que é o álcool consumido em cervejas, vinhos e destilados, o metanol pode causar efeitos graves mesmo em pequenas quantidades. Entre os sintomas estão náuseas, vômitos, visão turva, dificuldade respiratória e, em casos graves, cegueira e morte.
Como identificar bebidas contaminadas pelo metanol?
Não é simples reconhecer a presença de metanol em bebidas, já que a substância é incolor e pode passar despercebida. Até o momento, não existe nenhum teste caseiro confiável que possa ser feito antes do consumo de bebidas alcoólicas. A única forma de identificar o envenenamento é a partir dos sintomas, que costumam surgir entre seis e 12 horas após a ingestão da substância.
No entanto, especialistas explicam que há formas de reduzir os riscos. Confira aqui orientações para identificar possíveis contaminações e evitar o consumo de produtos sem procedência confiável.
Como não é possível identificar a presença de metanol na bebida apenas pela aparência, cheiro ou gosto, algumas recomendações podem ajudar a evitar um possível envenenamento por metanol:
- Desconfie de preços muito abaixo do mercado, o que pode indicar adulteração;
- Verifique se o lacre e a tampa da embalagem estão intactos e originais;
- Fique atento a erros de ortografia nos rótulos, que podem ser indício de falsificação;
- Prefira comprar bebidas de fornecedores confiáveis e estabelecimentos autorizados.
Padrão inédito em bebidas contaminadas por metanol
O recente aumento dos casos no Brasil também revelou um padrão inédito nas bebidas contaminadas, levantando alerta para a fiscalização e conscientização dos consumidores. A informação foi divulgada na segunda-feira (29) pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad/MJSP).
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