Envenenamento por metanol: bebidas contaminadas têm padrão inédito
Bebidas contaminadas têm padrão inédito. Antes, as ocorrências estavam, majoritariamente, associadas a pessoas em extrema vulnerabilidade ou população em situação de rua
Por Dinaldo dos Santos.
Os casos de intoxicação por metanol, relacionado ao consumo de bebida alcoólica no estado de São Paulo, apresentam padrão inédito e diverso aos que eram, até então, registrados.
A informação, divulgada nesta segunda-feira (29), é da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad/MJSP).
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico da família dos álcoois. Líquido, incolor e inflamável, tem cheiro e sabor semelhantes ao do etanol, álcool presente nas bebidas alcoólicas, o que o torna quase indetectável quando misturado a elas, mas com alta capacidade de matar a quem ingerir a substância.
Envenenamento por metanol tem padrão inédito
Antes, as ocorrências estavam, majoritariamente, associadas a pessoas em extrema vulnerabilidade ou população em situação de rua, ambos a partir de ingestão de álcool em postos de gasolina adulterados com a substância.
No entanto, a partir do início do mês de setembro, em um curto intervalo de tempo, os pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão recente de bebidas alcoólicas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky e vodka, entre outros.
Diante do caráter inédito da situação, o MJSP ressalta a possibilidade de existirem casos ainda não notificados, que seguem sob investigação e aguardam confirmação laboratorial.
Ontem (29), em reunião extraordinária do Comitê Técnico do Sistema de Alerta Rápido (SAR) do Governo Federal, foi confirmado o décimo caso de intoxicação no estado de São Paulo.
Até o final desta tarde, três óbitos foram oficialmente atestados pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do CIATox-Campinas, com base na identificação de um novo padrão registrado desde o dia 1º de setembro.
O MJSP segue responsável pelo monitoramento e pela atualização de dados e emitirá um alerta aos Procons de todo o país, com orientações voltadas a fornecedores e consumidores sobre a segurança na comercialização e no consumo de bebidas alcoólicas.
O Ministério da Saúde monitora a situação junto ao estado de São Paulo, responsável pelo atendimento dos casos, e reforça que todas as unidades de saúde, em especial a rede de urgência e emergência, devem seguir o protocolo de notificação para casos suspeitos de intoxicação exógena.
O Ministério da Agricultura e Pecuária está levantando informações para adoção das medidas necessárias e avaliar eventuais ações de fiscalização.
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