Câncer de Pulmão: aumento de casos em mulheres jovens não-fumantes preocupa médicos

Um estudo realizado pela American Lung Association, uma organização voluntária de saúde, mostrou que o número de mulheres jovens com câncer de pulmão cresceu 84% nos últimos 42 anos. No entanto, 20% das pacientes não são nem nunca foram fumantes. O número cai 36% em relação aos homens, que vêm sendo menos acometidos pela doença nos últimos anos.

A equipe de reportagem da TV Aratu conversou com Josilane Amorim, que é Assistente Social e foi diagnosticada com a doença em outubro de 2021. Após passar por uma cirurgia, ela se submeteu a sessões de quimioterapia, mas não obteve o resultado esperado. Por isso, precisou recorrer a outro medicamento.

"Após seis sessões, eu não obtive um resultado tão satisfatório e comecei a usar outra medicação, que é a 'quimio' que eu faço até hoje", disse.

Em busca de qualidade de vida, além do tratamento médico, Josilane também pratica regularmente atividade física e dança. A sua luta contra a doença, porém, começou cedo. Isso porque, 10 anos antes, a assistente social descobriu um Câncer de Mama.

"Eu dizia: 'Se eu tiver que morrer, farei isso lutando!'. Eu comecei a planejar a minha vida, porque meu sonho era ser professora no curso de Serviço Social. Então, eu comecei a planejar a minha vida para esses cinco anos", concluiu.

HISTÓRICO

Ao Cidade Aratu, programa da TV Aratu, a oncologista Samira Mascarenhas fez uma análise a respeito do que pode estar motivando o crescimento da doença entre as mulheres e a queda de casos entre os homens.

"Esse dado é muito interessante, porque ele acompanha, também, a história do tabagismo com a libertação feminina. Se a gente for olhar, o homem começa a fumar historicamente mais cedo, enquanto que a mulher fuma depois. Então, a gente tem o pico de incidência de câncer de pulmão mais tardio na mulher. O que tem nos preocupado mais recentemente, que foi chamada a atenção na reportagem, é o número de mulheres abaixo de 50 anos, não fumantes, que vem crescendo nas estatísticas da doença. O que pode explicar isso? Será que é a exposição, ou mesmo ser uma fumante passiva? Qualquer exposição aumenta o risco. Será que a mulher é mais sensível? Essas são perguntas importantes e a gente vem estudando", inicia.

"Um ponto interessante é que a poluição ambiental entra, hoje em dia, como um fator muito importante no desenviolamento da neoplasia de pulmão. Os brônquios estão em contato direto com o ar. Então, esse é um fator de extrema importância", finaliza.

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