Trump promete tarifar países que regularem big techs americanas

Represálias de Trump a países que regularem big techs incluem tarifas adicionais e restrições de exportação de tecnologias dos EUA

Por Júlia Naomi.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu impor tarifas adicionais e implementar restrições de exportação de tecnologias dos EUA a países que tributem ou regulem empresas de tecnologia americanas. A declaração, feita na rede Truth Social, na noite de segunda-feira, enfatiza especialmente o meio digital, sugerindo referência a big techs.

Trump considera regulação de big techs uma prática discriminatória contra tecnologias americanas. Foto: Divulgação / Casa Branca - Pixabay / Wikimedia

Para o líder estadunidense, a criação de regras sobre mercados digitais é intencionalmente direcionada para afetar empresas dos EUA. “Impostos digitais, legislações sobre serviços digitais e regulamentações de mercados digitais são todos projetados para prejudicar ou discriminar a tecnologia americana", declarou. 

Na mesma publicação, Trump acusa países que intervém na atuação de empresas de tecnologia americanas de serem permissivos diante de companhias chinesas. "Eles também, de forma ultrajante, dão passe livre às maiores empresas de tecnologia da China. Isso precisa acabar, e acabar AGORA!”

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“Com esta TRUTH (com se chamam os posts da rede social de Trump), coloco todos os países com impostos digitais, legislações, regras ou regulações sob aviso de que, a menos que essas ações discriminatórias sejam removidas, eu, como presidente dos Estados Unidos, imporei tarifas adicionais substanciais sobre as exportações desse país para os EUA e instituirei restrições de exportação sobre nossa tecnologia altamente protegida e chips”, afirmou o presidente.

Publicação em que Trump promete retaliar países que regularem big techs americanas. Foto: Reprodução / Truth Social

Ele também escreveu que as empresas de tecnologia não são o "cofrinho" ou o "capacho" do mundo. "Mostrem respeito à América e às nossas incríveis empresas de tecnologia ou considerem as consequências!", concluiu.

Associação de big techs envia carta em apoio a investigação dos sobre práticas comerciais do Brasil

Na última segunda-feira (19), uma associação que representa big techs americanas enviou uma carta ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), em que demonstra apoio à investigação aberta pelo governo dos EUA, no dia 15 de julho, sobre supostas práticas comerciais desleais do Brasil contra o país. A medida foi anunciada por Donald Trump juntamente com o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros.

Pix está entre práticas consideradas

A Investigação da Seção 301 sobre Práticas Comerciais Desleais no Brasil aponta como problemáticos, inclusive, "serviços de pagamento eletrônico do governo", sem mencionar diretamente o Pix. De acordo com a Agência Brasil, "as críticas ao sistema de pagamento brasileiro podem ser explicadas pela concorrência com Whatsapp Pay e bandeiras de cartão de crédito norte-americanas, e por ter se tornado uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais".

A carta da Associação da Indústria de Computadores e Comunicações (CCIA), afirma que seus membros têm interesses comerciais significativos no mercado brasileiro, mas alega que o Brasil  implementou ou propôs medidas regulatórias "que prejudicam as exportações e operações de serviços digitais dos EUA no mercado brasileiro".

A CCIA representa 20 grandes empresas de tecnologia e comunicação dos EUA. Alguns exemplos são Amazon, Intel, Ebay, Apple, Google e Meta, dona do WhatsApp, Instagram e Facebook.

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