Fim de tarifaço? Lula e Trump abrem novo capítulo entre Brasil e EUA
Lula e Trump líderes trataram de assuntos como o fim das tarifas impostas a produtos brasileiros
Por Rosana Bomfim.
O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste domingo (26), em Kuala Lumpur, marcou o início de uma nova fase nas relações entre os dois países. Durante 45 minutos de conversa, os líderes trataram do fim das tarifas impostas a produtos brasileiros e da suspensão da Lei Magnitsky, que prevê sanções a autoridades do Brasil.

Pedido de suspensão temporária Tarifaço
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o diálogo foi “positivo”, “franco e colaborativo”. Lula reforçou o pedido para que as barreiras comerciais sejam retiradas e as sanções, encerradas. Trump respondeu em tom semelhante e prometeu agilidade nas tratativas.
“Tudo tem que ser resolvido em pouco tempo”, afirmou Trump, de acordo com o chanceler brasileiro.
O Itamaraty demonstrou otimismo com os resultados do encontro. Vieira informou que as equipes técnicas dos dois países devem iniciar as conversas ainda neste domingo, com a meta de fechar um acordo nas próximas semanas.
“Esperamos, em pouco tempo, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores de atual tributação americana ao Brasil”, declarou o ministro.
O governo brasileiro também pediu a suspensão temporária das tarifas enquanto as negociações avançam. Até o momento, os Estados Unidos não deram resposta definitiva, mas as conversas continuam, o que pode resultar em um acordo provisório.
Em agosto deste ano, o presidente Lula autorizou, o início do processo para levar à adoção de medidas de retaliação aos Estados Unidos, depois que o governo de Donald Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano.

Bolsonaro em pauta
Durante o encontro, Lula explicou a Trump a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe e outros crimes. O julgamento de Bolsonaro foi um dos fatores citados por Trump para justificar as sanções a autoridades brasileiras e a imposição de tarifas elevadas.
Lula afirmou que o ex-presidente teve amplo direito de defesa e que a condenação se baseou em ‘muitas provas’. Trump, por sua vez, disse ter ‘grande admiração’ por Lula, elogiou sua trajetória política e manifestou respeito pelo Brasil. O republicano também demonstrou interesse em visitar o país em breve. Lula deverá retribuir a visita aos Estados Unidos, embora nenhuma data tenha sido definida.
Clima de cooperação
A reunião contou com a presença, pelo lado brasileiro, do assessor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Márcio Elias Rosa, e do diplomata Audo Faleiro, da equipe do assessor especial Celso Amorim. Representando os Estados Unidos, participaram o secretário de Estado, Marco Rubio; o secretário do Tesouro, Scott Bessent; e o representante do Comércio, Jamieson Greer.
Logo após o encontro, Lula publicou uma mensagem nas redes sociais destacando o caráter produtivo da conversa.
“Tive uma ótima reunião com Donald Trump. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, escreveu o presidente.
O diálogo entre Lula e Trump sinaliza uma possível reaproximação entre Brasília e Washington, após anos de tensões políticas e econômicas.
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