Em pronunciamento na TV, Lula destaca isenção do imposto de renda até R$ 5 mil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a justiça tributária durante fala transmitida, na noite deste domingo (30), em cadeia nacional. Em pronunciamento na TV, Lula destaca isenção do imposto de renda até R$ 5 mil. 

Segundo o petista, a ação deverá injetar R$ 28 bilhões na economia. Ele também afirmou que a mudança elimina o “vergonhoso” benefício de uma parcela rica do país contribuir proporcionalmente menos em tributos.

Mais de 10 milhões de brasileiros serão beneficiados com o aumento da faixa, saiba outros detalhes e como vai funcionar a medida. 

Em pronunciamento na TV, Lula destaca isenção do imposto de renda até R$ 5 mil

A medida, compromisso de campanha e sancionada em 26 de novembro, é uma das principais apostas do governo para 2026. A atualização também concede abatimento no imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais.

"O Brasil mudou nessa última semana. Pela primeira vez, mais de cem anos após o início do Imposto de Renda, privilégios de uma pequena elite financeira deram lugar a conquistas para a maioria do povo brasileiro", disse ao iniciar o pronunciamento.

Durante os mais de seis minutos de fala, Lula comparou o impacto da isenção a um “14º salário” para parte dos trabalhadores. Ele mencionou que o valor poupado poderá ser direcionado ao pagamento de dívidas, viagens ou até para comprar uma televisão “com tela maior” para acompanhar a Copa do Mundo de 2026.

"Esse alívio no imposto de renda significa mais dinheiro no bolso, que significa maior poder de compra, que significa aumento no consumo, que faz a roda da economia girar", afirmou.

Segundo o presidente, a projeção da Receita Federal para 2026 revela um "estímulo extraordinário" em diversos segmentos da economia.

"Com zero de Imposto de Renda, uma pessoa com salário de R$ 4.800 pode fazer uma economia de R$ 4 mil em um ano. É quase um 14º salário", destacou.

Lula também ressaltou que o governo não pretende cobrir a renúncia fiscal, que deve onerar R$ 27 milhões aos cofres públicos, reduzindo investimentos em saúde ou educação. A compensação, segundo ele, virá da cobrança sobre os chamados super-ricos, "que ganham mais de R$ 1 milhão por ano e hoje não pagam nada ou quase nada de imposto".

Cálculos do Ministério da Fazenda indicam que cerca de 15 milhões de contribuintes ficarão isentos com a nova estrutura. Em contrapartida, haverá aumento na tributação para aproximadamente 140 mil pessoas com rendimentos superiores a R$ 600 mil anuais — algo em torno de R$ 50 mil mensais.

"Estamos falando de 0,1% da população. De gente que ganha 10, 20, 100 vezes mais que 99% do povo brasileiro, e que vai contribuir com até 10% de imposto sobre a renda, para dar um alívio às famílias que trabalham, lutam e movem esse país", reforçou.

O presidente também mencionou que setores mais ricos do país acumularam, ao longo de mais de cinco séculos de história, benefícios repassados entre gerações. Segundo ele, "entre os muitos privilégios, talvez o mais vergonhoso seja o de pagar menos Imposto de Renda que a classe média e os trabalhadores."

Ao encerrar o pronunciamento, Lula destacou a queda da inflação, a redução do desemprego e ações do governo, como o programa Pé-de-Meia. Disse ainda que, apesar dos avanços, a desigualdade persiste. "A mudança no Imposto de Renda é um passo decisivo para transformar essa realidade, mas é apenas o primeiro".