Lula articulou vinda de vacina e insumos de Rússia e China juntamente com ex-ministros da Saúde
Aquisição da vacina Sputinik V pelo Consórcio dos Governadores do Nordeste teria partido do ex-presidente
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), contrário ao governo federal e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teria se articulado há meses com governantes da Rússia e da China pedindo vacinas e insumos para o Brasil. A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, de O Globo, nesta sexta-feira (12/3), e foi repostada pelo site oficial do Partido dos Trabalhadores.
A aquisição da vacina Sputinik V pelo Consórcio dos Governadores do Nordeste, que já está com negociações avançadas, teria partido do ex-presidente. Há cerca de três meses, Lula se reuniu com Kirill Dmitriev, diretor do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), que financiou o desenvolvimento da Sputnik V, por meio de videoconferência. Os ex-ministros da Saúde, nos governos do PT, José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Arthur Chioro também estiveram presentes.
“Foi uma conversa importante, porque abriu a relação do fundo russo com o Consórcio do Nordeste. Destacamos que o interesse pelo volume de vacinas era maior e envolvia vários estados brasileiros. Isso fortaleceu o acordo de milhões de vacinas firmado com os estados do Nordeste”, explicou Padilha à colunista.
O ex-ministro disse também que Lula “foi um super incentivador” das conversas sobre a Sputnik V e destacou a necessidade de trazer para o Brasil “ vacina boa, segura, eficaz”. O governador Rui Costa (PT) revelou, na quinta-feira (11/3), que determinou à Procuradoria Geral do Estado (PGE) e à Secretaria Estadual da Saúde (SESAB) que tomem todas as providências necessárias para agilizar, com absoluta prioridade e urgência, a celebração do contrato com o Fundo Soberano Russo para aquisição da vacina Sputnik V.
CHINA
Outra medida de Lula foi a de enviar uma carta, assinada por ele e pela ex-presidenta Dilma Rousseff, ao presidente chinês, Xi Jinping, quando a China atrasou o envio para o Brasil de insumos necessários para a fabricação de vacinas. Segundo o PT, Lula e Dilma "fizeram a diplomacia que o governo Bolsonaro se mostra incapaz de fazer".
Os ex-chefes de estado elogiaram a condução da pandemia no país asiático e se desculparam pelo “negacionismo” e “incivilidade” de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, que na epóca tiveram desdém pelo composto chinês. “Em nome desta grande amizade que brilha em qualquer circunstância e que soubemos construir entre esses nossos dois países e nossos povos, não faltará ao Brasil insumos indispensáveis para dar continuidade à recém-iniciada produção de vacinas que salvem a vida do povo brasileiro”, diz um trecho da carta.
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