Bolsonaro fará audiência de custódia após prisão preventiva
Ex-presidente Bolsonaro passará por audiência de custódia após prisão preventiva, em meio a reações políticas e diplomáticas
Por Laraelen Oliveira.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente desde a manhã de sábado (22) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve passar por uma audiência de custódia no domingo (23) para que o magistrado avalie se a detenção ocorreu dentro da legalidade e se os direitos fundamentais do preso foram respeitados.

A prisão preventiva, sem prazo definido para durar, foi decretada por Moraes depois que a Polícia Federal relatou o descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas a Bolsonaro. Segundo o ministro, duas razões principais fundamentaram a decisão: a violação da tornozeleira eletrônica, reportada às 00h08 de sábado, e o risco de fuga ou obstrução à fiscalização, especialmente diante da convocação de uma vigília de apoiadores na porta de seu condomínio, iniciativa que poderia fortalecer sua base de resistência. A medida, portanto, visa preservar a ordem pública e garantir o cumprimento da lei.

Bolsonaro foi detido por volta das 6h de sábado e levado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde está custodiado em uma “sala de Estado”, espaço reservado para autoridades. Lá, ele passou por exame de corpo de delito. A prisão preventiva não está diretamente ligada à condenação que Bolsonaro já recebeu por tentativa de golpe de Estado, mas à avaliação de risco imediato.
Prisão de Bolsonaro e repercussão internacional
Vale lembrar que Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e três meses de reclusão em regime fechado por participação em trama golpista após as eleições de 2022. Como a pena é superior a oito anos, quando for executada, deverá começar em regime fechado, conforme a lei. No entanto, ele ainda aguarda a conclusão de todos os recursos.
Paralelamente à audiência de custódia, Moraes convocou uma sessão virtual extraordinária da Primeira Turma do STF, marcada para segunda-feira (24), para que seus colegas analisem e decidam se referendam ou revogam a prisão preventiva. A turma é composta por Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

A defesa de Bolsonaro já classificou a prisão como “arbitrária”, sustentando que não havia risco legítimo de fuga. Em nota, os advogados afirmaram que vão protocolar pedido de revogação junto ao STF.
A prisão de Bolsonaro gerou forte reação no cenário político nacional. Governadores e parlamentares de diferentes espectros se manifestaram. Por exemplo, o líder da oposição na Câmara, o deputado Luciano Zucco (PL-RS), expressou indignação, chamando a decisão de “injusta” e “desumana”, especialmente diante do estado de saúde fragilizado de Bolsonaro. Já o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), defendeu que a prisão não é motivo de celebração, mas sim o resultado de uma justiça firme para quem “desafiou a democracia”.
Do ponto de vista internacional, a prisão repercutiu com destaque. Donald Trump, disse ao saber da notícia que “isso é muito ruim”. Além disso, Martin de Luca, advogado que representa a plataforma Rumble (ligada a Trump), afirmou que a medida de Moraes tem motivação política, acusando-a de “má-fé” e comparando-a a uma “caça às bruxas”. A mídia internacional também destacou a narrativa do “risco de fuga” para justificar a prisão preventiva.
Leia também: Após retirada do tarifaço, Bahia prevê geração de novos postos de trabalho
Leia também: Alexandre de Moraes decreta prisão do deputado Alexandre Ramagem
Leia também: Sob rumores de ida para PL, Alan Sanches se reúne com João Roma
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).