O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, fez nesta quarta-feira (8/9) um discurso direcionado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e aos atos políticos que pediam a destituição dos ministros, durante a abertura da sessão. Fux afirmou que as "ameaças à autoridade da Corte" e o "desprezo por decisões judiciais" configuram crime de responsabilidade.
"O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional", reclamou.
Em seu discurso, o ministro ainda acrescentou que "ofender a honra dos ministros, incitar a população, propagar discursos de ódio contra o STF e incentivar o descumprimento de decisões judiciais" são práticas antidemocráticas e também ilícitas. "Em nome das ministras e dos ministros desta Casa, conclamo os líderes do nosso país a que se dediquem aos problemas reais que assolam o nosso povo", disse ele.
Bolsonaro não citou, em seus discursos na sexta-feira (7/9), alguns problemas enfrentados pelo país, como a inflação, a crise hídrica e o desemprego. Fux disse que o verdadeiro patriota "não fecha os olhos para os problemas reais e urgentes do Brasil".
Ele classificou como "graves" as falas de Bolsonaro contra o STF e pediu que a população esteja atenta a "falsos profetas do patriotismo", que colocam o povo contra o povo. "Povo brasileiro, não caia na tentação das narrativas fáceis e messiânicas, que criam falsos inimigos da nação", aconselhou.
"Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança", concluiu o presidente do STF.
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Fonte: Da redação