A briga de Trump com a China pelo Canal do Panamá chega na Ponte Salvador Itaparica

É preciso entender que a negociação de Donald Trump com países abre lacunas para aproximar de novos parceiros e se habilitar a mais investimentos da China

Por Pablo Reis.

O conceito de geopolítica agressiva de Donald Trump deixou uma bola quicando para o governo da Bahia, que exige criatividade, estratégia e um pouco de audácia. A briga comercial com a China, aliada ao recente approach sobre o Panamá (que resultou vitória americana), pode dar fôlego ao projeto da Ponte Salvador-Itaparica.


O equipamento precisa de fato novo, sob risco de afundar antes mesmo da construção do primeiro pilar. 


Foto: Divulgação/Consórcio Ponte Salvador-Itaparica

Foto: Divulgação/Consórcio Ponte Salvador-Itaparica




A negociação para manter o que Trump chama de autonomia do Canal do Panamá, com direito a ameaças e ultimatos, fez com que o país anunciasse a saída da parceria com a China na Iniciativa Cinturão e Rota, também chamada de Nova Rota da Seda. 


O país da América Central fazia parte da estratégia global do Dragão do Oriente de criar uma mega canalização de produtos por entrepostos de todos os continentes, controlando o maior caminho global de escoamento de mercadorias. A Iniciativa foi lançada em 2013, sob liderança do presidente chinês Xi Jinping, com premissa de investir 1 trilhão de dólares em projetos de infraestrutura (portos, ferrovias, pontes, usinas de energia), em até 150 países. 


Donald Trump ameaçou impor tarifas e também revisar o tratado de devolução do Canal, de 1999, que previa autonomia na gestão da principal ligação marítima entre o Atlântico e o Pacífico. Se o Panamá desistiu da parceira, o Dragão ainda precisa ter uma ligação entre Atlântico e Pacífico para incorporar a Road and Belt Iniatiative.  Agora, é necessário criar esse trajeto... e ele deve ser por via continental. 


Foto: Divulgação/Consórcio Ponte Salvador-Itaparica

Foto: Divulgação/Consórcio Ponte Salvador-Itaparica




Desde 2015, um projeto de ferrovia transoceânica de 4400km é associado a intenções chinesas. Seria um modal iniciado no litoral do Rio de Janeiro, até a cidade de Bayovar, noroeste do Peru, investimento superior a 50 bilhões de dólares. 


A Ferrovia Integrada Oeste Leste (FIOL), iniciando no Porto Sul de Ilhéus, até Figueirópolis, em Tocantins, já tem uma conexão com a Ferrovia Norte-Sul. Poderia ser estendida para Bolívia e Peru, até alcançar o Pacífico. 


A ponte Salvador-Itaparica também tem importância estratégica nessa visão sobre logística e infraestrutura continental. Seria mais um equipamento para ajudar a suportar a intensa passagem de mercadorias. 


A construção ainda está em fase de sondagem de solo, que já consumiu praticamente R$ 200 milhões. O custo total estimado, e que está sendo avaliado pelo Tribunal de Contas do Estado, já alcança R$ 12 bilhões. 


Aproveitar essa conjuntura para negociar melhor a construção pelo consórcio chinês, com apoio da diplomacia, parece ser um caminho para destravar essa obra.


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