Soberania nacional: Rui Costa reage à investigação dos EUA sobre o PIX
Trump utilizou de Ato Comercial de 1974 para examinar serviços digitais aqui no Brasil, o fato gerou repercussão de Rui Costa durante evento BR no Mar
Por Da Redação.
Durante evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (16), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou a decisão do governo dos Estados Unidos de investigar o PIX, sistema de transferências instantâneas do Banco Central, sob suspeita de “prática comercial desleal”.
“Nesse momento que, infelizmente, vivemos uma intromissão absolutamente indevida, não dá para imaginar um cenário onde um presidente de uma das duas maiores potências do mundo está preocupado com a 25 de Março (...) com o meio de pagamento que um país adota e é abraçado por toda a população”, afirmou Costa.
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As declarações do ministro ocorreram durante o lançamento do projeto BR do Mar, voltado ao incentivo da cabotagem entre portos nacionais. Na ocasião, ele também destacou que o governo está unido com a população na defesa dos interesses nacionais:
+ Brasil Soberano: governo lança campanha após tarifaço de Trump“Nenhuma outra nação ou líder mundial pode escolher o meio de pagamento ou qualquer outra coisa que seja de definição do Brasil. Nós, brasileiros, que vamos definir”, disse.
Investigação de Trump sobre PIX
O processo, encaminhado pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), utiliza a seção 301 do Ato Comercial de 1974 para examinar serviços digitais e meios de pagamento, incluindo tecnologias impulsionadas pelo governo brasileiro. Segundo o USTR, há indícios de que o Brasil estaria favorecendo seus sistemas próprios, o que prejudicaria a competitividade de empresas estrangeiras
A apuração foi aberta a pedido do presidente Donald Trump, por meio da seção 301 do Ato Comercial de 1974, instrumento já utilizado contra países como a China. O documento menciona o PIX como possível barreira a empresas americanas no setor de pagamentos digitais e inclui outras críticas ao Brasil, como pirataria — com citação à Rua 25 de Março —, desmatamento e barreiras ao etanol.
O PIX, lançado em 2020, movimentou R$ 26,5 trilhões em 2024, consolidando-se como principal meio de pagamento do país. Segundo especialistas, a ofensiva americana pode abrir caminho para barreiras comerciais mais amplas contra o Brasil.
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