Salvador tem pior índice de alfabetização entre capitais do Brasil
Segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério da Educação, Salvador piorou em relação a 2023 – quando já era lanterna no quesito alfabetização
Por Matheus Caldas.
Salvador é a pior capital no quesito alfabetização infantil. É o que indicam dados divulgados na última sexta-feira (11), pelo Ministério da Educação, por meio do Indicador Criança Alfabetizada. A cidade teve, em 2024, 36,75% das crianças das redes públicas de ensino alfabetizadas.
O índice é obtido a partir das avaliações conduzidas pelos estados como parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA), e divulgado desde 2024 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
De acordo com os dados oficiais divulgados pelo MEC, Salvador piorou em relação a 2023 – quando já era lanterna no quesito. Na ocasião, a capital baiana tinha 39,2% das crianças da rede pública de ensino alfabetizadas.
Salvador ficou, em 2024, abaixo da meta percentual estabelecida para o ano, que era de 45,52%. A cidade ficou, ainda, atrás da média nacional, de 59,2%. Além disto, está abaixo do nível 1 de alfabetização.
Ainda não há dados consolidados sobre 2025, mas, no momento, Salvador vive greve na rede municipal de ensino há mais de dois meses, embora a prefeitura assegure que 78% das escolas já voltaram às aulas.
A líder nacional é do Nordeste: Fortaleza. Em 2024, a capital cearense registrou 74,81% de índice de alfabetização infantil. Vitória (73,2%) e Goiânia (69,6%) fecham o top 3 das capitais.
Na ponta inversa, além de Salvador, estão Maceió (40,95%) e Belém (46,08%).
Não há dados sobre Natal–RN, Brasília–DF, Porto Alegre–RS, Boa Vista–RR e Florianópolis–SC.
Veja ranking de alfabetização das capitais
Para os próximos anos, o MEC estabeleceu metas progressivas para os entes federados de alfabetização dos estudantes. Em 2025, o alvo da pasta é alcançar a marca de 64%, chegando a 80% de crianças acima do padrão nacional de alfabetização em 2030. “Não queremos nenhum estado abaixo de 80% de crianças alfabetizadas. A gente quer 100%, esse é o objetivo, mas pelo menos 80%”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana, em entrevista à CNN.
O Indicador Criança Alfabetizada é calculado a partir de um teste, no qual cada estudante responde a 16 itens de múltipla escolha e três de resposta construída, sendo uma produção textual. O Inep cede um conjunto de itens que comporão os testes que serão aplicados pelos sistemas estaduais de avaliação, e, posteriormente, o indicador é calculado a partir do alinhamento nacional dos dados apurados por essas avaliações. Entre outubro e novembro de 2024, dois milhões de estudantes foram avaliados pelos sistemas estaduais em suas próprias escolas.
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Alfabetização da Bahia
A Bahia também teve o menor índice de alfabetização infantil do país no ano de 2024.
Na Bahia, apenas 36% das crianças atingiram o padrão adotado na pesquisa, de modo que o estado não atingiu a meta de 43%, estabelecida pelo Inep, no ano anterior, para orientar avanços. Em 2023, quando este objetivo foi estabelecido, o índice de crianças alfabetizadas era de 37%, o que demonstra uma piora nos indicadores.
Os estados do Rio Grande do Sul, Amazonas, Paraná, Pará e Rondônia também tiveram desempenho pior do que em 2023. De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana, à CNN, esses estados estão tendo um acompanhamento priorizado para recuperação dos indicadores.
Detalhes sobre a avaliação
O teste avalia se a criança apresenta habilidades básicas de leitura e de escrita. O padrão nacional de alfabetização que aponta a criança alfabetizada foi estabelecido em 743 pontos na escala do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), pela Pesquisa Alfabetiza Brasil, em 2023, conduzida pelo Inep para determinar o ponto de corte que indica a alfabetização de uma criança ao final do 2º ano do ensino fundamental.
O padrão nacional de alfabetização indica que estudantes que alcançam esse resultado são capazes de ler palavras, frases e textos curtos; localizar informações explícitas em textos curtos (até seis linhas), como em bilhete, crônica e fragmento de conto infantil; inferir informações em textos que articulam linguagem verbal e não verbal, entre outras habilidades.
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