Envelhecimento da população: vacinação é um dos fatores, aponta IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28) as Tábuas de Mortalidade 2024, revelando que a expectativa de vida ao nascer no Brasil voltou a crescer e atingiu 76,6 anos no ano passado. Segundo o instituto, o envelhecimento da população está relacionado, entre outros fatores, ao avanço das campanhas de vacinação e ao fortalecimento do pré-natal.

O avanço representa um aumento de 2,5 meses em relação a 2023, consolidando a recuperação após o impacto da pandemia de covid-19.

O levantamento mostra que tanto homens quanto mulheres registraram ganhos de longevidade, embora em ritmos diferentes. A população masculina viu sua expectativa subir de 73,1 para 73,3 anos — um acréscimo de 2,5 meses. Já entre as mulheres, o aumento foi de 2 meses, passando de 79,7 para 79,9 anos.

A trajetória recente contrasta com o cenário de 2021, quando a expectativa de vida nacional caiu para 72,8 anos devido ao avanço da covid-19, que elevou significativamente o número de mortes no país. A partir de 2022, com o arrefecimento da pandemia e o avanço da vacinação, o indicador voltou a crescer.

Longevidade cresce mais de 30 anos em 90 anos

Os dados evidenciam também a transformação demográfica do país. Em 1940, um brasileiro vivia, em média, 45,5 anos. Hoje, são 31,1 anos a mais de vida. No ranking internacional, Mônaco lidera a expectativa de vida ao nascer, com 86,5 anos, seguido por San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4).

Queda histórica da mortalidade infantil

A pesquisa aponta ainda uma forte redução da mortalidade infantil. Em 2024, a taxa ficou em 12,3 mortes para cada mil nascidos vivos — um número significativamente inferior ao de 1940, quando 146,6 bebês em cada mil não completavam o primeiro ano de vida.

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Segundo o IBGE, a melhora está ligada à ampliação das campanhas de vacinação, ao fortalecimento do pré-natal, à promoção do aleitamento materno, ao trabalho dos agentes comunitários de saúde e aos programas de nutrição infantil. Avanços socioeconômicos, como o aumento da renda, maior escolaridade e a expansão do saneamento básico, também contribuíram.

Sobremortalidade masculina permanece elevada

O estudo destaca que a sobremortalidade masculina — diferença entre as taxas de mortalidade de homens e mulheres — continua concentrada entre adultos jovens. Em 2024, homens de 15 a 29 anos tiveram risco de morte até quatro vezes maior do que mulheres da mesma faixa etária, principalmente devido a causas externas, como acidentes e violência.

O fenômeno, segundo o IBGE, não era observado em níveis tão elevados em 1940, e está relacionado ao processo acelerado de urbanização e metropolização do país.

Idosos vivem mais do que nunca

A expectativa de vida aos 60 anos também apresentou avanço significativo ao longo das décadas. Em 1940, um brasileiro que atingia essa idade viveria, em média, mais 13,2 anos. Em 2024, essa projeção saltou para 22,6 anos — sendo 20,8 para homens e 24,2 para mulheres. O aumento médio é de 9,3 anos em oito décadas.

A pandemia afetou esses indicadores especialmente em 2020 e 2021, mas a tendência de recuperação já é observada desde 2022.

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Entre os brasileiros que chegam aos 80 anos, a expectativa de vida também cresceu. Em 2024, mulheres com essa idade vivem, em média, mais 9,5 anos, e homens, mais 8,3 anos. Em 1940, o ganho adicional era de apenas 4,5 anos para elas e 4 anos para eles.

Os dados mostram um país que envelhece rapidamente e que continua ampliando a longevidade de sua população, mesmo após o impacto da maior crise sanitária da história recente.

 

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