Operação fiscaliza comércio de bebidas alcoólicas adulteradas em Salvador

Operação reúne diversos órgãos para coibir a comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas em Salvador e identificar produtos que representam risco à saúde da população

Por Ananda Costa.

A Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA) iniciou nesta segunda-feira (6) uma operação conjunta com a Polícia Civil, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e a Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa) para combater a venda de bebidas alcoólicas adulteradas em Salvador. 

Bebidas alcoólicas adulteradas em Salvador são investigadas. Foto: Divulgação Ascom PCBA

A ação, chamada “Bebidas Etílicas”, tem como objetivo identificar produtos falsificados ou contaminados que possam colocar em risco a saúde dos consumidores.

O primeiro ponto fiscalizado foi um estabelecimento que fabrica e vende bebidas alcoólicas, localizado em Ilha Amarela, no Subúrbio Ferroviário. No local, foram coletadas amostras para análise e o Procon autuou a empresa por manter produtos com validade vencida e por irregularidades na fabricação e armazenamento.

Em outra ação, realizada em Nova Constituinte, no bairro de Periperi, as equipes encontraram 24 garrafas de uísque supostamente falsificadas, além de lacres, tampas, plásticos e rótulos usados para adulteração. O morador do imóvel foi conduzido à Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) para prestar esclarecimentos, e o material apreendido foi encaminhado ao DPT para perícia.

Polícia Civil realizou ações na Feira de São Joaquim, com apoio da Vigilância Sanitária Municipal, Guarda Civil Municipal e Secretaria de Ordem Pública (Semop). 

Na sexta-feira (3), foram apreendidas nove garrafas de bebidas destiladas e um galão com material irregular. No sábado (4), uma nova diligência resultou na apreensão de outras 11 garrafas e um galão contendo substância não identificada, ambos encaminhados ao DPT.

Envenenamento por metanol: tem como saber se a bebida está contaminada?

 Foto: Biodiesel Brasil

Tem como saber se uma bebida está adulterada? O envenenamento por metanol continua gerando questionamentos. No entanto, por ser muito semelhante ao etanol, álcool presente nas bebidas alcoólicas,  é quase impossível identificar visualmente ou pelo sabor se a bebida foi contaminada com metanol.

Até o momento, não existe nenhum teste caseiro confiável que possa ser feito antes do consumo de bebidas alcoólicas. A única forma de identificar o envenenamento é a partir dos sintomas, que costumam surgir entre seis e 12 horas após a ingestão da substância.

Entre os sintomas estão: desconforto abdominal, visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura e rebaixamento do nível de consciência.

Polícia apura uso de metanol para limpar garrafas

 A Polícia Civil de São Paulo trabalha com a hipótese de que metanol tenha sido utilizado na limpeza de garrafas de bebidas alcoólicas. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (3) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Equipes realizam operações diárias em vários pontos para fiscalizar a venda de bebidas e rastrear a origem dos produtos falsificados. Bares, adegas e distribuidoras são inspecionados, com verificação de documentos e apreensão de itens suspeitos.

Bahia já registrou mortes e surtos de intoxicação

O envenenamento por metanol voltou a ganhar destaque no Brasil após registros recentes de mortes associadas à substância em bebidas adulteradas. Segundo autoridades de saúde, o metanol é especialmente perigoso porque é tóxico mesmo em pequenas quantidades, podendo levar à cegueira e à morte.

Na Bahia, o histórico de intoxicações aponta dois surtos graves foram registrados nos anos 1990, deixando vítimas fatais e centenas de pessoas hospitalizadas. Em resposta ao Aratu On, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, segundo dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), ocorreram dois episódios de grande impacto:

1990 – Santo Amaro: 60 pessoas intoxicadas, com 16 óbitos confirmados.

1999 – Nova Canaã e outros municípios: 300 pessoas intoxicadas, com 36 óbitos.

Atualmente, a Bahia descartou dois casos de intoxicação por metanol e não há casos suspeitos. A informação foi divulgado pela Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) após investigação laboratorial. As ocorrências — registradas em Feira de Santana e Salvador — foram oficialmente encerradas após a conclusão das análises conduzidas pelos órgãos competentes.

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