CPI da Covid ouve o ministro Queiroga pela segunda vez e deve questionar autonomia na Saúde

Após ter as respostas consideradas evasivas por parte dos senadores, ele deverá ser questionado sobre a realização da Copa América no Brasil.

Por Da Redação.

CPI da Covid ouve o ministro Queiroga pela segunda vez e deve questionar autonomia na SaúdeMarcelo Camargo/ Agência Brasil

A CPI da Covid no Senado retoma os trabalhos nesta terça-feira (8/6) com um novo depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Após ter as respostas consideradas evasivas por parte dos senadores, ele deverá ser questionado sobre a realização da Copa América no Brasil e sobre a existência de um “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro nas ações de combate à pandemia da Covid-19.

Os planos para uma nova participação de Queiroga chegaram a ser adiantados pelo temor de uma terceira onda de infecções e recorrentes participações de Bolsonaro em atos com aglomeração, mas os novos acontecimentos aumentaram o peso do segundo testemunho do médico cardiologista. 

Em depoimento à comissão na última semana, a infectologista Luana Araújo, que havia sido convidada por Queiroga para integrar sua equipe e foi barrada pelo governo, apontou que a saída teria sido motivada por pressões do governo no enfrentamento à pandemia, que não teriam sido aceitas por ela.

"Ele (Queiroga) disse que lamentava, mas que a minha nomeação não passaria pela Casa Civil", afirmou Luana sobre o anúncio que não continuaria na pasta. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), ainda perguntou se a oposição dela ao tratamento precoce sem eficácia comprovada foi o que impediu sua nomeação.

"Eu acho que essa pergunta deve ser direcionada ao ministro Queiroga. A minha posição pública não é uma opinião. Na medicina a gente tem opinião até o momento em que a gente substitui essa opinião por evidências. Não foi me dada nenhuma justificativa para a minha saída", disse Luana à época.

À CPI, Marcelo Queiroga afirmou que possui independência para a tomada de decisões na Saúde e evitou se posicionar sobre medicamentos do “tratamento precoce”, se limitando a dizer que nunca foi pressionado a usá-lo, nem autorizou a distribuição.

Já os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Nelson Teich disseram à comissão que deixaram a pasta após pressões do Planalto contra o distanciamento social e a favor do uso da cloroquina e de outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

COPA AMÉRICA

Outro ponto que deve ser questionado pelos integrantes do colegiado é a decisão de acolher a Copa América e sediá-la no Brasil, após Argentina e Colômbia recusarem a competição por conta do agravamento da pandemia.

Durante a semana, o relator Renan Calheiros chamou Queiroga de “omisso” por não ter se posicionado a respeito do evento e afirmou que esta é mais uma demonstração de que não haveria independência no comando da Saúde.

A realização do evento esportivo no Brasil provocou uma crise entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), jogadores e comissão técnica, após o apoio do presidente à competição.

O vice-presidente Hamilton Mourão comentou a questão nesta segunda e disse que a discussão sobre a participação ou não na Copa América é "totalmente disfuncional". Em conversa com apoiadores, Jair Bolsonaro que está "fora" de discussões envolvendo jogadores e técnicos.

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