Ansiedade, paixão ou estresse: o que faz o coração disparar?
Como as emoções influenciam o coração? Descubra o papel do sistema nervoso simpático
Por Bruna Castelo Branco.
Você já sentiu o coração acelerar durante uma entrevista de emprego, diante de uma notícia inesperada ou ao encontrar alguém especial? Essa sensação, tão comum, é muito mais do que emoção: é o corpo reagindo ao que sentimos. O responsável por isso é um poderoso mecanismo chamado sistema nervoso simpático. Com informações da Agência Einstein.
Parte do sistema nervoso autônomo — que regula funções involuntárias como o batimento cardíaco, a respiração e a dilatação das pupilas —, o sistema simpático funciona como um verdadeiro “modo emergência”. Sempre que algo é percebido como ameaça, desafio ou forte estímulo emocional, ele entra em ação.

É assim que se inicia a famosa resposta de luta ou fuga, essencial para a sobrevivência de nossos ancestrais, que precisavam enfrentar perigos reais. Hoje, esse mesmo mecanismo é ativado em situações muito mais simples, como uma prova, uma apresentação, um susto ou até a expectativa por uma mensagem.
Quando o sistema simpático é ativado, o corpo libera adrenalina e noradrenalina, substâncias que preparam o organismo para reagir rapidamente. O coração bate mais rápido para enviar sangue aos músculos, a respiração se acelera para captar mais oxigênio e a pressão arterial sobe. Em segundos, o corpo inteiro entra em estado de alerta.
Quando o alerta deixa de ser saudável
Embora natural e temporária, essa reação se torna um problema quando permanece ativa por tempo demais. O estresse constante — típico da vida moderna, com excesso de estímulos, engarramento, cobranças e ruídos — mantém o sistema simpático continuamente ligado. Essa sobrecarga pode elevar o risco de hipertensão, infarto e outros problemas cardiovasculares.
Muitas pessoas passam o dia inteiro em um estado de tensão quase imperceptível: coração acelerado, respiração curta, músculos rígidos. São sinais de que o corpo está vivendo em alerta permanente.

Até emoções positivas ativam o coração. A paixão, por exemplo, dispara os mesmos hormônios do estresse, combinados com a dopamina, neurotransmissor associado ao prazer. O resultado é conhecido: mãos suadas, euforia e batimentos acelerados.
Em contrapartida, emoções negativas podem desencadear reações igualmente intensas. A chamada síndrome do coração partido é um exemplo extremo: um choque emocional libera tanta adrenalina que o coração pode sofrer espasmos e reproduzir os sintomas de um infarto — dor no peito, falta de ar e cansaço súbito.
Cuidar das emoções também protege o coração
O coração é resistente, mas precisa de equilíbrio. Por isso, manejar o estresse é um dos pilares da longevidade. Hábitos simples ajudam a ativar o sistema nervoso parassimpático — o “freio” natural do corpo, que reduz a frequência cardíaca e promove relaxamento.

Entre as práticas mais eficazes estão meditação, técnicas de respiração, atividade física regular, sono adequado, momentos de lazer e convivência afetiva.
A saúde mental também desempenha um papel central nesse processo. A psicoterapia auxilia a reconhecer limites, processar emoções e desenvolver estratégias para reduzir a sobrecarga emocional. Aprender a desacelerar não é luxo: é uma forma de proteger o coração — física e emocionalmente.
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