Saúde

Atividade física: forte aliada no combate ao câncer de mama; confira dicas

Estudo publicado pelo site norte-americano PubMed aponta que um programa de exercícios aeróbicos e de resistência combinados supervisionado e de intensidade moderada a alta é mais eficaz para pacientes com câncer de mama em quimioterapia adjuvante1

Por Da Redação

Atividade física: forte aliada no combate ao câncer de mama; confira dicas ilustrativa / Pixebay

Praticar exercícios físicos é essencial para uma vida saudável, para o bem-estar físico e mental e na prevenção de várias doenças, inclusive o câncer. Quando falamos especificamente do câncer de mama, os exercícios, assim como o controle do peso, também contribuem para uma melhor evolução das pacientes durante o tratamento.


De acordo com o último levantamento divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados ao nosso estilo de vida, como exemplo, a falta de atividade física e o consumo de alimentos não saudáveis.


“As pacientes que praticam atividades físicas, de modo geral, respondem melhor ao tratamento, sentem-se mais dispostas e conseguem controlar melhor o peso. Percebo isso com as minhas pacientes”, diz a médica oncologista especializada em mamas Bruna Zucchetti, do Hospital Nove de Julho.


DICAS


Ela destaca que pesquisas recentes apontam para esse caminho e, por isso, a atividade física é recomendada pelas principais associações de oncologia do mundo e do Brasil.


“Sabe-se que mulheres com câncer de mama que fizeram, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada por semana tiveram menos recidiva da doença – quando o câncer volta a aparecer – do que as pacientes sedentárias”, afirma.


Estudo publicado pelo site norte-americano PubMed aponta que um programa de exercícios aeróbicos e de resistência combinados supervisionado e de intensidade moderada a alta é mais eficaz para pacientes com câncer de mama em quimioterapia adjuvante1.


Dra.Bruna, também, explica que movimentar-se é algo que deve fazer parte da rotina dessas mulheres, inclusive para combater a fadiga relacionada à quimioterapia. Após passar pela difícil experiência de um câncer de mama, a contadora Maisa Romanin, de 42 anos, sentiu na pele a necessidade de ter um acompanhamento de um profissional esportivo durante o tratamento, que durou 12 meses. 


A doença implicou na realização de uma cirurgia de mastectomia parcial e posteriormente 18 sessões de quimioterapia. Diante das dificuldades encontradas durante o caminho da cura, Maisa percebeu o quanto precisava melhorar a autoestima e lutar pelo emagrecimento para o controle da doença. 


“A mudança de estilo de vida, após ver tantas mudanças no meu corpo depois tantas sessões de quimioterapia, me motivou para nunca mais parar de me exercitar, e isso foi fundamental para que o tratamento fosse um sucesso e cada vez mais eu me sentisse próxima da cura”, afirma Maisa.


Novos estudos mostram também como o Índice de Massa Corporal (IMC) e a obesidade são muito relevantes quando se fala em câncer de mama e, de acordo com uma pesquisa publicada no JAMA Oncology, revista da American Medical Association, oferecem risco ainda maior para tumores de mama. Das sobreviventes de câncer de mama estudadas, aquelas com maior proporção cintura-quadril e mais gordura corporal apresentaram sobrevida global e específica ao câncer de mama significativamente pior.

 

Mudar hábitos e adotar uma rotina saudável, equilibrando exercícios físicos e alimentação é o caminho para evitar o desenvolvimento do câncer de mama. De acordo com a oncologista, manter uma dieta saudável com frutas e verduras  é fundamental.


“Nenhuma dietas específica é recomendada pelas sociedades de oncologia. O ideal é ter uma alimentação balanceada e evitar o consumo de alimentos industrializados, principalmente carnes como embutidos.  Em relação à atividade física, recomendo tanto para as pacientes em quimioterapia quanto para as pacientes que estão em acompanhamento ou em uso de hormonioterapia, por exemplo. O tipo de exercício e a quantidade de horas depende de cada pessoa, mas o ideal é que seja, pelo menos, 150 min por semana.  Sempre encorajo minhas pacientes a cada vez mais adotarem esse estilo de vida”, aconselha a médica.


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