Saúde

Pobres são os que mais morrem por coronavírus, aponta pesquisa; Vilas-Boas questiona critério da vacinação

Em 2020, grande parte dos trabalhadores de menor renda e os informais ficaram relativamente protegidos pelo pagamento do auxílio emergencial.

Por Da Redação

Pobres são os que mais morrem por coronavírus, aponta pesquisa; Vilas-Boas questiona critério da vacinação Nelson Almeida/AFP

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (21/4) aponta que os mais ricos e escolarizados no Brasil puderam se proteger bem mais que as pessoas de menor renda e pouca educação contra o coronavírus. 


Divulgada pela Folha de S. Paulo, os estudos apontam que áreas pobres no país e bairros da periferia de São Paulo chegaram a ter três vezes mais mortes causadas pelo coronavírus do que outras regiões. De acordo com dados da Pnad Covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) elaborados pela FGV Social, 28% dos membros da classe A/B (renda domiciliar superior a R$ 8.303) puderam alterar o local de trabalho durante a pandemia. Nas classes D/E (renda até R$ 1.926), apenas cerca de 7,5% tiveram essa opção. Na classe C (que ganhou destaque nos anos 2000 e tem renda entre R$ 1.926 e R$ 8.303), somente 10,3% fizeram isso.


“Os trabalhadores mais pobres são os que mais precisam sair de casa para conseguir renda. Trabalhar em ‘home office’ é um privilégio das classes A e B, onde estão os empregadores, trabalhadores da ciência ou intelectuais, dirigentes e funcionários públicos”, disse ao jonal paulusta Marcelo Neri, diretor da FGV Social.


Em 2020, grande parte dos trabalhadores de menor renda e os informais ficaram relativamente protegidos pelo pagamento do auxílio emergencial. Agora, no pior momento da pandemia no Brasil, não só o total de beneficiários será muito menor como os valores foram reduzidos drasticamente.


Após a divulgação da reportagem, o secretário de Saúde do estado, Fábio Vilas-Boas, questionou o critério utilizado para a vacinação na Bahia. Em sua conta na rede social Twitter, o titular disse que "sempre se preocupou com esse fato". "A lista de prioridades de vacinação não pode ser apenas a tradicionalmente usada na Influenza. Temos que inserir um componente SOCIAL", escreveu. 


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