Marina Silva foi ao Senado explicar criação de unidade de conservação

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi convidada para a Comissão de Infraestrutura do Senado, nesta terça-feira (27), para explicar a criação de uma unidade de conservação marinha no litoral norte do país. A autorização da exploração da região, cobiçada pela indústria petrolífera, é motivo de disputa interna no governo Lula. 

Aos senadores, a ministra afirmou que a unidade de conservação não foi proposta para inviabilizar a prospecção da Petrobras e que a discussão sobre sua criação se alonga desde 2005.

"[A unidade de conservação] não incide sobre os blocos de petróleo. E não foi inventado agora para inviabilizar a margem equatorial. Isso é um processo que vem desde 2005", disse Marina, mostrando um histórico do debate aos senadores.

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Em maio de 2024, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou um pedido de perfuração a mais de 500km da costa do estado do Amapá, devido à sensibilidade socioambiental da região. De acordo com o instituto, havia lacunas no plano de proteção à fauna e no plano de comunicação social com as comunidades indígenas afetadas.

Marina Silva relatou que o Ibama tem enfrentado dificuldades com a disputa pela Foz do Amazonas. Ela explica que vai ocorrer um leilão de 47 áreas para prospecção, ou seja, verificação da presença e qualidade do petróleo. "Mas é algo tão complexo, em torno de 5 mil metros de profundidade, que o Ibama tem queimado todas as sobrancelhas porque essa é frente nova em uma região muito delicada", completou a ministra.

No último dia 19, o plano da Petrobras para proteção da fauna foi aprovado, com uma estrutura de resgate construída pela empresa Oiapoque (AP). Isto não significa que há licença ambiental para instalação do empreendimento, mas autoriza uma perfuração teste, para posterior análise final.

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Senador afirma que Marina Silva não merece respeito

A ministra Marina Silva deixou a sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado após uma declaração do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que disse querer separar Marina enquanto mulher de sua figura política, porque esta não merecia respeito.

Marina Silva exigiu desculpas, afirmando não haver diferença entre as duas partes separadas pelo senador. Ela também argumentou que não foi convidada por ser mulher, mas sim, por ser ministra, de modo que não permaneceria na sessão sem a retratação de Plínio Valério.

"Como eu fui convidada como ministra, ou ele me pede desculpas ou eu vou me retirar. Eu fui convidada como ministra. Se, como ministra, ele não me respeita, vou me retirar. O sr. me peça desculpas e eu permaneço", disse Marina.

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