Irã ataca bases dos EUA após bombardeios contra usinas nucleares

Irã atacou bases militares dos EUA no Catar e no Iraque em resposta a bombardeios

Por Da Redação.

O Irã lançou mísseis contra bases militares dos Estados Unidos (EUA) no Iraque e no Qatar, nesta segunda-feira (23), em resposta aos bombardeios americanos a instalações nucleares iranianas realizados no último sábado (21). Segundo a TV estatal iraniana, a ação faz parte da “Operação Anunciação da Vitória”.

Imagem: reprodução/vídeo/X

Seis mísseis foram disparados contra a base de Al-Udeid, no Qatar. O governo local informou que não houve mortos nem feridos. No Iraque, o sistema de defesa foi ativado na base de Ain al-Asad, e soldados foram orientados a se abrigar. Explosões foram registradas nas áreas atingidas, conforme a rede Al Jazeera.

Reação dos EUA

O presidente Donald Trump convocou uma reunião de emergência com sua equipe de segurança. Um alto funcionário afirmou à Reuters que os ataques estão sendo monitorados e que, por ora, a Casa Branca avalia a ação iraniana como “simbólica”.

Segundo diplomatas, Trump não deve retaliar se a ofensiva se limitar ao episódio desta segunda-feira. “Há uma possibilidade de que Trump opte por não retrucar, em especial diante do caráter ‘telegrafado’ da ofensiva iraniana”, disse uma fonte da diplomacia americana.

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Estado de alerta

A principal base dos EUA na Síria entrou em alerta máximo. Em Doha e no Bahrein, embaixadas americanas também emitiram alertas. A diplomacia dos EUA pediu que americanos no Catar buscassem abrigo. O governo do Qatar classificou o ataque como “violação flagrante de sua soberania” e informou o fechamento temporário de seu espaço aéreo.

De acordo com CNN e The New York Times, o Irã teria avisado o governo do Qatar e coordenado o ataque para evitar vítimas. Os EUA também teriam sido informados antecipadamente por aliados.

O Conselho de Segurança do Irã afirmou que o ataque não visava o “país irmão do Qatar” e que o número de mísseis lançados foi equivalente aos utilizados pelos EUA. A ação, segundo autoridades iranianas, visava demonstrar reciprocidade, sem escalar o conflito.

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Comunicado oficial do Irã

Em nota divulgada pela emissora estatal, o Irã justificou o ataque como resposta a uma “flagrante agressão militar do regime criminoso dos Estados Unidos contra instalações nucleares pacíficas”. O governo iraniano afirmou que não deixará sua “soberania e segurança nacional sem resposta”.

“Mais uma vez alertamos os inimigos do Irã islâmico de que a era de espancamento e enfrentamento chegou ao fim (...). Qualquer repetição de atos de vandalismo levará à aceleração do colapso dos pilares militares dos EUA na região”, declarou o regime.

Bombardeio dos EUA

O ataque iraniano ocorreu após sete bombardeiros B-2 dos EUA lançarem 14 bombas contra três instalações nucleares iranianas. Segundo o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, foi uma “operação de precisão para neutralizar ameaças aos interesses nacionais”.

O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, afirmou que os danos às instalações foram “extremamente graves”. A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) solicitou acesso imediato aos locais para avaliar o impacto e o nível das reservas de urânio enriquecido.

Contexto do conflito

A atual escalada começou em 13 de junho, quando Israel acusou o Irã de desenvolver armas nucleares e lançou um ataque surpresa. O Irã, que afirma ter fins pacíficos, alegava estar negociando com os EUA o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

Embora a AIEA não tenha confirmado a existência de uma bomba atômica, vinha apontando falhas de transparência por parte do Irã. O país nega as acusações e diz ser alvo de pressões políticas ocidentais. O serviço de inteligência dos EUA declarou, em março, que Teerã não estava desenvolvendo armamentos nucleares.

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